Por Leandro Costa e Edson Araujo
Adaptação de Munique Costa e Pedro Costa
Quem é o Alberto Barreto, qual sua origem, o que fez você vir para a política?
Vou contar um pouquinho da minha história. Sou Taubateano, nascido e criado em Taubaté, tenho 48 anos, sou do bairro Conjunto Independência. Meu pai, seu José Barreto da Costa, a minha mãe, Márcia Batista Barreto da Costa que hoje estão no céu. Faço um trabalho para honrar, 1º lugar é honrar a Deus e honrar meus pais. Fui militar durante 4 anos no Exército, como cabo, trabalhei com vendas e depois fui para o ramo de autoescola, onde trabalhei durante 22 anos e eu sempre gostei de política, sempre acompanhei, sempre gostei de estudar. Quando trabalhei com vendas eu fiquei 1 ano estudando para depois vender o produto. Eu gosto de realmente, saber daquilo que estou falando, se eu não tiver certeza daquilo que estou falando, não vou falar.
E na política também foi assim, fui estudar a política como funciona, as ideologias políticas, ver onde eu me encaixava. Quando eu resolvi que eu ia entrar para a política mesmo como candidato eu fui estudar como funciona a política eleitoral, a política partidária, quis entender tudo primeiro para depois entrar. Em 2013 quando começou as manifestações, no Brasil, eu comecei a participar, só que ali era uma bagunça não tinha uma questão ideológica, era a população revoltada. Já em 2014 as coisas começaram a se definir mais, questão de direita, de esquerda. Em 2015 participando das manifestações do impeachment contra a Dilma fui para Brasília fiquei no acampamento em frente ao Congresso. Saí de Taubaté sozinho e fui para Brasília fiquei uma semana acampado, cheguei no dia 14 de novembro de 2015, pois no dia seguinte houve a grande manifestação. Conheci vários grupos que faziam as manifestações, na época tinha o grupo Os revoltados Online com Marcelo Reis a frente, a Bia Kicis, tinha o MBL com o Vem pra rua e também tinha um grupo de intervencionistas acampado e como fui como cidadão comum, não fazia parte de nenhum grupo, consegui observar todos aqueles grupos e a única pessoa que eu posso dizer para você que é exatamente aquilo que tava nas redes sociais e eu encontrei na vida real ali dentro e continuo acompanhando na política hoje e não mudou nada é a Bia Kicis, deputada federal, ela é exatamente aquilo não mudou nada até hoje. Outros me decepcionaram muito, por exemplo, o MBL que lá atrás convivi dias junto com eles e me decepcionou muito.
E quando voltei falei para meu irmão, se a gente quiser mudar alguma coisa na política, a gente tem que ser o agente modificador e não só apoiar aquelas pessoas que estão lá porque não vai vir coisa boa e ali comecei a procurar um partido, quero me candidatar a vereador daqui de Taubaté. Em 2016 eu pensei isso, não consegui achar um partido, passou. A partir de 2017 criamos um grupo, aqui em Taubaté que se chama Conservadores de Taubaté. Esse grupo se pautava em três princípios básicos de funcionamento: 1 – acompanhar todas as sessões da Câmara municipal, toda terça-feira estava nosso grupo ou no mínimo alguém do grupo representando, acompanhando a sessão, as pautas, debatendo, chamando o vereador, seu projeto é ruim precisa mudar aqui, o seu projeto é bom vamos apoiar. Fizemos esse trabalho de cidadão mesmo de acompanhar as sessões na Câmara Municipal.
Alguns projetos a gente conseguiu modificar, outros a gente conseguiu barrar e outros não conseguimos, mas faz parte. 2 – organizar as manifestações nas ruas da cidade. Então aqui em Taubaté éramos nós que organizávamos as manifestações. 3 – curso de formação política e conservadorismo. Montamos um curso para que nós pudéssemos se reunir, entender como funciona a política, pensamento conservador, pensamento liberal econômico e também ajudar formar futuros candidatos. Então eu não estava só pensando na minha candidatura eu estava querendo formar candidatos e falava assim, se amanhã você não for eleito será um excelente assessor porque você conhece como funciona a política, o que precisa, o que é certo e errado, como argumentar, justificar o porque está errado. Esse trabalho ficou de 2017 até 2020 veio a pandemia prejudicou as reuniões, os estudos e também as questões das eleições de 2020 onde vim candidato a vereador, muitas pessoas que faziam parte desse grupo de estudo vieram candidatos, se não me engano foram eu e mais quatro. Combinamos de sair todos no mesmo partido porque se meus votos não me eleger, elege outro.
