Bailando sobre cadáveres

Bailando sobre cadáveres

Uma das maravilhas da antiguidade era o conhecido Colossos de Rodes, uma escultura de bronze que representava o deus Hélios, divindade grega do sol, adorada na ilha cujo nome batizara a grande obra. Em que pese tenha sido uma construção ímpar, tanto que, constava no rol das maravilhas da idade antiga, tal monumento não resistira por muito tempo, pois um terremoto abalou sua estrutura, destruindo-a.

A construção teve início em 294 a.C e perdurou por doze anos, sendo um símbolo da vitória de Rode face a invasão movida por Demétrio I, da Macedônia. O terremoto, por sua vez, ocorrera em 225 a.C, derrubando a imponente obra, contudo, as partes foram completamente destruídas e removidas do local somente no ano de 654 da era cristã, quando os árabes invadiram a ilha.

Importante observar que a grande diferença cultural fez com que os árabes não tivessem considerado o valor histórico dos restos do monumento, o que, não é uma exclusividade daquele povo. Era comum, infelizmente ainda é, que um povo de cultura diferente não preservasse símbolos que possuem valor histórico insubstituível. Talvez por isso, alguns comemoraram o incêndio da Catedral de Notre Dame em Paris.

Para a mentalidade revolucionária, destruir a lembrança e o sagrado é uma das principais ferramentes para criar uma cultura paralela, dando margem ao chamado revisionismo histórico, nota-se que não se trata de resgate e sim do ato de esconder o passado, dando às futuras gerações uma versão ficcional que seja interessante à revolução. A história pode ser resgatada quando, por exemplo, uma evidência desconhecida é encontrada, fazendo com que determinado episódio da história humana, até então desconhecido, seja revelado, todavia, pode ser que o resgate se necessário para trazer ao conhecimento de todos aquilo que, propositalmente, fora encoberto.

Uma das ações revolucionárias, no sentido de reescrever a história, é a derrubada de estátuas, destruição de documentos e queima de livros, para ilustrar temos a destruição da estátua de Borba Gato e a Resolução do Congresso Nacional nº 4 de 28 de novembro de 2013, que tornou nula a vacância da presidência da República efetuada pelo Congresso Nacional no dia 02 de abril de 1964, de maneira que a participação do Poder Legislativo foi apagada da história.

Destruir a história é tirar de um povo sua identidade, podendo substituí-la por uma artificialmente cunhada pela elite revolucionária. Incutir nas mentes dos indivíduos sentimentos que não lhes são próprios é uma tarefa que demanda um grande aparato, para tanto, a revolução precisa cooptar agentes para que sirvam de pontes entre a grande massa e a elite revolucionária.

O elo entre a Torre de Marfim e as hordas, precisa ter forte influência entre seus seguidores, devem acreditar estarem em uma condição especial e precisam temer a perda de sua posição. Tais elementos se tornam mais identificáveis nas chamadas embalagens vazias, posto que, por serem peças de fácil descarte, não podem se opor aos seus senhores.

A beleza reluzente dos bailes atrai os mais frágeis como a luz faz com insetos, podendo deixar-lhes cegos em relação a tudo aquilo que o cerca, sendo uma armadilha fatal. Mas viver entre o glamour da dita alta sociedade, gozando do luxo, cobra um preço para tais indivíduos que, se forem atingidos por alguma dosagem de moral, recusar-se-ão pagá-lo.

Quanto mais dependente do aparato for o agente que serve de elo, mais se submeterá aos desmandos de seus senhores, fazendo com que a elite revolucionária tenha total controle sobre sua existência. Imaginemos um artista de grande influência se sujeitar a uma exposição na qual faz um papel de total idiota para que as explanações de seu interlocutor, na forma de ensino, possam atingir seus seguidores.

Em um primeiro momento, é preciso que o elo tenha considerável influência sobre um nicho de pessoas, o que é comum entre artistas, comunicadores em geral e líderes de segmentos, tais como, sindicatos, movimentos sociais, torcidas organizadas e outros tantos grupos que possam ser conduzidos como os minoritários são. Estes grupos assumem uma forma de mentalidade coletiva, que decorre da ideia de consciência coletiva de Émile Durkheim, na qual um grupo social comunga de determinados valores e de uma moral.

Assim, a mentalidade coletiva, menos enraizada, acaba sendo uma constante tomada de decisões pelo grupo que não podem ser questionadas ou afastadas do mesmo, de tal forma que o indivíduo que se dissociar dela, terá o ostracismo como sanção, deixando de pertencer ao coletivo e sendo despido de seu sentimento de pertencimento.

O ostracismo somente surtirá efeito se o indivíduo tiver o apego pelo grupo, sentindo que sua expulsão é uma punição, por tal razão, alguém que perde a ligação sentimental com o coletivo revolucionário não compreender-se-á sancionado, mas, liberto de uma prisão sem muros. O sentimento de pertencimento deve ser reiteradamente alimentado, fazendo com que cada um se identifique como parte do corpo, ainda que isso implique a rejeição de seus valores.

