Dois foram os slogans utilizados na campanha eleitoral de Lula: o famigerado “Faz o L” (que, descaradamente, foi inspirado no gesto do jogador do Fluminense German Cano, ao homenagear seu filho, Lorenzo); e o outro chamado “O amor vencerá”. Vamos nos aprofundar neste.
Durante os quatro anos de Governo Bolsonaro, o discurso da esquerda foi uníssono: “Bolsonaro dissemina ódio”, “Lutaremos contra o ódio”, “Ninguém solta a mão de ninguém”; discurso este baseado em falácias, não em fatos concretos, diga-se de passagem.
Aqueles que afirmam tal absurdo dizem que Bolsonaro dissemina ódio ao defender torturadores, ao apresentar comportamento misógino, por ser contar o ativismo LGBT, entre outras falácias. Até poderia dissecar cada um desses tópicos e refutá-los, mas seria, como diz o ditado, “chover no molhado”, haja vista que muitos já o fizeram antes de mim. Mas, partindo da premissa de que houvesse alguma verdade nesse discurso, como lutar contra o tal “discurso de ódio”? A Bíblia explica:
“Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem.” (Romanos 12.21)
Contudo, como já sabemos que esquerda e Bíblia não podem compor a mesma sentença, eles se utilizam de outros meios para lutar pela “democracia”. Antes mesmo da eleição de Bolsonaro, alguns membros da esquerda já demonstravam seu “amor” por seus desafetos políticos.
Quem não se lembra do discurso “amoroso” de Mauro Iasi, professor da UFRJ?
“Nós sabemos que você (direita) é nosso inimigo. Mas, considerando que você, como afirma, é uma pessoa boa, nós estamos dispostos a oferecer a você o seguinte: um bom paredão, onde vamos colocá-lo na frente de uma boa espingarda, uma boa bala, e vamos oferecer depois de uma boa pá, uma boa cova! Com a direita e o conservadorismo, nenhum diálogo. Luta!”
Que lindo, não?
Ontem, na Copa do Mundo, o jogador Neymar sofreu um entorse no tornozelo e ficará de fora a primeira fase da competição. A deputada Gleisi Hoffmann, com todo seu amor e carinho, disse: “Foi tarde”. Ué, por que isso? Ahhh… Neymar apoiou Bolsonaro nas eleições.
Vejam como o lado vermelho da força trata aqueles que divergem de sua visão de mundo; e ainda dizem que o “amor venceu”. Mas qual amor?
A Bíblia trata do que de fato é o amor:
“O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.” (1º Coríntios 13.4-6)
Ou seja, quem ama de fato nem sempre vai concordar com todas as ideias, porém será cordato; não irá maltratar o seu próximo por conta de opiniões divergentes. E muito menos desejará a morte alheia. Mas é aquilo: esquerda e Bíblia não cabem na mesma sentença.
Contudo, há um tipo de “amor” no qual a ala vermelha da força se encaixa perfeitamente: o que está descrito na Lei de Thelema. E para quem desconhece, explico.
Em 1904, o bruxo Aleister Crowley foi ao Egito e consultou-se com o demônio Aiwass, que lhe ditou o que ficou conhecido como “Livro da Lei” ou “Lei de Thelema”, e que possui duas máximas: “Faze o que tu queres” e “O amor é sob vontade”.
Mas, que vontade? Aiwass explica:
“A palavra de Pecado é Restrição. Ó homem! Não recuseis tua esposa, se ela o quiser! Ó amante, se quereis, ide embora! Não há vínculo que possa unir o dividido senão o amor: tudo o mais é uma maldição.”
Ou seja: é pecado recusar a tua vontade. Se você ama, pode fazer o que quiser.
Percebam como este conceito de amor, distorcido e egoísta, é que tem permeado nossa sociedade nos dias atuais, e que também é exercido pela ala da esquerda que se diz democrática: só demonstro algum “amor” para quem faz parte da minha patota; caso contrário, minha vontade (“Faze o que tu queres”) prevalecerá. E a vontade poderá ser a de, inclusive, matar. Foi isso que os maiores regimes ditatoriais (nazismo, fascismo e comunismo) fizeram com seus detratores. No Brasil, não foi o “amor” que venceu, mas um discurso hipócrita e egoísta que trata como inimigo mortal todo aquele que ousa pensar de forma diferente.
Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania N.º 24