Um tempo atrás, estava conversando com meu filho de dez anos sobre uma vaga de emprego. No meio da conversa, disse a ele que a vaga procurava alguém multitarefa. Ele retrucou com a seguinte pergunta: “Eles estão querendo contratar uma mãe?”. Então, ele começou a enumerar tudo que eu, como mãe, fazia para ele. No momento, foi um misto de felicidade pelo reconhecimento e uma tristeza profunda. Por que chegamos nesse ponto?
Meu marido contribui bastante, divide algumas tarefas mesmo que não leve jeito algum. Afinal, meu marido não foi criado para dividir tarefas em casa. Meus sogros trabalhavam bastante e sempre tiveram uma ajudante todos os dias. Essa pessoa limpava, cozinhava e olhava as crianças até eles chegarem. Mesmo quando minha sogra não trabalhava fora, ela tinha duas empregadas para auxiliar. Por volta dos 10 anos do meu marido, ela voltou a trabalhar fora e tinha uma jornada exaustiva. Meu esposo sempre reclamou de não ter a mãe presente durante a infância e adolescência, inclusive, foi uma criança bem levada. Na verdade, muito levada.
Eu, por outro lado, tive uma mãe “dona de casa”. Alguém que dedicava 100% do tempo na educação das filhas, ao menos, se acreditava nisso. Minha mãe ficava com a avó materna para a mãe dela trabalhar. Meus avós paternos não tinham uma vida muito fácil. Ambos precisaram trabalhar para terem suas conquistas. Parece que minha mãe nunca gostou muito dessa situação. Cresci ouvindo “agradece a Deus por ter uma mãe que pode levar vocês onde querem, eu não puder ter isso”. Minha mãe nunca pareceu uma pessoa muito feliz.
Eu conheci meu esposo na faculdade. Me formei em engenharia, comecei a trabalhar na área e hoje posso dizer que tenho reconhecimento na minha profissão. Meu marido desistiu da faculdade, focou em gestão de empresas na área de TI, entre altos e baixos conseguiu se tornar diretor em uma firma renomada.
Eu me anulei algumas vezes para ele se alavancar, hoje, temos uma vida confortável. E aprendemos que a conquista de um, é a conquista de ambos. Nosso filho de dez anos ficou uns 6 anos com as avós para que nós tivéssemos uma vida confortável. Na minha opinião, foi a pior fase da vida dele e da minha.
Mudamos nossa rotina, em 2020, para que não dependêssemos de terceiros. Afinal, tínhamos avançado economicamente. Meu filho passou a nos ter mais. Então, veio a pandemia e entramos em regime home-office. Ficamos mais presentes como família. Mesmo trabalhando de casa, nosso filho precisou aprender a nos dividir e nós precisamos aprender a ficar mais junto dele mesmo em meio há mil reuniões.
Nossa rotina ficou mais família e, então, ousamos dar um irmão para ele. Perdemos a primeira gestação do caçula. Sofremos. Choramos. Entendi melhor o valor da vida. No final de 2023, nasceu nosso caçulinha. E porque depois de tanto tempo embarcamos nessa? Porque somos mais presentes.
Família é um dom sagrado. Não começa em qualquer de repente. Filhos são bençãos de Deus e devemos zelar e os proteger. Homem e mulher possuem seus papéis e suas funções na sociedade.
A tão sonhada conquista econômica da figura feminina nos sobrecarregou. Particularmente, consigo equilibrar meus pratinhos. Mas foi puxado e muitas vezes, fiquei triste em não estar presente para meu filho mais velho.
O tal dia internacional da mulher comemorado no dia 8 de março é passado como um dia de representação de luta histórica das mulheres por igualdade. Segundo algumas fontes surgiu após vários acontecimentos como:
- **Protesto “Pão e Paz”**: Em 8 de março de 1917, milhares de mulheres na Rússia protestaram por melhores condições de trabalho e de vida, lutando contra a fome e a Primeira Guerra Mundial.
- **Greve na Triangle Shirtwaist Company**: Em 1908, mulheres que trabalhavam nesta fábrica de confecção de camisas em Nova York fizeram greve para reivindicar melhores condições de trabalho, diminuição da carga horária e aumento de salários.
- **Incêndio na Triangle Shirtwaist Company**: Em 25 de março de 1911, um incêndio nesta fábrica matou 146 pessoas, a maioria mulheres. Este evento trágico levou à reformulação da legislação de segurança contra incêndios e à revisão das leis trabalhistas.
