Quem é o Pastor Neto Curvina, sua origem e história?
Servo de Deus, ministro do Evangelho, teólogo, escritor e educador, casado com a Missionária Lílian Curvina, pai de três filhos, João, Micael e Anna, responsável pelo rebanho da Comunidade Shalom Filadélfia em São Mateus do Maranhão desde 2006. Resgatado pelo nosso Senhor Jesus Cristo em 2002 e consagrado ao Ministério Pastoral em 2007. Autor de “Quando as estrelas caíram na terra” e “Conservadorismo e Fé”.
Na sua opinião, qual a importância do cristianismo para a sociedade ocidental e para o mundo como um todo?
O cristianismo, na verdade a fé judaico-cristã como um todo, tem sua importância incontestável nos mais diversos aspectos formadores de uma sociedade, que vão desde o ético até o espiritual. Sua mensagem de amor e justiça, tendo como centro a figura do Unigênito de Deus e sua mensagem, o Evangelho, traz todos os elementos necessários para que o homem possa viver em conformidade com as imutáveis leis determinadas por Deus desde a criação do mundo e, principalmente, em harmonia com esse Criador. A fé judaico-cristã é o que podemos chamar de “reserva moral” do inconsciente coletivo da humanidade, posto que uma vez entregue a nós, a Palavra de Deus revelada no cristianismo é a bússola que nos leva à revelação final, a aliança feita no Calvário no sangue do Cordeiro de Deus. O alicerce fundamental da nossa civilização.
As sociedades ocidentais se baseiam em princípios que tem como base o cristianismo, como a ideia de família, liberdade de consciência, vida (incluindo do nascituro) e outros. Tais normas, por terem um significado muito além da simples vontade do legislador, gozam de maior legitimidade perante o povo, sendo, portanto, menos suscetíveis de alteração. O vilipêndio da fé cristã, poderia ser uma forma de quebrar a sustentação de tais preceito?
O vilipêndio à fé cristã na verdade é parte imprescindível das agendas globalistas (progressismo/comunismo) em curso, visto que o cristianismo, por ser o alvo prioritário dessas ideologias em todas as suas vertentes, é a única barreira capaz de conter o movimento autodestrutivo imposto por essas ideologias, que são abertamente e notadamente anticristãs em todas as suas pautas. Não é por acaso que o vilipêndio citado tem crescido e se espalhado de forma inquestionável por todos os setores da grande mídia e das comunicações de massa, o que em si é um movimento programado. Bezmenov já explicava em seu clássico “Subversão” que a primeira etapa do processo é a “desmoralização”, e que o setor que deve ser atacado de forma prioritária é a religião, ou seja, a fé cristã. O vilipêndio a fé cristã nada mais é do que uma etapa do processo de subversão de uma sociedade, implantado por forças globalistas. Basta ver, por exemplo, os absurdos que são cometidos pelo grupo de “humoristas” denominado Porta dos Fundos. Isso se chama método.
Como o senhor define cristofobia?
O termo “fobia” aponta para medo, intolerância, aversão. No caso do cristianismo ela se define mais objetivamente por preconceito ou fundamentalismo religioso. Eu definiria cristofobia como o preconceito agressivo sofrido pelos cristãos em função da sua fé. Entretanto não é algo com que devêssemos nos surpreender, nosso Senhor já nos avisou disso:
“E odiados de todos sereis por causa do meu nome” (Mateus 10:22).
Existe uma distinção entre a cristofobia praticada em sociedades com maioria cristã e outras?
