Aduladores do mal

Aduladores do mal

O termo adulador tem como sinônimos, entre outros, adorador e bajulador, o que nos remete ao indivíduo que trata algo ou alguém como sagrado ou superior, logo, imagina-se que o leitor espera que o presente texto trate de seitas satânicas, cultos ao obscuro ou situações afins. Todavia, não será esse tipo de adoração que abordaremos, posto que, em que pese uma certa semelhança, ou mesmo real ligação, os aduladores que pretendemos tratar são bem mais comuns e o mal que adoram muito mais tátil.

Alguns poderão se surpreender, mas a grande maioria dos leitores apenas constatará algo que lhe é apresentado cotidianamente, por isso, é imperioso trazer a lume um tema que nos é tão próximo. Passada a rápida apresentação, que nada tem a ver a necessidade de mastigar algo ao leitor, mas sim com a possibilidade de redimir o autor ante aos que alimentaram a expectativa de um texto focado em seitas satânicas, não que este não o seja o caso, pois, a proposta é sim expor uma espécie de culto ao mal, porém, com uma abordagem por outro prisma.

A expressão adulador, terá o significado mais próximo de seu sinônimo bajulador, ou seja, sendo usado com um tom pejorativo, haja vista, a postura de vassalagem inconsequente que é adotada por tais indivíduos.

Nada melhor que a história para nos esclarecer determinados comportamentos, sendo assim, é natural que julguemos as gerações de outrora com base nos conceitos contemporâneos, todavia, não são poucos os que insistem em repetir os erros e ignorar os alertas que nos foram dados pelas experiências malsucedidas.

É comum nos perguntarmos, como indivíduos evidentemente malignos tiveram suporte de determinados grupos para perpetrar suas nefastas obras, espalhando trevas ao seu redor e, ainda assim, sendo aclamados por seus seguidores. Para muitos, a resposta se fia na ignorância daqueles que viveram em épocas pretéritas, partindo da premissa que não lhes foi permitido aprender com seus ancestrais, portanto, não puderam observar no passado um alerta que os levassem a evitar o mal, de maneira que, diante de algo inédito, acabaram por tomar decisões equivocadas, conferindo poderes aos déspotas que os guiariam ao precipício.

Acolher tal argumento em se tratando de civilizações da idade antiga, pode fazer sentido, uma vez que, tais sociedades não dispunham de um acervo que pudesse sorver conhecimento o suficiente como meio de precaver o mal. Assim, poder-se-ia admitir que adular tiranos naquele período, era, de fato uma atitude impensada de quem não poderia antever o quão nefasto é conferir poderes ilimitados a qualquer um que seja.

Lúcio Cornélio Sula seria então o primeiro e último a dominar, na qualidade de ditador, todo um povo, tendo em vista que, ao recuperar o poder, o Senado de Roma estabeleceu que não nenhuma tropa poderia atravessar o Rio Rubicão, evitando assim que outro comandante miliar pudesse tomar o poder subjugando a capital da então República de Roma. Ao compreender o risco, os senadores impuseram tal limite, o que foi violado por Júlio César e suas legiões que regressavam da fustigante guerra contra os gauleses, que os levou muito além da Gália, atual França.

Cabe um contraponto em relação ao que foi suscitado, pois é fácil observar que Júlio César desobedece acintosamente a regra que o impedia de transpor o Rubicão em direção à Roma, sendo assim, a medida imposta pela república romana seria eficaz, não fosse ignorada. Logo, qualquer um pode assumir que não se conferiu a Júlio César o poder de derrubar a República, sendo um golpe de Estado que o levou ao poder, bem como, os que o sucederam, corroborando assim a teoria que fato era, até então, inédito, contudo, a mitologia já continha em seu enredo a ideia de que indivíduos poderosos poderiam agir fora dos ditames legais para alçarem-se ao poder, mesmo porquê, as normas vigentes em uma sociedade, com exceção daquelas que se resumem a adaptação de conceitos oriundos do direito natural, são editadas pelos detentores do poder para, entre outro interesses, manutenir a sua influencia política, servindo mais aos políticos que à sociedade.

