Depressão e ansiedade

Depressão e ansiedade

O exacerbo da depressão e ansiedade

Ambas as doenças psicológicas sempre foram presentes na sociedade, visto que podem ser causadas por problemas bioquímicos no cérebro, em neurotransmissores e afins, sendo uma doença “comum”, algo no corpo deixando de funcionar como deveria. Entretanto, são doenças que hodiernamente estão mais presentes, com causas majoritariamente psicológicas, e não pela má produção de algum hormônio.

Dito isto, excluindo os casos meramente corporais, os quais sempre acontecerão, pois imprevistos e mal funcionamentos em nossas células sempre ocorrerão, visamos os casos cujo se concretizam através do indivíduo.

No primeiro momento, lidamos com a responsabilidade, este que é um dos maiores fatores para o produto depressão, quando não é dada da forma adequada. Para falar disto, devemos falar primeiro da geração anterior ao que será usada como referencial, ou seja, classificarei a minha geração (entre seus dezessete e vinte anos) como terceira, os pais desta como segunda e assim sucessivamente para a primeira.

A primeira geração e seus antepassados, eram uma sociedade baseada em valores, os quais jamais teriam vergonha de ser “privilegiado”, e sim, orgulho dos seus pais, avós, bisavós, que se dedicaram tanto para criar algo sólido para a família, tendo o dever de, no mínimo, manter o legado para a próxima geração, portanto, tinha-se a compreensão que nada vem de graça, e que nem todo sucesso foi conquistado às custas do fracasso de outrem, não era uma vergonha se esforçar, almejar algo adiante, não podendo ser confundido ambição com ganância.

Destes, criaram-se a segunda geração, a qual por já ter influência de progressistas na escola, fora do círculo familiar, agendas superlotadas, as quais diminuíam o contato dos pais com seus filhos, estes perderam tais valores, iniciando uma mentalidade de que o mundo deveria ser perfeito para ele, sendo uma geração frustrada, a qual passou isto adiante, de uma forma contraria.

Quando a segunda geração teve filhos, os quais as escolas já estavam, basicamente, tomadas por esquerdopatas, o sentimento de que o mundo deveria ser perfeito para o indivíduo apenas aumentava, os pais comungavam do mesmo ânimo, estes que pensavam “Como assim meu pai não me deu um carro quando fiz dezoito anos? Que absurdo, é um ultraje passar por isso”, partindo disto, davam para os filhos tudo aquilo que não receberam na infância, em forma de lidar com a frustração.

O produto destes fatores, nada mais é, do que uma geração a qual não sabe a dificuldade de consolidar algo, como mencionado no meu texto exclusivo da Revista Edição Especial 1, acreditam em uma chave para tudo aquilo que querem simplesmente cair do céu, basta virá-la na fechadura.

Partindo deste princípio podemos abordar a responsabilidade mencionada, visto que, alguém que não necessariamente tinha condições para suas cobiças, muitas vezes seus pais entravam em dívidas para bancar os “sonhos” de seus filhos, pois estes se viam frustrados e não queriam passar este “trauma” adiante, fazem com que este jovem não saiba abdicar nada, muito menos ter sapiência do que é realmente responsabilidade.

E onde a depressão e ansiedade entram? Simples, seus pais não são eternos, e com um jovem deste, nem mesmo seu legado será – caso estes em algum momento tenham criado algum – portanto, o mundo visto pelo indivíduo mimado, é um mar de rosas, rosas as quais o ser não faz-se hábil para vislumbrar os espinhos perante vossas ondas, entranhando-se nestas.

De forma mais prática, ao sair da aba de seus pais, tanto por casar-se e ir morar com seu cônjuge, ou pela morte dos genitores, o indivíduo se vê de frente à barreira chama responsabilidade, pois este agora deverá abanar seu próprio carvão – como dizem os mais sábios – isto é uma grande causa da depressão, uma vez que antes o sujeito poderia até trabalhar, mas não detinha em suas costas problemas sem soluções, pois mesmo que houvessem adversidades, teria alguém para resolvê-los em seu lugar.