Todos os votos dos conservadores tem que estar focado em um único partido e Graças a Deus tivemos resultado conseguimos eleger um vereador, que sou eu, entendo que o meu mandato não é só meu é desse grupo de conservadores, de pessoas que estavam no mesmo partido com o mesmo objetivo. Fui eleito em 2020 tomei posse em 2021 e estamos completando quase 1 ano de trabalho na Câmara Municipal. Em 2016 quando veio o Brasil Paralelo eu fui membro fundador tiveram muitas pessoas que apostaram mesmo sem saber o que realmente ele era e eu fui uma dessas pessoas que já entendia, sou assinante do Brasil Paralelo desde o início apoiando eles e acho que é o melhor investimento para adquirir esse conhecimento sobre a política no Brasil.
A questão de Taubaté, o cenário político. O que você vislumbra para o hoje e para o futuro?
Taubaté é uma cidade muito conservadora nós nunca tivemos um prefeito do PT, uma vez tivemos dois vereadores eleitos pelo PT e nunca mais. Hoje na Câmara municipal não temos nenhum vereador do PT, temos uma vereadora do PSB, uma vereadora do Cidadania e outro vereador que foi do PCdoB e hoje é do DEM, mas declaradamente de esquerda nós não temos na Câmara. Temos a Talita cadeirante que se declara de esquerda, progressista, agora eles mudam o nome, antes era comunista, mas esse nome pegou mal virou socialista, o nazismo filho do comunismo com o socialismo é de direita e eles vão distorcendo e agora o nome da moda é progressista, não são de esquerda são progressista. Ela é declarada, a própria vereadora Eliza, por exemplo, que é do mandato coletivo na cidade ela diz que não gosta de se colocar em uma caixa porque tem pautas que ela vota junto comigo e tem pautas que não. A gente não tem uma esquerda tão declarada na cidade. Tivemos a ex-vereadora Loreni que foi candidata mas perdeu exatamente por questões que ela defendia anti o pensamento conservador e isso, óbvio atrapalhou a candidatura dela, Graças a Deus. Aqui o cenário político da cidade é muito conservador ela sofre influência de decisões políticas do estado e da União, antes não fosse assim, mas é, então a gente não pode só se preocupar com as questões políticas do município precisamos prestar atenção nas questões políticas do estado porque influencia nossa cidade. Estamos vendo agora o Dória aumentando imposto sobre IPVA, por exemplo, aumentou durante o ano passado vários impostos sobre questão da própria cesta básica de alimentação, então também precisamos ficar de olho nas questões políticas estadual, assim como também o que acontece em Brasília porque infelizmente, as coisas só mudam em Brasília. Muitas as vezes a população vem cobrar o vereador uma mudança que não cabe a gente, cabe ao governo federal e se eles não mudar a lei não vamos fazer nada. Então temos que ficar antenados nessas questões.
E o futuro, tanto de Taubaté quanto de São Paulo, até pelo governo que hoje tem é bem preocupante.
Em 2016 quando decidi entrar na política o meu objetivo era o seguinte: eu estou vendo aqui o Bolsonaro tentando fazer alguma coisa, tentando fazer uma pauta conservadora, de direita, defender os princípios e valores, só que o que acontece ele é um só, então eu falei se a gente quer apoiar ele para Presidente da República temos que eleger deputados que vão apoiar ele no Congresso, vamos precisar de vereadores nas Câmaras municipais falando a mesma linguagem, já trabalhando a narrativa daquilo que a gente quer levar, a informação que a gente quer levar. Então, por isso que pensei em 2016 em me eleger vereador porque se eu tiver na Câmara Municipal falando as pautas conservadoras, falando sobre aquilo que o Bolsonaro quer fazer e mudar, a gente vai ajudar a difundir mais essas informações. Então o meu objetivo de entrar na política era exatamente isso, ser base de apoio para uma mudança e estrutura muito maior que a gente precisa no Brasil. Quando em 2018 a gente apoiou vários deputados tanto estadual quanto federal para serem eleitos era com esse objetivo, nós precisamos formar uma câmara de deputados estaduais e federais que vão ajudar a fomentar esse pensamento para que possa mudar. A gente sabe que nada muda no estalar de dedos, infelizmente, a política não é assim que faz. Então esse foi o meu objetivo para entrar e hoje meu objetivo de estar vereador é exatamente para isso para levar o pensamento conservador para dentro das propostas da câmara municipal de interesse do município, mas também pautar as questões do estado e federal, muitas das vezes recebo críticas dentro da câmara municipal porque fico falando de Brasília, de São Paulo, mas Taubaté não está isolado no mundo está dentro do contexto de São Paulo está dentro do contexto federal. Temos que entender, por exemplo, porque Taubaté gerou muito desemprego e 3500 falências em Taubaté na pandemia, por decisões do governo do estado, do STF em Brasília, não foi decisão do Presidente, não foi decisão do Prefeito, muitas vezes o Prefeito queira abrir e vinha o Ministério Público com ações em cima do Prefeito obrigando a ele cumprir o decreto do estado. As pessoas precisam entender que na política não é só o município, a função do vereador não é olhar só o município, tem que olhar o estado e a União porque as decisões refletem no município. É esse trabalho que a gente vislumbra e eu estou aqui dentro da câmara municipal exatamente trabalhando para isso, trabalhando para que a gente possa reeleger o Presidente Bolsonaro, mas que a gente possa eleger os bons deputados que não traíram o Presidente que continuaram apoiando as pautas dele e se possível descobrir novos políticos porque só reeleger esses não vai resolver a gente precisa eleger outros, senão ele fica espremido lá no Congresso como ficou esses últimos anos.