No caso de Júlio César, que emergiu ao topo da hierarquia romana alçado por suas legiões, não se pode falar em adulação, posto que, assumira o papel de um líder que se propôs a libertar o povo e seus soldados do julgo de políticos distanciados de seus deveres, carcomidos pelo poder, que atuavam somente em causa própria. Qualquer semelhança com autoridades nos dias atuais, não é mera coincidência.

Avançando na história humana temos os exemplos mais incisivos, começando pela Revolução francesa, que se promoveu como forma de retirar do poder a monarquia absolutista, aproveitando a crise que se aprofundava em razão de altos gastos do governo e de um inverno rigoroso. A burguesia francesa, insatisfeita com dispendiosos privilégios da nobreza e do clero, alimentou o povo com ideias iluministas, fomentando assim a revolução como meio de reconstruir a França, entretanto, como de costume, o processo revolucionário acabou por derrubar a estrutura existente, causando um mal que superou toda a crise que justificou, na imaginação dos franceses, a derrubada do Monarca.

O cerne da questão, todavia, está em na pergunta que já foi feita anteriormente, pois, não faria sentido algum que o chamado Terceiro Estado, composto por todos aqueles que não pertenciam a nobreza e ao clero, confiassem poderes absolutos aos que propunham, justamente, combater o Rei que governava com poderes irrestritos. Se o monarca francês deveria ser deposto por não se conter diante de sua autoridade ilimitada, era de se esperar que, alguém que o sucedesse, deveria assumir a missão de conduzir a nação, abdicando do absolutismo.

Mas a revolução já trazia em seu âmago a mentira, assim sendo, em nome da defesa da república, Maximiliem Robespierre fez do período conhecido como O Terror, o capítulo mais sombrio da Revolução francesa e um dos mais tenebrosos de toda a história humana. Eliminando seus opositores e traindo abertamente seu discurso antes da ascensão ao poder, que era contrário ao instituto da pena de morte, derramando o sangue de franceses das mais diversas classes, em sua escalada autoritária e transloucada ao poder, até que, saturado de seus abusos o povo da França deu-lhe o destino que o próprio condenou seus pares, enviando-o para a guilhotina após ser acusada, acertadamente, de ser um aspirante a ditador.

Reconhecer que Robespierre agia como ditador é algo simples, baseando a seguinte leitura de sua obra, Teoria do Governo Revolucionário, para compreender tal concepção.

Um regime constitucional é suficiente para proteger os indivíduos dos abusos do poder público; num regime revolucionário, o próprio poder público é obrigado a defender-se de todas as facções que o ataquem. O governo revolucionário deve aos bons cidadãos toda a protecção nacional; aos inimigos o povo nada lhes deve senão a morte”.

Na mente do revolucionário, “o bom cidadão” não é aquele que cumpre seu papel na sociedade, repeitando a liberdade alheia, e sim, aquele que jura vassalagem aos líderes revolucionários, ou seja, um fiel seguidor da dos movimentos. Surge a criação do tribunal Revolucionário, que, legitimado pela Lei dos Suspeitos de 1793, que considerava como criminosos todos os possíveis inimigos da revolução, estendida pela Lei de 22 Pairial do ano seguinte, que privava os acusados do direito de defesa, do contraditório e de ser interrogando antes da sentença. As leis mencionadas tiveram como consequências o imenso número de prisões e execuções arbitrárias, as coincidências parecem nunca ter fim.

Em nome do sucesso de um projeto de poder de uma elite intelectual, os iluministas, muito sangue foi derramando e abusos eram vistos como um meios justos de se chegar a um fim, que era a sociedade perfeita prometida pelos revolucionários, por serem arrogantes o suficiente para ignorar que, sendo imperfeitos jamais poderiam criar a perfeição, ou mesmo, por serem astutos ao ponto de promoverem-se como ministros de algo que sabiam ser uma mentira, apenas para alcançarem o poder.