Abdicar do lazer, ou daquilo que almejava, para dedicar-se à resolução de algo, tanto o tempo, quanto monetariamente, era algo que não ocorria, todavia, tornou-se necessário, o que diminui a produção de serotonina, pois não terás o fim de semana para lazer, nem poderá gastar 80% do seu salário como bem entender, as rédeas de uma família precisa ser tomada, o que agrava o problema quando a pessoa já tem filhos, pois estes precisam sim de responsabilidade, mas de forma gradual, pais que não tomem as rédeas dos problemas criaram um problema similar ou que os pais cujo tomavam as rédeas até demais, também criaram.

Isto é, retornando a segunda geração, alguns não enfrentavam o “trauma” de não ter recebido tudo na infância dando o do bom e do melhor para seus filhos, mas apenas, não lidam com as consequências de seus atos, deixam apenas um dos pais para criar da criança, deixam com os avós, e em casos mais torpes, a criança desde nova receberá uma enorme responsabilidade, o que pode criar alguém forte, ou desestabilizar completamente o infanto, e mesmo que não o faça, ainda deixará sequelas, ou ao menos sem um norte de como restituir uma família.

Tendo o lado da responsabilidade explícito, vale aprofundar-se em como a escola e a necessidade de “títulos” afasta o filho de seus pais, problema mencionado na diferenciação da terceira para segunda geração.

Atualmente, faz-se necessário mais do que apenas um ensino médio, muitas vezes, nem pessoas com ensino superior conseguem emprego, precisando de um vasto currículo para um emprego bom, ou contatos, os quais normalmente só serão apresentados ao indivíduo caso esta naturalmente esteja numa “casta” alta da sociedade. Isto é, a criança vai para a escola e passa a tarde em casa, provavelmente longe

de seus pais, visto que estes trabalham, mas o problema acentua-se na adolescência, idade esta a qual o caráter se forma.

Dominando-se a academia, é vantajoso ocupar o máximo do jovem neste local predominante, ou seja, das sete horas até às treze, mantêm-se na escola, retorna para casa ou come fora mesmo, para de tarde ir a um curso de inglês, informática, elétrica, mecânica, design, muitas vezes, fazendo mais do que um, ocupando a semana inteira do indivíduo. Ao chegar em casa depois de receber muita informação, já se esquece da primeira, então faz-se necessário revisar a matéria da escola, e por fim, interagir com sua família, que muitas das vezes todos estarão cansados e ocupados, pois o filho preocupa-se com suas notas, os pais que provavelmente não lidam bem com problemas e possivelmente passam adiante, em forma de descontar, fazendo tempestade em copo d’água pois estará convivendo com uma responsabilidade a qual não consegue lidar, tornando tudo um alvoroço, o que é uma das causas pela falta de serotonina.

Partindo deste princípio, pais que não sabem lidar com problemas, somados com jovens que passam mais tempo com doutrinadores acadêmicos do que com seus genitores, têm-se famílias deturpadas, e, por sua vez, pessoas deprimidas e ansiosas. Uma vez que não tem-se familiares para dividir os problemas – muita atenção na palavra dividir, pois ninguém deve resolver os problemas de outrem, mas dar um apoio, um conselho, ou até mesmo apenas dizer sua opinião, para fazer com que o indivíduo pense por outro prisma, é o papel de uma família – portanto, a pessoa se vê sem rumo, nem esperança, tornando-se uma casca vazia.

O que vira alguém cujo odeia os pais, mesmo que não mencione diretamente, diz ter repulsa de heterossexuais, alguém o qual diz odiar crianças, por isto jamais teria filhos, indivíduo este em que busca apenas poder momentâneo, e não um legado para deixar adiante, este cujo diz que a religião é um ópio, mas que sua maconha é medicinal. Resta meramente uma casca, a qual não tem apreço por nada, além de si próprio.