Qual a sua expectativa para o futuro do Brasil, dos conservadores?
Temos um futuro grande, mas vai ser decidido agora em 2022. Acredito muito na reeleição do Presidente Bolsonaro. Acho que Lula não tem chance, esse Sérgio Moro pior ainda junto com o Dória que estão pensando em fazer uma parceira e isso é até bom, Alckmin junto com o Lula e o Dória junto com o Sérgio Moro junta tudo e joga fora, mas só que depende muito de eleger deputados, governadores que vão apoiar o Presidente se não vamos ficar amarrados mais 4 anos fazendo mudanças a conta gota tanto que muitas pessoas criticam, por exemplo, dizendo que as pautas conservadoras do governo Bolsonaro foram deixadas de lado, não é que foram deixadas de lado é que não tinha ambiente e não tem condições de andar e como eles sabem que isso é importante para o Presidente eles vão dar ré, estamos vendo a legislação sobre porte de armas, direito do cidadão portar armas como é tão resistente a mudança na lei porque as pessoas sabem que essa é uma pauta de interesse do Presidente era promessa de campanha dele e por isso eles vetaram, quando a gente tiver mais políticos dentro do Congresso que apoiam as pautas do Presidente, irá melhorar, que tenham essa visão que querem realmente ir para dentro do Congresso pra ajudar o Presidente. Vimos muito, no comecinho da pandemia, conversando com o Dr. Carlos Nigro temos um vídeo no meu canal de uma live que fizemos em março de 2020 que a gente falava será que a pandemia ela vai servir para avançar as pautas liberais e conservadoras ou vai servir para andar as pautas comunistas de globalização? Hoje eu posso dizer para vocês que a gente perdeu muito, mas em alguns casos a gente avançou, por exemplo, hoje o homeschooling não tem mais desculpa para dizer que é contra porque as crianças estão há dois anos em homeschooling, estudando em casa com os pais, a gente vai continuar com todo mundo em homeschooling? Óbvio que não, têm muitos pais que quando abrir a escola ele vai mandar o filho, porque ele não consegue ensinar, mas quem consegue, ela pode permanecer. Avançamos numas pautas liberais e conservadoras, mas em outras perdemos, na questão da liberdade, de expressão, de ir e vir, de trabalhar, na própria vacinação. Eu como vereador, conversando com a prefeitura, com os secretários e outros, a gente sempre fala, precisamos desburocratizar as coisas, pandemia gerou desemprego, a desburocratização atrairá novos empresários, precisamos recuperar a renda da cidade. Mesmo o cara que é de esquerda falava não, mas agora ele entende a necessidade e pensa em falar sim, não há como negar determinadas pautas, eles mesmos são empurrados para concordar. Alguns perguntam porque não crio um projeto para impedir passaporte sanitário em Taubaté, mas não há necessidade, temos que entender, onde dá para avançar nós avançamos, não digo nós que temos cargos, pois eu estou apenas exercendo um cargo, antes de tudo sou um cidadão e em primeiro lugar conservador, mas onde não dá para avançar, seguramos a barra, não tem projeto de passaporte sanitário em Taubaté, vai levantar a lebre. Por exemplo, eu sou contra obrigatoriedade de máscara, usa quem quiser, contra obrigatoriedade de vacina, agora, eu vou criar uma lei que regulamenta a utilização da máscara? Eu estaria trabalhando em favor da obrigatoriedade de máscara, na lei fala mais ou menos assim “quem te obrigar a tomar vacina, será responsabilizado por tudo que ocorrer com você pelo resto da vida”, parece ser bom, mas está transferindo a liberdade, dizendo que você pode me obrigar a tomar algo que eu não quero, desde que seja responsável pelos ocorridos, isso nada mais é que doar sua liberdade, eu brigo pelos meus direitos, é o meu corpo, minha liberdade, não vou tomar algo que eu não quero.