Se por um lado, os líderes revolucionários podiam acreditar que caminhavam para uma sociedade sem vicissitudes, criadas por humanos mais iluminados que a divindade, mesmo pelo fato de muitos terem se despido da fé em algo maior por se considerarem guiados pela razão, razão que os fez deixar de lado a riqueza da existência humana e tudo aquilo que nos cerca. Hipótese na qual a revolução fracassou, e sempre fracassará, por ser uma horda guiada por cegos, uma vez que, arrogantes, julgando-se perfeitos, os líderes revolucionários são pastores desprovidos de visão que sempre levam seu rebanho para o abismo.

Por outro lado, podemos traçar uma outra hipótese, na qual os líderes revolucionários agem como caçadores astutos, fazendo de sua promessa de mundo perfeito uma isca que levará seus seguidores a um fim trágico. Neste diapasão, podemos imaginar uma miragem no deserto, que leva o indivíduo cada vez mais ao destino fatal, em que pese, aquele que segue em direção à ilusão acredite buscar a salvação, estará se condenando. O que torna tal hipótese mais aceitável, sem, contudo, rechaçar a primeira, é o fato de que todo revolucionário considerará como o pior dos crimes ser contrarrevolucionário, ou seja, opor-se à crença daqueles que vendem ou buscam uma fantasia é o que causa maior ojeriza aos líderes e seguidores dos ideais revolucionários, assim sendo, qualquer mal praticado contra quem se recusa seguir seus mandamentos profanos é aceito como uma benção, ainda que, aplaudir a tirania possa resultar na renúncia expressa de proteção indispensável em favor do detentor do poder, que, sendo um déspota, não recusará tal avanço e, quando julgar necessário, não se hesitará em abusar do poder, ainda que seja contra os que outrora lhe adularam como símbolo de força para alcançar sua loucura inalcançável.

Ao aclamar por um tirano que tenha a frieza de conduzir abusos e execuções em nome de uma crença doentia que prega uma igualdade artificial, uma hegemonia de pensamento e a submissão a um ente capaz de materializar o paraíso na terra, atribuindo tal missão ao Estado. O adulador começa a ver na figura do tirano aquele ser que o guiará para um mundo melhor, pois, detentor de poder, impede que o adulador seja confrontado em sua crença vazia de que pessoas iluminadas são capazes de traçar o destino da humanidade, logo, sente no poderoso tirano um protetor, um mestre e o confere cada vez mais ar de nobreza para que seja o paladino da revolução, esquecendo, que os que conduzem os revolucionários são, em regra, algozes da humanidade, pois, acreditando que os fins, na sua visão o poder, justificam os meios, permitindo-lhes praticar a mais bestiais atrocidades em nome da sua manutenção no poder e fazendo os seu iludido rebanho pensar que é sua visão que está se pondo em prática.

De fato, aqueles que acreditavam no sucesso da Revolução Francesa tornaram-se aduladores de Robespierre e seus companheiros, sendo cumplicies de todo o mal que O Terror espalhou em sua própria nação, provavelmente, alguns acabaram sendo vítimas daquilo que alimentaram, o que não é uma ironia do destino, mas uma consequência inevitável de uma revolução. Como este autor costuma alertar, o revolucionário é aquele que alimenta o monstro com carne humana, esquecendo-se que é humano.

A soberba dos líderes revolucionários rendeu frutos podres como o Culto do Ser Supremo e o Culto à Deusa da Razão, que nada mais eram que tentativas de substituir o cristianismo em prol de uma fé genuinamente revolucionária, ainda assim há que consiga se definir como cristão e abraçar causas que são diretamente derivadas de tais frutos podres. Isso reforça a ideia que os déspotas legitimam suas ações, ainda que nefastas, na adulação de seus seguidores.