- **Oficialização pela ONU**: A Organização das Nações Unidas oficializou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher em 1975.
O Dia Internacional da Mulher é considerado por uma grande maioria uma data importante que celebra conquistas sociais, econômicas, culturais e políticas das mulheres ao longo da história. No entanto, ao refletirmos sobre essa data nos deparamos com algumas questões:
- Perspectiva política ou ideológica: essa data muitas vezes contém da ideologia ou viés político para promover pautas de esquerda.
- Visão de igualdade: embora algumas pautas feministas gostem de divulgar que pregam a igualdade, na verdade, os discursos promovem superioridade feminina em detrimento ao masculino.
- Crítica ao comercialismo: assim como outras datas comemorativas, o Dia Internacional da Mulher tem sido criticado por sua crescente comercialização.
- Promoção de outras causas: alguns grupos se aproveitam das conquistas femininas para se promoverem, como revistas femininas tendo em sua capa figuras trans.
Também é importante destacar que a entrada das mulheres no mercado de trabalho teve um impacto significativo na economia e no modo de vida ocidental. A entrada das mulheres no mercado de trabalho aumentou a força de trabalho disponível, o que levou a um aumento na produção econômica. Com mais mulheres ganhando renda, os padrões de consumo mudaram, potencialmente levando a um aumento na demanda por certos bens e serviços. Com mais famílias de dupla renda, a concorrência por recursos (como moradia) pode ter aumentaram, o que pode levar a um aumento no custo de vida.
É importante notar que a relação entre a entrada das mulheres no mercado de trabalho e a inflação é complexa e pode ser influenciada por uma variedade de outros fatores econômicos e sociais.
A Falácia da Desigualdade Salarial de Gênero
A desigualdade salarial de gênero é um tópico complexo e muitas vezes mal interpretado. A afirmação de que as mulheres ganham menos do que os homens para realizar o mesmo trabalho é frequentemente citada, mas essa simplificação é enganosa. Vamos há alguns exemplos:
- **Escolha de Profissões**: As mulheres tendem a se concentrar em ocupações que remuneram menos. Além disso, as mulheres são sub-representadas em áreas de Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática (CTEM), que geralmente pagam mais. Geralmente, as mulheres não se identificam com a área de exatas.
- **Jornada de Trabalho**: As mulheres tendem a trabalhar menos horas do que os homens e interrompem suas carreiras com mais frequência, o que pode afetar seus ganhos. Podemos enumerar várias causas, mas algumas vezes o lado materno fala mais alto que o profissional.
Vamos agora para a verdade dos fatos… O primeiro dia das mulheres que temos notícias foi organizado pelo Partido Socialista das Américas, em NY, 1909. Em 1910, durante a conferência feminina do grupo político Internacional Socialista, criado por Friedrich Engels, a ativista Clara Zetkin sugeriu que a data fosse comemorada todos os anos.
O famoso incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist Company, por muitos anos foi repercutido como algo intencional para matar as mulheres da fábrica. Mas devemos lembrar que naquela época não existiam as seguranças nas fábricas como hoje em dia e esses acidentes eram corriqueiros.
Contudo, essa bandeira é uma ótima oportunidade para expor a contradição das feministas. Se o dia 8 de Março foi criado em 1975 para incentivar o avanço da mulher no mercado de trabalho, como em 1911 já havia acidente de trabalho com mulheres? É verdade que as mulheres passaram a trabalhar fora de casa durante e pós a Primeira Guerra Mundial. Mas a 1ª Guerra Mundial começou apenas em 1914.
No fundo, nenhuma feminista quer igualdade com os homens e nem os mesmos direitos. Elas querem privilégios. Eu nunca vi passeata pelo direito das mulheres prestarem serviços militares.
A grande verdade é que a sociedade ocidental caminhou para um padrão de família. Sem a presença feminina com os filhos, esses filhos ficam abandonados. Estou levantando a bandeira de mulheres larguem seus empregos e fiquem em casa? Bem… Isso é algo muito particular e a verdade exposta acima é que com o ingresso das mulheres no mercado de trabalho, o padrão de vida de hoje é para, pelo menos, duas rendas familiares. Isso já aconteceu e não vai mudar mais.
Em suma, nossas opções são escolher viver com menos, trabalhar dobrado ou aprendermos que ambos são patrocinadores e responsáveis pela criação dos filhos ao mesmo tempo. A escolha de como lidar com isso será sua! O jogo já começou e você nem notou.
Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. III N.° 40 – ISSN 2764-3867
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