Em parte, sim. Nas sociedades de maioria cristã, a cristofobia é praticada por minorias radicais privilegiadas pelo politicamente correto e protegidas pelo ativismo juristocrático. Essas agem infernizando no legislativo, propondo e tentando aprovar leis que dificultem e embaracem a prática da fé cristã como, por exemplo, ocorreu com o patético PLC 122/06 que tinha como alvo a pregação do Evangelho, em especial acerca de questões que incomodavam o lobby LGBT. A ideia era simplesmente amordaçar e constranger os pregadores e tornar os templos e locais de reuniões terreno propício para práticas que estão em completo desacordo com o que é pregado. Por outro lado, em sociedades onde os cristãos são minoria, a cristofobia se transforma em alguns casos em um verdadeiro genocídio, como vem ocorrendo diariamente, por exemplo, no continente africano, sem que nenhuma autoridade mundial sequer se manifeste sobre isso. Somos hoje quase 400 milhões de cristãos perseguidos de forma ostensiva ao redor do mundo, e o número de mortes em função da nossa fé quase que dobrou nos últimos dois anos. Na China já são cerca de mil cristãos presos por terem cometido o “crime” de confessarem Jesus como seu Salvador. Em algumas cidades do interior desse país, aldeia da zona rural são invadidas pelas autoridades e todos os símbolos religiosos que apontam para a fé cristão são trocados por imagens do imperador. Nigéria, Congo e Paquistão lideram o número de execuções de ordem religiosa.
O senhor acredita que cristianismo é um obstáculo para regimes totalitários, como o socialismo, em especial por serem adeptos do culto a personalidade e tratando a ideologia como uma religião?
O cristianismo não é só um obstáculo, ele é a única coisa capaz de parar um regime totalitário. Não por acaso Marx, desde o princípio, em suas obras principais e comentários, teceu considerações negativas e taxativas em relação à fé cristã. No Manifesto do Partido Comunista ele pontua sistematicamente etapas de implantação do sistema onde basicamente todas elas afrontam aquilo que é ensinado nas Sagradas Escrituras Judaico-Cristãs, desde a abolição do direito de herança até a expropriação da propriedade privada. Do ponto de vista político vai ainda mais além. Em sistemas totalitários o poder do “Estado” não aceita dividir autoridade e influência com ninguém, porque no fundo ele – o “Estado” – quer ser o único “deus” presente na vida das pessoas, de modo que possam controlá-las sem que nada o incomode.
O Estado laico é uma prática comum no mundo ocidental, países de maioria cristã. Na sua opinião, isso é uma coincidência ou é o cristianismo que permite a implantação de tal tipo de política?
Isso muitas vezes é uma confusão semântica. Em João 18:36 o Messias diz “O meu reino não é deste mundo”. Nunca foi uma aspiração do cristianismo uma igreja estatal. Todas as vezes que isso foi tentado algo deu errado sob algum aspecto eclesiástico. Entendo que a declaração de laicidade estatal a início foi com a finalidade de não impor qualquer tipo de crença aos cidadãos ou mesmo seu cerceamento, ainda que parcial. Vejamos, por exemplo, o que estava escrito no art. 5º da Constituição de 1824:
“A Religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de Templo”.
Daí a importância do estado laico sob esse aspecto. Do ponto de vista teológico, como herdeiros da fé judaico-cristã, vemos que desde os primórdios dos patriarcas não há nenhuma orientação para que a religião judaica seja imposta a quem quer que seja, ao contrário de outras crenças fundamentalistas, que usam de recursos proselitistas muitas vezes agressivos para “converter” fiéis. O que o cristianismo permite, na verdade, é a liberdade de escolha.
Diante da distinção entre Estado laico e Estado laicista, o primeiro pregando a neutralidade, o reconhecimento e fomento das práticas religiosas e o segundo buscando distanciar cada vez mais o Estado e a religião. É correto afirmar que o Estado laicista é uma corruptela do Estado laico, tendendo a implantar o chamado Estado ateu?
Se levarmos em conta o perfil desse universo laicista, podemos dizer que sim, visto estou me referindo às ideologias massificadas nesses Estados, quase sempre de viés comunista/socialista (ateu por natureza), progressista (herético) e globalista (ecumênico, que é o irmão gêmeo do ateísmo). O ataque à liberdade de crença grosso modo nada tem a ver com laicidade, mas como agenda. As religiões, em especial as de matriz judaico-cristãs, sempre foram uma pedra no sapato dos projetos de poder totalitários e liberais.