Curiosamente, não raro são os casos em que os aduladores dos tiranos deixam a razão de lado para aderirem a uma espécie de idolatria cuja motivação é ver a revolução obter êxito, sem perceberem que o ser bajulado fica cada vez mais cego devido ao poder e usa, sem o menor pudor, a sua capacidade de fazer o mal para se estabelecer como um ser iluminado, maior que os seus aduladores. A grande farsa talvez resida na promessa de igualdade que seduz aqueles que abrem mão de sua liberdade em troca de um igualdade, conferindo poderes além do aceitável aos que se julgam superiores, logo, nunca se considerarão como iguais.

Ao adular aqueles que estão em elevados postos em uma sociedade, os indivíduos que clamam por igualdade esquecem que a elite, de sua Torre de Marfim não se enxerga como um ser humano comum, sorvendo da vassalagem para aumentar sua ganância desmedida. Assim como Robespierre, que condenava a pena de morte mas foi um dos que mais se valeu dela para perseguir opositores, todo tirano no pode torna-se mais distante da humanidade a cada passo que dá em direção ao topo da torre, sendo consumido por uma fome doentia e pela vaidade.

O adulador, por sua vez, contenta-se com pequenas vitórias, acreditando que seu secto sendo vitorioso, estará igualmente alcançado, o que é alimentado pelo sentimento de pertencimento, levando, cada vez pessoas, a aderirem aos bandos que servem apenas como forma de cooptar os fracos em suas fileiras para servirem os líderes revolucionários. Grupos minoritários, movimentos sociais, diretórios estudantis, torcidas organizadas, fã clubes e outros rebanhos que fazem com que seus membros se sintam parte de uma família, desde que, jurem total vassalagem aos senhores de tais sectos.

Aproveito para fazer um desafio aos que integram grupos revolucionários como os mencionados acima. Busque adotar, no âmbito de tal grupo, uma postura contrarrevolucionária, rechaçando as pautas progressistas ou socialistas mais radicais e veja como será regozijado do seio dessa “pseudofamília”.

Os movimentos coletivistas, revolucionários, que banharam o solo europeu de sangue no final da primeira metade do século passado nasceram das ideias iluministas, logo, se inspiraram na Revolução Francesa. Seria justo afirmas que da terra embebida de sangue derramado pelos iluministas revolucionários e adubado pelas ideias de Karl Marx que nasceu o mal chamado socialismo, dele derivaram o nacional-socialismo e o fascismo, sedo necessário apontar que, em todos esses regimes revolucionários, alguns indivíduos avocam-se a qualidade de salvadores e recebem poderes para suprimir liberdades em nome do coletivo.

No que diz respeito à atribuição de poderes ilimitados àqueles que prometem resolver todos os problemas de uma sociedade com base em uma mentira revolucionária, não se pode afastar a adulação a Adolf Hitler, Benito Mussolini, Vladimir Lenin, Josef Stalin e outros tantos líderes revolucionários, chegando ao culto de tais figuras como símbolos sagrados de tal nefasta fé. Os campos de concentração e o sistema Gulag soviético eram instrumentos de intimidação e de perseguições, entretanto, os rebanhos revolucionários acreditavam que aqueles que eram enviados para tais destinos fizeram por merecer, pois desafiaram a causa e se opuseram aos seus anseios delirantes.

Há pouco tempo, talvez melhor dizer nos tempos atuais, assistimos abismados diversos indivíduos, movidos pelo pânico e movidos por uma fé que chamavam de “ciência”, que era, justamente, contraria ao que prega a ideia de ciência e razão, posto que, assimilavam informações unilaterais que não admitiam o contraditório e, especialmente, que não se punham à prova, como verdades, exigindo que todos assimilassem sua fé em nome de uma salvação construída no campo do imaginário. Aclamaram pelo abuso injustificado do poder pelo Estado para que pudessem compelir os que se negavam a aderir motes injustificados como norte.