É até perigoso, na próxima pandemia, epidemia, qualquer coisa que eles queiram rotular, alegarão que já tem uma lei dando o poder para que te obriguem a vacinar, apenas se responsabilizando com o que acontecer, tomando todas as decisões ligadas a sua saúde.
Nada mais é do que o Estado, o Estado diz que você tem direito à saúde, mas, na prática, ele não dá. A própria lei quando foi criada a autorização para essas vacinas experimentais, dizia que ninguém poderia ser responsabilizado por conta de vacina, a empresa não pode ser responsabilizado, nem o Estado, está na lei. Não vamos regulamentar o errado, e sim, continuar defendendo o que é certo, você é livre, já tive Covid mas não tomei vacina, no meu gabinete, ninguém tomou vacina, por não quererem, eu não obriguei, tome quem quiser. Muitas vezes o conservador erra na mão quando acha que o Estado tem que regulamentar muita coisa, criar muitas leis.
As pessoas estão desesperadas ao ponto de aceitarem tomar qualquer coisa, além de pessoas vacinadas morrerem ainda há sequelas, dependendo se injetar açúcar na pessoa ela sai contente achando que está imune, muitas vezes nem sabe o que foi aplicado nem seus efeitos.
Eu fiz um projeto de lei, toda vez que o Prefeito fizer um decreto que fechará o comércio, vai ter um impacto econômico, 48 horas ele tem que estar na Câmara Municipal em uma audiência pública com os vereadores e associação comercial e industrial da cidade para discutir sobre o decreto, além de basear-se necessariamente num estudo científico.
Isso dificultará medidas autoritárias, se o Prefeito não convencer os vereadores, eles podem revogar o decreto do Prefeito, agora, para poder aprovar este projeto eu preciso que os vereadores estejam comigo, necessita-se de uma articulação política, se eu ficar brigando com todo mundo, quando precisar do voto deles para aprovar um projeto bom não terei apoio.
Nós sabemos que o sistema está tomado, então o Legislativo também está, qual a dificuldade sendo minoria para defender nossas pautas e travar as pautas deles, e ainda sim, a cobrança do imediatismo, achando que um de dezenove vereadores vai dobrar os outros dezoito para aprovar o que bem entender.
Aqui em Taubaté tem um mandato coletivo, são três covereadores ali, mesmo que não exista isso na lei, mas o Rafa, que faz parte deste contrato, é homossexual e ele chegou na câmara e disse “Alberto você está quebrando meus preconceitos” eles enxergavam os conservadores como radicais, os diálogos quebram preconceitos através do respeito mútuo, um político muito raivoso que resolve a ferro e fogo, nem sempre vai dar resultado, precisamos de pessoas que saibam se articular.
O vereador, o político, o ativista conservador, o cidadão Alberto, tem algum projeto, trabalho, que possa ser dito sem prejudicar quaisquer estratégias?
Quando eleito tive dificuldade de conciliar as coisas com a própria vida normal, tanto eu quanto meus assessores estamos trabalhando nisto pela primeira vez, então no primeiro ano de trabalho foi mais pra entender como as coisas funcionam, neste próximo ano iremos corrigir os erros e passar esse conhecimento de dentro para fora, pessoas que conheçam o sistema entrem na política, ou até mesmo para estar bem formado dentro do conservadorismo, reconhecendo quando devemos avançar, perder ou ficar no zero a zero, não se ganha todas as lutas, principalmente sendo um em meio a 19.
Algum recado, colocação ou algo?
O recado seria para as pessoas entrarem mais na política, conhecerem mais, a parte interna da casa, fazer uma visita, assistir uma sessão, tente conversar com um vereador para entender como as coisas, pois as pessoas podem ser manipuladas. Em uma cidade, reduziu-se o número de vereadores e as pessoas acham que fez o certo, algo íntegro, diminuindo os gastos com salário, mas, na verdade, era pra não ter vagas para oposição, ao fazer as contas perceberam que tinham votos suficientes para ser uma enorme maioria, diminuíram de 17 para 14, apenas vereadores bons perderam vagas, enquanto pessoas que votariam nestes, acharam uma boa mudança por serem nitidamente manipuladas.
Escrito por Leandro Costa