Aquele que lidera a matilha também precisa nutrir tal pensamento, para que guie seus seguidores no sentido de mantê-los cativos e servis aos anseios revolucionários, os chamados idiotas úteis precisam seguir suas lideranças, mas o líder também precisa conservá-los em suas rédeas, mantendo seu capital de influência e sua lealdade à revolução. O agente revolucionário que serve de elo, liderando determinado grupo, está preso em uma relação de poder e submissão em relação ao seu grupo, pois, perder o controle resultará na sua imprestabilidade aos olhos da elite que o controla e não representar seu secto fará com que procurem um novo guia.

A sedução do poder precisa ser consideravelmente forte, para que entorpeça tal indivíduo fazendo com que se torne um arauto da revolução, essa figura acaba por sentir-se especial, mais que os outros, uma vez que, exerce influência e se destaca como alguém que consegue guiar, em favor ou contra, os membros de seu secto conforme sua vontade. Quanto maior alcance de sua influência e relevante for sobre tais membros, o arauto terá mais força aos olhos dos que possuem as chaves dos palácios, permitindo que escale na sociedade barganhando a vontade alheia, haja vista, está se inclina conforme seu comando.

Aos moldes do Flautista e Hamelin, os arautos da revolução sabem que seu poder de barganha está no número de indivíduos que pode conduzir, assim, quem comanda um movimento social consideravelmente grande, sabe ter força para participar dos banquetes, pois, seu rebanho será a mão de obra para os anseios da revolução. Alguém que consiga mover, pela força de sua vontade, um grande número de pessoas, terá mais valor para a revolução, de forma que, grupos bestializados são ainda mais valorosos que os menos agressivos, controlar bestas violentas serve para intimidar opositores.

Sua alma perder-se-á entre a música e a sedução, ficando cada vez mais crédulo que é um ser iluminado e superior aos outros, corrompido pelo poder e o luxo que dele resulta, o arauto tem uma tendência natural em se transmutar num ser que se afasta de seu secto, assumindo que é mais próximo, existencialmente, da elite que o usa.

Ao passo que o arauto da revolução se considera um membro da elite, se distância do grupo que cativara, ficando ainda mais dependente do estamento para manter-se como relevante. Não por acaso, influenciadores que tiveram uma origem na classe média baixa e pobre, tende a se afastar dos seus e apoiar-se nos que considera seu novo grupo, gerando um novo sentimento de pertencimento que o elitiza, extraindo daquilo que começa a ver como massa de manobra e material, buscando se afixar como uma estrela na constelação. Efeito comum entre as celebridades que ascendem rapidamente, cujo sucesso decorre de um momento pontual ou de fato casual.

Arautos da revolução podem agir de forma inconsciente, sendo talvez mais perigoso em se comparando aos que sabem que fim pretendem atingir, simplesmente por estarem ainda mais apegados aos afagos que lhes são concedidos em troca de sua colaboração. Um líder sindical ou de uma militância revolucionária saberá quando recuar ou avançar, sendo um oponente muito mais astuto e perigoso, entretanto, o estrago feito por um influenciador, um artista, um chefe de agremiação, facção criminosa ou similar, por não receber um comando direto, pode agir de forma temerária, causando danos muito maiores.

O único motivo dos arautos da revolução serem recebidos nos palácios é para que possam cumprir sua missão de elo, aproximando-se de seus senhores e, cada vez mais, desprezando seus seguidores, entretanto, não são raros os casos em que tal efeito é propositalmente criado pelos senhores, fazendo com que, ao se sentir parte da elite, o arauto seja capaz de causar dano ao seu secto em favor aos que julga ser sua nova tribo, por outro lado, o medo do ostracismo se transfere para o grupo que acredita ser seu novo lugar, adquirindo com este o sentimento de pertencimento para substituir o que desprezara, torna-se um escravo da elite e uma farsa.

Supondo que um artista do baixo clero ou um influenciador “outsider” consiga ascender ao posto de celebridade, por seu próprio esforço, ou ainda pior, por obra de um mecanismo que lhe impulsionou às nuvens. Naturalmente, será “acolhido” pelas estrelas, muitas delas, também arautos da revolução, mas que já perderam toda a lembrança de que foram seres comuns um dia.

A doce morte dos iludidos ocorre quando sua prestabilidade se exaure, quando olham para aquilo que fizeram e constatam que serviram como um guia para o abatedouro, o que, infelizmente, se ocorrer, pode ser tarde demais. Alguns dos líderes acabam tendo a consciência do mal que promoveram e buscam se retratar, mas sabem que isso o trará, não somente o ostracismo, mas a vendeta de seus pares, uma vez que, ao expor a podridão que manipula as pessoas, acaba desnudando aqueles que não buscam a redenção, pois mantiveram-se entorpecidos pelo que creem a ambrosia dos eleitos.