Os seguidores daquilo que chamavam de ciência assumiram que era preciso adular qualquer um que estivesse disposto a coagir todo aquele que discordasse de sua visão, ainda que fosse algo incutido artificialmente em sua mente, para que se dobrasse aos ditames dos que se colocaram como guias cegos. Em dado momento, as teorias não mais se complementavam e foram caindo uma por uma, todavia, os aduladores ainda se recusam a admitir que não seguiram a ciência experimentada, se curvando à especulações.

Em todo o mundo o autoritarismo na pandemia foi adulado de tal forma que encorajou os governos a avançar com medidas restritivas descabidas, em muitos casos, sem quaisquer correlações com a propagação da doença. Medidas que tratavam de horário de circulação ou acesso a determinados lugares, restrições de banho de mar e imposições de uso de mascarás mesmo para que estivesse sozinho, a única explicação dada era que pessoas estavam morrendo, mesmo que entre os mortos estivessem indivíduos que cumpriram as medias impostas.

A seita revolucionária precisava alimentar ainda mais seus heróis, para tanto, nasceu o combate a desinformações, vendendo a ilusão de que o Estado deveria, junto com profissionais da mídia, evitar que mentiras fossem propagadas. A desinformação parece ter nascido no século atual, entretanto, o conceito de Ministério da Verdade criado e denunciado pelo autor britânico George Orwell em sua obra, 1984, tinha como objetivo, construir uma pós-verdade, distorcendo e omitindo fatos cuja a visão real eram desfavoráveis aos interesses dos poderosos.

O chamado combate à desinformação se resume a legitimar o direito de controlar a informação, podendo dizer a verdade ou a mentira conforme seus interesse, bem como, suprimindo qualquer um que apresente uma versão oposta ao que o “controlador da verdade” pretende impor. A chamada mídia mainstream detinha o monopólio da informação e, atuando em conluio com autoridades de demais agentes influentes, foi capaz de criar uma grande espiral do silêncio, fazendo com que cada indivíduo acreditasse existir um senso comum, ou a chamada opinião pública, que no imaginário popular, refletia aquilo que todos pensavam, ainda que aquele indivíduo discordasse, fazendo com que restringisse suas posições por medo de ser uma voz destoante e ser relegado ao ostracismo.

A informação descentralizada ameaça o monopólio da informação e a hegemonia cultural, por isso, é preciso rotular de propagador de desinformação qualquer um que não seja membro do cartel que compõe a mídia mainstream, no período da pandemia criaram até um nome para tal organização, batizando-a, gentilmente, de consórcio de mídia, haja vista que, cartel não é um termo dos mais agradáveis.

Por derradeiro, surgiu a cartada maior, desfigurou a Justiça de sua nobre missão para que se tornar um mero instrumento no jogo pelo poder. Considerando-se um agente que deve “empurrar a história”, o guardião da constituição deixou seu aposento para subtrair funções dos demais poderes e empreender uma doentia caçada a qualquer um que ousasse levantar a voz contra seus desmandos, algo muito próximo ao que fez o Tribunal Revolucionário, embalado pela Lei dos Suspeitos e a Lei de 22 Pairial, evidenciando não ser toda lei digna de cumprimento.

No Brasil, não havia suporte legal para certas medidas como prisão de parlamentar por opinião, uma vez que a Constituição garante a imunidade, inclusive criminal, para toda manifestação do membro do Congresso Nacional, entretanto, ferindo de morte todo o ordenamento jurídico, o Supremo Tribunal Federal entendeu que deveria processar e julgar o parlamentar, ainda que os membros daquela corte se apresentassem como vítimas das supostas ameaças e não se imiscuíram de julgar o parlamentar. Mas voltando ao que tratamos no presente texto, o que causa espanto é a capacidade de alguns indivíduos aplaudirem tamanha afronta a Lei Maior, tão somente por serem opositores das ideias do congressista, assumindo que, se for uma medida contra aquele que se opõe aos seus ideais, tudo é válido.