Os ataques ao cristianismo ocorrem de diversas formas, seja pela proibição de culto (países totalitários), por sua restrição (caso da pandemia), pela degradação de espaço de fé (invasão de igrejas), vilipendio da fé e símbolos (figuras de Jesus travestido ou crucifixos em parada gay), bem como, obras que fazem escárnio das fé. O senhor acredita que são casos isolados ou atendem aos anseios de um grupo?
Isso é agenda. Pauta anticristã diluída em diversos segmentos e grupos organizados. Na maioria dos casos patrocinadas e organizadas por grupos ligados a partidos comunistas/socialistas ou instituições simpáticas a essa agenda. Basta observar que políticas públicas e leis defendem os políticos que estão alinhados com esses grupos. Como, por exemplo, banheiros livres sem distinção de sexo ou idade. A quem isso interessa?
O senhor acredita que existam artífices inseridos nas igrejas que tem como missão desestabilizar ou distorcer os ensinamentos para, digamos, “implodir” as mesmas em benefício de um poder centralizado?
Assim como tivemos a Teologia da Libertação, condenada por católicos sinceros e conservadores, hoje temos a Teologia da Missão Integral, que segue linhas semelhantes. Ambas foram planejadas para isso: descontruir a sã doutrina no seio da cristandade, especialmente latino-americana. Hoje podemos ver pastores protestantes defendendo pautas progressistas em denominações tradicionais, o que era impensável há trinta anos, quando começou a doutrinação marxista e o aparelhamento das instituições educacionais. É claro que a vida espiritual de suas ovelhas e a pregação do Evangelho passam longe das intenções desses lobos travestidos de ovelhas, falsos profetas e apóstatas. Eles obviamente têm outros interesses por trás desse antievangelho comunoprogressista. Se assemelham mais aos fariseus que condenaram nosso Senhor Jesus Cristo para manter seu status junto ao Império Romano do que qualquer outra coisa.
Na sua opinião, existe uma ação proposital objetivando a superexposição de líderes eclesiásticos ora desviantes, como padres e pastores que maculam as igrejas, para estigmatizar os demais e suas respectivas igrejas de forma negativa, sendo, por isso, comum que pessoas rotulem pastores evangélicos como ímprobos e padres como pedófilos, com base em ilações?
Citarei Bezmenov de novo. O primeiro passo é “desmoralizar”, e o alvo prioritário é a religião. Temos exemplos assim na história. O Tenente-General Pacepa, na obra “Desinformação” explica a estratégia usada na antiga União Soviética para descontruir a figura pública do Papa Pio XII, que foi alcunhado de “Papa de Hitler” pelos comunistas. Mas isso vai mais longe, é mais amplo, essa superexposição está em toda a mídia, imprensa, artes… Basta ver as reportagens tendenciosas dos grandes veículos de informação e a atuação de boa parte dos artistas, que são simpáticos ao comunismo. Todos com aversão à fé judaico-cristã. O grupo “Porta dos Fundos”, por exemplo, tem se empenhado ardorosamente em ridicularizar e afrontar a fé cristã. Mas ele é só o resultado de anos de doutrinação marxista em nosso país. É o retrato de uma sociedade espiritualmente adoecida.
Como o senhor vê a questão da legalização do aborto, especialmente o que ocorrera na Colômbia, ocasião em que a corte constitucional daquele país aprovou tal prática até vinte e quatro semanas de gestação (seis meses)?
Do ponto de vista humano, homicídio. Do ponto de vista espiritual, sacrifício a Moloque. Não tem como não ver essa obsessão por bebês como uma ação sobrenatural do reino das trevas. Não dá para dissociar. É satanismo claro e simples.
Como o cristianismo lida com a corrupção?
