A culpa é da República?

A culpa é da República?

No dia quinze de novembro o Brasil comemora a proclamação da República, a ruptura com a antiga forma de governo, o Império do Brasil. Não há como negar que a República nasceu de um golpe, da conspiração, sendo certo que foi um processo revolucionário, portanto, um erro.

Não tivemos o derramamento de sangue experimentado na França ou na Rússia, duas revoluções que tiveram a carnificina como marca, sendo a bolchevique o nascimento oficial da maior chaga que, provavelmente, acometera a humanidade, o socialismo.

As vidas poupadas no processo revolucionário brasileiro, em razão da ausência de um confronto, podem ser creditadas à sabedoria do soberano ora deposto, D. Pedro II, posto que, poderia ter articulado uma retomada do poder quando exilado, entretanto, parece ter colocado o sangue de seu povo acima de seu trono. Ainda que se fale em um golpe soturno dos republicanos, há de se admitir que o Imperador poderia antevê-lo, simplesmente, como resultado da assinatura da Lei Áurea.

A República do Brasil, nasce sim da pior forma, mas seria a sua proclamação o evento que resultou no país que temos hoje, ou mesmo, estaríamos vivendo em um cenário próspero?

Algumas monarquias caíram para dar lugar a repúblicas, como a francesa, portuguesa e outras, mas as mazelas parecem ser o resultado de revoluções e planos de poder, o que enquadra nossa realidade, logo, o problema estaria na forma ou no sistema de governo, sendo que o simples resgate de um modelo trará a prosperidade?

Como estaríamos é um exercício de especulação, haja vista, que um Getúlio Vargas poderia ser o artífice do golpe republicano, ou, quem sabe os que o sucederam. Basta ver que o próprio caudilho brasileiro promoveu seu golpe, o Estado Novo, bem como, já havia uma tomada em curso por parte dos comunistas, sendo a ação dos militares um contragolpe.

Alguns podem negar, mas a social-democracia e os socialistas, sei que são sinônimos, mas refiro-me ao modus operandi na escalada, articularam-se em uma tomada de poder após a chamada “redemocratização”, caminhada que foi suspensa por um despertar ocorrido no final da década passada, o que resultou em uma feroz reação dos senhores do poder.

O que se propõe é a análise dos fatos, não do desejo, pois a República é a realidade e não é a raiz do problema, pois, sua queda não resultará na solução imediata do estado de coisa em que vivemos.

Para ilustrar, é importante verificar monarquias tomadas por pautas progressistas, como a Holanda que adota práticas nefastas como a legalização de drogas e do aborto, do Reino Unido que também admite o aborto e aceita teorias transloucadas como ideologia de gênero, ou mesmo, o Império Japonês que, além de ter feito parte do Eixo, também admite o assassinato no ventre das mães.

Não acredito que seria o caso da Monarquia no Brasil, mas a questão é, sem conscientizar o povo, nenhum sistema ou forma de governo servirá. Não importa quão perfeito seja o modelo, o que importa é quem conduzirá a coisa pública, não há como negar a importância de uma corte constitucional, mas quando ela se encontra em descrédito, por conta daqueles que a integram, será nociva.

Um sábio amigo, alguém que não ouso tentar refutar no âmbito da filosofia, em um debate levantou a hipótese da forma de governo denominada aristocracia, o governo dos melhores, dos mais qualificados. Como disse, trata-se de alguém de sabedoria ímpar, mas ao quando o questionei qual seria a forma de dar a direção das coisas aos mais sábios em um país como o nosso, ele, simplesmente, disse, “sem educar o povo, impossível”.

Estamos em um estado tão lastimável que vemos as instituições se autodestruindo, como o que aconteceu recentemente na Academia Brasileira de Letras, que, assim como um nobre falido moralmente atira-se na lama e se desmoraliza em nome de uma elite pseudointelectual, cavando sua própria cova.