A doentia postura se repetiu quando o mesmo tribunal iniciou um inquérito contra aquilo que batizou de “atos antidemocráticos”, parece muito com Robespierre quando se referia aos contrarrevolucionários, de tal forma que um dos membros do próprio tribunal chamou o inquérito, tamanha sua obscuridade e obscenidade de “inquérito do fim do mundo”, pois, na qualidade de magistrado, tinha consciência que o Supremo Tribunal Federal tinha extrapolado todos os limites e que tornar-se-ia cada vez mais cego pelo poder que estava acumulando. Nesta seara, pensadores revolucionários, a mídia mainstream e pequenos influenciadores, ávidos por seu lugar ao sol, aplaudiam as praticas monstruosas perpetradas por juízes que deveria primar pela paz social, mas que estavam fora de controle, governando, legislando e agora conduzindo investigações, em síntese, empurrando a história.

Episódios de censura, multas e prisões arbitrárias, ameaças abertas foram protagonizadas por magistrados dissociados de sua missão, mas o espantoso é a forma com que cidadão aplaudem até mesmo medidas que buscam coibir o uso de verbetes sem qualquer real justificativa.

Os mais diversos aduladores passam a alimentar a tirania acreditando que serão agraciados por seus deuses, pois, lhe foram devotos, tendo fé que a revolução é um instrumento para benefício próprio ou um caminho para a salvação, bajulam seus líderes aplaudindo todos os seus desmandos, com a fé de que estão do mesmo lado, enaltecem os feitos nefastos dos poderosos, ignorando que a desgraça se abaterá sob suas cabeças tão logo o poderosos ser adulado considere que os idiotas úteis perderam sua serventia.

Observar o comportamento de vassalagem em troca das migalhas que caem da mesa dos poderosos é algo que nos faz refletir se os aduladores podem ter esperança em um futuro livre, mas antes é necessário que resgatem sua dignidade, posto que, renunciar a tudo em nome da revolução, principalmente, aos que fizeram isso com o fim de serem acolhidos pela família revolucionária, esquecendo que a destruição será inevitável, é um ato de abdicação da dignidade humana.

É natural que alguns seres humanos reconheçam outros como heróis ou líderes, contudo, bajular aquele que despreza os homens por se considerar superior e não repudiar os excessos de determinados tiranos, faz dos aduladores do mal pobres condenados. No fim das contas, todo revolucionário é uma alma procurando nos outros aquilo que perdera.

Maximilien François Marie Isidore de Robespierre acabou por provar de seu veneno, sendo guilhotinado em 28 de julho de 1794, na Praça da Concórdia, Paris, França.

Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. II N.º 25 – ISSN 2764-3867

Sobre o autor

Leandro Costa

Ideias conservadoras estão mudando o Brasil Todas as faces da esquerda, do socialismo mais radical à social democracia levaram nosso país para as trevas, destruíram a moral dos cidadãos e acabaram com os valores. Os conservadores estão tentando, desesperadamente, tirar o Brasil deste caos. Precisamos unir nossas forças enquanto é tempo de salvar nossa nação. Meu nome é Leandro Costa criei este site para divulgar ideias, trabalhos e contar com você para me ajudar a mudar o Rio de Janeiro e talvez o Brasil. Pretendo usar meus conhecimentos para, de fato, ajudar na construção de um mundo melhor. Convido você a fazer parte do meu time de apoiadores, amigos, entusiastas e todos que acreditam em minhas ideias. Defendo o conservadorismo e conto com sua ajuda para tirar o nosso povo da lama que a esquerda nos colocou.

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BIOGRAFIA

Leandro Costa

Servidor público, advogado impedido, professor de Direito, Diretor Acadêmico do projeto Direito nas Escolas e editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania.

Defensor de uma sociedade rica em valores, acredito que o Brasil despertou e luta para sair da lama vermelha que tentou nos engolir. Sob às bênçãos de Deus defenderemos nossa pátria, família e liberdade, tendo como arma a verdade.

É preciso fazer a nossa parte como cidadãos, lutar incessantemente por nosso povo e deixar um legado para as futuras gerações. A política deve ser um meio do cidadão conduzir a nação, jamais uma forma de submissão a tiranos.

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