Quem possui redes sociais deve ter visto vídeos de meninas furtando carteiras na Itália, isso ao som de “attenzione pickpocket” (“atenção, batedor de carteiras”). A dona da voz é a vereadora direitista Monica Poli, que faz parte do grupo Cittadini Non Distratti (Cidadãos não distraídos, em tradução livre). O grupo do qual ela faz parte percorre a cidade de Veneza e alerta para a presença de possíveis batedores de carteira.
Via de regra, as “pickpockets” são meninas jovens, bem-vestidas, que se aproximam sorrateiramente e furtam pertences de turistas, um perfil que, aparentemente, não oferece risco algum; contudo, são as “carinhas inocentes” as que possuem má índole ao ponto de roubarem idosos indefesos, sem qualquer remorso.
Infelizmente, não é exclusividade da Itália a presença de “pickpockets”, o Brasil também possui os seus; e não falo dos pivetes que roubam à luz do dia no centro do Rio de Janeiro, nem dos viciados em crack que o fazem para sustentar seu vício. Os piores “pickpockets” são os componentes do atual governo petista: estes roubam a nação com a conveniência da extrema imprensa.
No último dia 17 de Agosto, foram registradas treze quedas consecutivas da Bolsa de Valores. O último recorde negativo aconteceu em 1970, quando o Ibovespa caiu por 12 pregões seguidos. Naquele momento, o mundo passava por uma época difícil, em que o modelo de crescimento adotado depois do pós-guerra começava a declinar, gerando crises em diversos países.
Um dos motivos deste recorde vergonhoso é a saída de investidores do Brasil; isso se dá por conta da insegurança financeira que assola o país, devido ao aumento desenfreado de impostos.
Já no dia 2 de Janeiro, Lula revogou decreto que reduzia pela metade impostos de grandes empresas. A medida reduzia a 0,33% e 2%, respectivamente, as alíquotas da PIS/Pasep e Cofins incidentes sobre receitas financeiras, inclusive decorrentes de operações realizadas para fins de hedge, auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não-cumulativa das referidas contribuições.
Em Fevereiro, foi anunciada a retomada da tributação federal dos combustíveis. A incidência de PIS, Cofins e Cide sobre os combustíveis estava suspensa desde março de 2022, quando o então presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou a Lei Complementar 194/2022 com o objetivo de reduzir os preços dos derivados de petróleo ao consumidor.
Em Março, Fernando Haddad recebeu deputados e senadores da FPE (Frente Parlamentar Mista do Empreendedorismo) que recomendou a taxação de compras internacionais em sites como Shopee, Shein e similares (eu mesma estou com uma simples pulseira presa na alfândega). Além disso, Haddad anunciou que o governo editaria uma medida provisória (MP) para cobrar imposto de 9,2% sob a exportação do petróleo bruto por um período de quatro meses.
Em Maio, Haddad anunciou a taxação de rendimentos de aplicações no exterior por meio de aplicações financeiras, entidades controladas e bens e direitos nos chamados trusts – modalidade utilizada para administrar quantias de terceiros.
Um levantamento realizado pelo site Poder 360 apontou que o Acre está entre os estados que a gasolina aumentou desde que Lula da Silva assumiu. O Acre está em segundo lugar no ranking dos estados onde a gasolina subiu de preço, com R$ 6,37 o litro em 14 de julho, com variação de 19,5% com relação ao início do ano. A média de crescimento do Brasil é de 11,8%.
Mesmo após esta gama de aumentos absurdos, a extrema-imprensa parece fazer vista grossa para esta situação lamentável. Miriam Leitão, ex-membro do Partido Comunista do Brasil, parece apresentar bipolaridade política: quando o Governo Bolsonaro anunciou redução de preço dos combustíveis, ela escreveu:
“Não subir preço dos combustíveis beneficia rico que tem carrão e aumenta a injustiça”;
e a mesma Miriam, ao comentar sobre a retomada de imposto no atual governo:
“Cobrar imposto da gasolina é o melhor do ponto de vista social, fiscal e ambiental”.
É preciso tratar de obviedades quando falamos em refutar a ala vermelha da força: o agro produz alimentos que serão transportados por rodovia; logo, frete. Os mercados comprarão os alimentos e pagarão ao motorista; logo, frete. O motorista terá que parar diversas vezes para abastecer, a depender do trajeto; logo, imposto. O mercado reverterá o valor para o cliente, para não sofrer prejuízo; logo, imposto. E quem mais frequenta mercado neste país? O pobre! Logo, este sofrerá mais as consequências. Mas para dona Miriam, aumentar imposto é revolução.
Os maiores “pickpockets” vestem terno pago pelo contribuinte, que é roubado pelos mesmos. É um ciclo que poderia ter tido fim, caso Bolsonaro tivesse sido reeleito. E para os vermelhos que estão reclamando da situação econômica do país, um recado: faz o L que passa.
Texto publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. II N.º 33.
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