Mas fiquem tranquilos, quando já estiver totalmente desmoralizada, segurando seu estandarte, conquistado pelo esforço dos que já pereceram, a instituição se voltará contra qualquer um que a questione, fingindo ter um brio que vendera, condenando ao mesmo tempo que se coloca como vítima, nos moldes de certos tribunais, hoje sustentados unicamente pela crença positivista e pela força de seus vassalos.

Nos dias atuais em que artífices da revolução, tentam se impor de forma agressiva, sugerindo a mudança do sistema escolhido pelo povo em um plebiscito, momento em que a República deixou de ser um golpe, em que pese todos sejam livres para questionar. Poderíamos imaginar sim uma espécie de golpe em andamento, golpe esse que pretende manchar nosso pavilhão com a cor do sangue derramado.

Concluo deixando a seguinte reflexão. Não importa seu desejo por uma monarquia, república ou qualquer outro sistema, não cabe se acotovelar durante a marcha, uma vez que, o que se busca impor é a tirania e o mal que já controla grande parte do estado de coisas, criatura que comporta de forma uníssona, ainda que travestido de uma “terceira via” ou de guardiões da justiça.

A degradação do povo vem se tornando cada vez mais factual, não se pode mais criticar instituições, pois elas querem beber o sangue do povo e não servi-lo, a liberdade para questionar medidas sanitárias que se calçam na especulação está sendo tolhida, mas em favor da linguagem neutra há liberdade de cátedra. Com o devido respeito aos que são sérios, qualquer professor que defenda a liberdade de cátedra unilateral, assim como jornalistas que aturam calados, ou apoiam, as repreensões claras ao direito de informação, é um aleijado moralmente, decadente e deve se orgulhar em ver o quão as instituições se enlameiam pelo poder.

Os bons devem unir esforços para acordar o povo ora entorpecido e enganado, não tentando uma solução que não seja duradoura, haverá tiranos na república ou na monarquia, mas um povo esclarecido não se deixará guiar por eles. O que realmente importa é que nossa bandeira jamais se torne manchada de sangue inocente, pois como diz outro amigo, “A nossa bandeira jamais será vermelha”.

E apesar de terem me ferido gravemente

Em meio ao medo e ao pânico

Vocês não me desertaram

Meus companheiros de batalha”

(Brothers in Arm – Dire Straits)

Estamos juntos por um futuro que talvez não consigamos experimentar, mas não fazemos isso por nós, fazemos pelos que ainda virão.

Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania N.º 23

Sobre o autor

Leandro Costa

Ideias conservadoras estão mudando o Brasil Todas as faces da esquerda, do socialismo mais radical à social democracia levaram nosso país para as trevas, destruíram a moral dos cidadãos e acabaram com os valores. Os conservadores estão tentando, desesperadamente, tirar o Brasil deste caos. Precisamos unir nossas forças enquanto é tempo de salvar nossa nação. Meu nome é Leandro Costa criei este site para divulgar ideias, trabalhos e contar com você para me ajudar a mudar o Rio de Janeiro e talvez o Brasil. Pretendo usar meus conhecimentos para, de fato, ajudar na construção de um mundo melhor. Convido você a fazer parte do meu time de apoiadores, amigos, entusiastas e todos que acreditam em minhas ideias. Defendo o conservadorismo e conto com sua ajuda para tirar o nosso povo da lama que a esquerda nos colocou.

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BIOGRAFIA

Leandro Costa

Servidor público, advogado impedido, professor de Direito, Diretor Acadêmico do projeto Direito nas Escolas e editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania.

Defensor de uma sociedade rica em valores, acredito que o Brasil despertou e luta para sair da lama vermelha que tentou nos engolir. Sob às bênçãos de Deus defenderemos nossa pátria, família e liberdade, tendo como arma a verdade.

É preciso fazer a nossa parte como cidadãos, lutar incessantemente por nosso povo e deixar um legado para as futuras gerações. A política deve ser um meio do cidadão conduzir a nação, jamais uma forma de submissão a tiranos.

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