A falsa sensação de que a escola deve ensinar tudo, é um enorme problema. Há alguns dias estava conversando sobre como a educação é falha no Brasil com outras pessoas que estudaram comigo, a maioria terminou o ensino médio ano passado, e percebi que era um pensamento quase unânime de que a escola deveria dar aula de literatura mais profunda, psicologia, alguns até defendem uma aula de teologia mais aberta, dando a base de diversas religiões, na intenção de informar um católico, como que é a umbanda, e vice-versa.
Não acho ruim a informação em si, mas sim a forma que seria dada, ensinamentos culturais, tais como literatura, filosofia, teologia, deve vir do seio familiar, pois é algo que molda o caráter, uma vez que seja uniformemente passado numa sala onde há um professor para cinquenta alunos, há uma tendência natural do estudante ficar alheio, não é um assunto como o básico de economia, que são cálculos, análises, um conhecimento acadêmico, assim como matemática.
Uma vez que se torne senso comum a escola ensinar tudo, é onde Gramsci atinge o seu ponto, uma criança chega na escola com no máximo 6 anos, muitas tem contato até mais nova, com os pais dando total controle de passar valores, o que era para ser o papel familiar, enquanto a escola fosse meramente acadêmica, cria indivíduos extremamente limitados ao que fora repassado na escola.
O professor em posição de intelectual, tendo tal termo aos moldes do que Olavo de Carvalho caracterizava como intelectual, torna aquelas crianças como uma massa igualitária. Até se formos pensar na biologia, devido ser que reproduz apenas entre si tende a evoluir lentamente, enquanto outros que mesclam entre aqueles da mesma espécie evolui com demasiada rapidez. Similarmente tenderá a ocorrer numa sociedade em que todos pensam iguais, o conflito de ideias é o que dá a evolução humana, ao retirar isso, o pensamento diferenciado de cada um, conceito de cada família, somado a escolas diferentes, com professores que saibam seu papel, passando conhecimento acadêmico, têm-se uma sociedade próspera.
Todavia, ocorre o oposto, fazendo-se ainda mais importante essa diferenciação, pois há muitos professores mal-intencionados, com o jogo ao favor deles, até porque não é uma rebelião de alguns, e sim um movimento que se faz ativo há anos.
Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania N.º 18