Nada incomoda mais um revolucionário que um ex-revolucionário convertido.

Existem seres ainda piores, indivíduos materialistas que jamais arrepender-se-ão de suas ações, seja por serem vazios ao ponto de se contentar com a felicidade material, ou, por terem realmente a ambição como único “valor” que os move, acreditando que o poder justifica tudo e que o arrependimento é uma fraqueza.

Esses falsos profetas guiaram seu rebanho para a condenação, em um primeiro momento por acreditarem que seguem a luz, posteriormente, por estarem tomados pela sedução do poder e sucesso, e, por derradeiro, por não se importarem mais com as consequências de suas ações ou com seu secto, pois consideram-se de uma casta superior. Não por acaso, os líderes revolucionários abandonam o povo e o escraviza assim que chegam na posição almejada.

A condenação do rebanho implica a condenação do arauto, que tornar-se-á inservível, salvo se conseguir alcançar um patamar no qual possa influenciar outros grupos, colocando-se acime de outros que almejam sua posição e seduzindo-os para que sigam seu caminho. Não obstante, a maioria lutará para se manter como um convidado aos glamourosos bailes e ter passe livre entre a “nobreza”, fazendo qualquer coisa para que não sejam devolvidos à sua origem e marginalizados no meio em que se sentiram acolhidos e felizes.

Corrompidos pela própria vaidade, dançarão sobre mortos se isso for uma condição sine qua non para permanecer entre as estrelas, pois, a soberba os consumira e o medo da queda os assombrará por toda sua existência. Os diversos tipos de arautos da revolução, de teólogos da libertação aos influenciadores das redes sociais, sempre estarão de mãos dadas para seduzir os mais fracos e se apresentar como relevantes e capazes de guiar os rumos.

Por mais que um indivíduos se identifique como parte de um grupo, o que é saudável, bem como, veja em uma figura pública um bom exemplo, ao perceber que os laços de aproximação de tal arauto é resultado de sua assimilação por parte de um sistema que funciona como um mecanismo engenhosamente alinhado, é de suma importância observar que as ações de tal ser, ainda que de forma inconsciente, podem estar servindo aos interesses dos revolucionários.

Aos arautos, espera-se que despertem para que possam se libertar de sua prisão luxuosa, tendo em consideração que sua alma é aquilo que possuem de maior valor. Aos que estão livres do sentimento revolucionários, cumpre a missão de despertar aos incautos. Não podemos desprezar o mal, pois ele estará disposto a tudo para se perpetuar e seus agentes dançaram sobre cadáveres e se preciso for o farão novamente, para não perderem aquilo que acreditam ter conquistado.

Lembrem-se de quanto sangue a revolução derramou e ainda derrama para manter o seu tango da morte.

No passado surgiram falsos profetas no meio do povo, como também surgirão entre vocês falsos mestres. Estes introduzirão secretamente heresias destruidoras, chegando a negar o Soberano que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. Muitos seguirão os caminhos vergonhosos desses homens e, por causa deles, será difamado o caminho da verdade. Em sua cobiça, tais mestres os explorarão com histórias que inventaram. Há muito tempo a sua condenação paira sobre eles, e a sua destruição não tarda”. 2 Pedro 2:1-3

Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania N.º 22

Sobre o autor

Leandro Costa

Ideias conservadoras estão mudando o Brasil Todas as faces da esquerda, do socialismo mais radical à social democracia levaram nosso país para as trevas, destruíram a moral dos cidadãos e acabaram com os valores. Os conservadores estão tentando, desesperadamente, tirar o Brasil deste caos. Precisamos unir nossas forças enquanto é tempo de salvar nossa nação. Meu nome é Leandro Costa criei este site para divulgar ideias, trabalhos e contar com você para me ajudar a mudar o Rio de Janeiro e talvez o Brasil. Pretendo usar meus conhecimentos para, de fato, ajudar na construção de um mundo melhor. Convido você a fazer parte do meu time de apoiadores, amigos, entusiastas e todos que acreditam em minhas ideias. Defendo o conservadorismo e conto com sua ajuda para tirar o nosso povo da lama que a esquerda nos colocou.

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BIOGRAFIA

Leandro Costa

Servidor público, advogado impedido, professor de Direito, Diretor Acadêmico do projeto Direito nas Escolas e editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania.

Defensor de uma sociedade rica em valores, acredito que o Brasil despertou e luta para sair da lama vermelha que tentou nos engolir. Sob às bênçãos de Deus defenderemos nossa pátria, família e liberdade, tendo como arma a verdade.

É preciso fazer a nossa parte como cidadãos, lutar incessantemente por nosso povo e deixar um legado para as futuras gerações. A política deve ser um meio do cidadão conduzir a nação, jamais uma forma de submissão a tiranos.

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