Como enfrentar um mundo nefasto, em épocas as quais lutar pelo direito de uma criança nascer é motivo para ser visto como um sub ser, mundo este o qual defende-se cracolândias enquanto atacam igrejas, sendo que você não tem nada maior para sustentar-se. Diferente da ganância hodierna vista, onde muitos fazem de tudo pela fama, pela monetização, gravam-se agindo como animais – literalmente – antigamente, tinha-se como normal uma ambição de tradição, isto é, “o que deixarei para o meu filho?” o rapaz almejava-se ser como seu pai, a moça tinha como motivação, ser tenaz da forma que sua mãe sempre fora. Para chegar em seus momentos finais, e perguntar-se sobre esta meta, o que nos dias de hoje, é completamente deturpado.

Atualmente, tem-se como normal, o filho dizer que tem vergonha dos pais, por serem tradicionais, ou por coisas triviais, como não comungar do mesmo gosto musical, ou de roupas. É natural que estas coisas mudem, até pela época em que cada um nasceu, mas os valores são algo que tem sido deixado de lado, pelo motivo mais fútil possível.

Conclui-se que, o adulto depressivo, é aquele cujo teve severos problemas para lidar com suas responsabilidades, o que diferencia-se um pouco do jovem depressivo, cujo provavelmente nunca lidara com a respectiva adversidade, pois, assim como nos alimentos, onde você não pode comer proteína, mas também não pode viver de carboidratos, na vida, não é viável viver de lazer em boas memórias, sem ter dificuldades a serem enfrentadas, estas que devem ser crescente, conforme sua maturidade chega.

Não é válido uma criança de oito anos trabalhar para sustentar sua família, assim como não é válido que um adulto de quarenta anos viva às custas dos pais. É como uma balança, ao crescer e ganhar direitos, receberá deveres, ao poder andar na rua sozinho após atingir certa idade, começará a comprar coisas que te pedirem, mesmo que fúteis como comprar um fio, que mais tarde fora percebido que não era necessário, mas isto é para criar um sentimento de responsabilidade no indivíduo desde novo, para que mais tarde, não se frustre quando pedirem para fazer determinado serviço numa empresa, que demande uma semana de trabalho árduo, para no fim, não ser utilizado.

A depressão nada mais é, do que o produto de uma superproteção, do sentimento de que você não precisa ter sacrifícios para ter benefícios, e a ansiedade, por sua vez, é o sentimento da falta de preparo, ou ao menos, que você tenha na sua mente uma falta de preparo, por mais que esta afirmação não seja verdadeira.

Sofrer de ansiedade, nada mais é, do que sofrer de antemão por um problema, o qual você ainda não precisa enfrentar. Supor através de si próprio, que será uma barreira de três quilômetros, a qual deve ser escalada em uma dezena de segundos, sendo que esta chega sendo um quebra mola, basta notar, que não te dará tamanha dor de cabeça quanto fora imaginado.

Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. I N.º 12 – ISSN 2764-3867

Leia também: RELIGIÃO, CIÊNCIA E FILOSOFIA

Sobre o autor

Pedro Costa

Estudante de Direito, Editor auxiliar e colunista na Revista Conhecimento & Cidadania.

Trackbacks / Pingbacks

  1. O delir do propósito - LEANDRO COSTA - CONSERVADOR RJ - […] Aqui, faço uma interligação de textos para maior compreensão e uma leitura sobre cada tópico referente ao assunto. Com…

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

BIOGRAFIA

Leandro Costa

Servidor público, advogado impedido, professor de Direito, Diretor Acadêmico do projeto Direito nas Escolas e editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania.

Defensor de uma sociedade rica em valores, acredito que o Brasil despertou e luta para sair da lama vermelha que tentou nos engolir. Sob às bênçãos de Deus defenderemos nossa pátria, família e liberdade, tendo como arma a verdade.

É preciso fazer a nossa parte como cidadãos, lutar incessantemente por nosso povo e deixar um legado para as futuras gerações. A política deve ser um meio do cidadão conduzir a nação, jamais uma forma de submissão a tiranos.

FALE COMIGO

Escreva sua mensagem aqui. Dúvida, ideia, critica.