Efésios 5:14 diz “E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas antes condenai-as”. A fé judaico-cristã condena o suborno (Êxodo 23:8), a opinião pública manipulada de forma fraudulenta (Êxodo 23:2), a corrupção (Provérbios 16:11 e 20:10), ou seja, a verdadeira aspiração cristã é a transparência, a lisura nas negociações, a correção e, principalmente, o bem estar social, que deve ser promovido por aqueles que são eleitos pelo povo para isso. Por isso é assustador presenciar ministros do Evangelho e pregadores em geral, sejam eles padres, pastores, bispos, etc., de braços dados com o que há de pior em termos de ética na política nacional, que são partidos como PT, PC do B e PSOL. Não outra forma de classificar isso como não sendo apostasia.
Sobre a legalização das drogas, qual a visão de um cristão a respeito do fato?
Só pode ser contrária. Veementemente contrária. As drogas têm sido fator de destruição e desagregação familiar há muito tempo. E mesmo as consideradas mais “leves” e “inofensivas” já foram desmascaradas por estudos recentes e declaradas danosas ao organismo do usuário. Por fim, constitui um vício, uma forma de escravidão, e a única forma de “escravidão” que o cristianismo pode aceitar é a “escravidão” de Deus, como bem fala Paulo ao se apresentar em Romanos 1:1
“Eu, Paulo, escravo de Cristo…”. Escravidão é servidão. E não se pode servir a dois senhores.
A respeito da erotização infantil, qual a dimensão do estrago que isso trará às futuras gerações e como a família e a igreja podem atuar para combater tal prática?
O estrago é universal. Vai do lobby para que leis satânicas sejam implementadas, como permitir o casamento entre pais e filhos e entre irmãos, a diminuição da idade para que crianças possam se relacionar com adultos e o fortalecimento da agenda da identidade de gênero, uma aberração civilizacional. A progressiva erotização das crianças tende as vitimizar e enlouquecer, literalmente, disparando uma série de distúrbios psicológicos com a fragmentação das etapas de crescimento e alijamento total da formação ética, moral e espiritual. É mais um plano diabólico das elites satânicas que puxam as cordinhas deste mundo que jaz no maligno.
Na sua opinião, como um cristão deve suportar e, se for o caso, reagir diante do cenário atual. Existe uma luz no fim do túnel ou o apocalipse se avizinha?
Ambas as alternativas estão corretas. Mas o cristão não deve temer o Apocalipse. Ao contrário, quanto mais perto esse mundo estiver do fim, mas estaremos perto de voltarmos para o nosso verdadeiro lar. E até lá, as orientações estão claras
“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimentais qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”
e, principalmente,
“No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo!” (João 16:33).
Uma reflexão para os brasileiros no momento atual.
Que todos entendam que estamos passando por um momento crítico que vai além de questões meramente políticas ou financeiras. Estamos mergulhados na batalha espiritual mais agressiva da nossa história e o que está em jogo não é a vitória de um partido ou de uma ideologia, mas sim a nossa vida, a nossa fé e a nossa liberdade. Os representantes da elite santanista do mundo, os partidos de esquerda (PT, PC do B, PSOL, PSDB, etc) estão empenhados como nunca em tomar o país das mãos do povo, que hoje é representado pelo único Presidente eleito democraticamente que apoia e abraça as nossas pautas cristãs e conservadoras. E esses esquerdopatas sequer escondem suas intenções, como faziam anteriormente, hoje eles já deixam claro que querem nos perseguir, cercear, controlar nossas igrejas, constranger nossos líderes espirituais, monitorar nossas vidas, calar os profetas e destruir o país. Nós, cristãos, precisamos nos mantermos unidos em oração, a nossa arma mais poderosa, mas também agir com sabedoria no momento certo, como na hora de votar. Precisamos observar candidatos que falem a nossa língua e que defendam as nossas liberdades individuais e valores na hora de escolher, e rejeitar todo e qualquer candidato alinhado com essa agenda maligna que quer destruir tudo de bom que Deus criou. É “vigiar e orar”, como alertou nosso Senhor Jesus Cristo. Com os joelhos no chão e o voto certo na urna, certamente teremos dias melhores diante desse caos em que o mundo está se tornando. Brasil acima de tudo. DEUS ACIMA DE TODOS.