A elite financeira, o Rei de Copas
Chegamos à terceira e última das elites globais apresentadas por Olavo de Carvalho, a elite financeira e intelectual composta por grupos que se propõe à construção de um mundo conforme seus anseios, usando de narrativas e muito poder econômico para guiar as massas como rebanho em seus latifúndios humanos experimentais, acreditando-se iluminados e capazes de produzir um mundo melhor que Deus, ou se julgando deuses em si. Tais figuras macabras, ora se esgueiram pelas sombras, ora se expõem como baluartes da salvação da humanidade.
Antes de tratar do tema central, como feito nos textos anteriores, é importante explicar a figura do naipe de copas, ilustrada por um coração, segundo alguns, simbolizava o clero na sociedade francesa medieval, portanto, o leitor pode se perguntar qual a relação entre a elite financeira e o clero, uma vez que, em tese, o naipe de ouros, que simbolizava a nobreza, seria mais adequado, tendo sido usado quando tratamos do Califado.
A escolha teve dois pontos determinantes, no caso do Califado, era preciso desassociar às forças que governam as nações islâmicas e a fé do indivíduo, em que pese, tenha sido evidenciado que, no mundo islâmico, tal distinção, de fato, não existe. Todavia, não seria de bom alvitre, uma generalização robusta que pudesse induzir que todo adepto da fé islâmica coadune dos planos expansionistas dos líderes políticos e religiosos, por mais que lhe seja vedado se opor à ambição dos que pretendem a criação de um califado. Em resumo, a fé islâmica não se opõe aos anseios dos que buscar a imposição de um califado mundial, todavia, não é uma preocupação norteadora de todos aquele que adepto do islão. O naipe de ouros, pretendia ligar, ao menos de forma explícita, tal ideia às lideranças.
Os eurasianos foram representados pelo naipe de paus, que simboliza a plebe, justamente por usar do sentimento nacionalista artificialmente construído, como uma apelo por seus líderes, tais como, o Princípio de uma só China ou a expressão Mãe Rússia, fazendo com que o povo sonhe com uma grande nação eurasiana dominante e próspera. Por isso, a identificação popular é essencial para suportar os planos, em que pese, o naipe de espadas, que simboliza os militares, pudesse ser utilizado, a escolha depreendeu-se do apelo ao conceito de povo.
No caso da elite financeira e intelectual apresentada pelo pensador Olavo de Carvalho, a escolha pelo naipe de copas deriva da sua capacidade de influenciar os corações, tal como uma fé política bizarra, o que será explicado, como instrumento para guiar as massas ao seu propósito. Por mais que os indivíduos possam se colocar à venda, isso não se aplica a todos, portanto, é preciso aquebrantar a moral para que se naturalize a venda de valores que deveriam ser inestimáveis em uma espécie de escambo humano doentio.
A elite financeira e intelectual se sustenta essencialmente em quatro pilares, quais sejam, o potencial econômico, a produção acadêmica, o controle de informação e a rede de influência. É impossível aos senhores conhecidos como globalistas, garantir o controle sobre uma grande parte de indivíduos somente pelo poder financeiro, pois há quem resista o sufocamento econômico, bem como, não há como segurar as rédeas somente pela formação acadêmica, uma vez que, vozes dissonantes podem quebrar narrativas.
Os pilares formam uma base sólida para a elite financeira e intelectual, todas atuam de forma harmônica, mas para compreendê-las é necessário uma análise em separado.
A capacidade econômica, o pulmão da fera.
Através do poder monetário, a elite pode expandir sua influência por diversas frentes, comprando, corrompendo ou sufocando qualquer um que seja considerado interessante para a sua agenda, se consideramos que empresas como a Blackrock, Vanguard, Fidelity, State Street Corp e Morgan Stanley, controlam quase trinta trilhões de dólares, valor superior ao PIB dos Estados Unidos da América, podemos ter a dimensão que tais empresas, se somadas, poderiam ser consideradas a maior nação do mundo.
Evidente que o astronômico valor nas mãos dos grupos acima não pertencem diretamente aos seus gestores, sendo dinheiro de investidores que aplicam como investimento, entretanto, não há como negar que o poder de barganha dos gestores de tais empresas é quase que insuperável. Somente a Blackrock, que administra um valor muito superior ao PIB brasileiro, poderia causar grande impacto ao se manifestar em situações políticas, podendo gerar grande pressão sobre investidores, ainda que de menor porte. Nas vésperas das eleições de 2022, com o fim de influenciar ou à título de boato criado pela imprensa, foi veiculada matéria que ameaçava o mercado brasileiro em caso de reeleição, sugerindo que a gigante do investimento não colocaria qualquer centavo em um país enquanto o Chefe de Estado não fosse substituído.
Nota-se que a matéria, caso seja realmente a postura da empresa, pode ser considerada uma flagrante ameaça ao mercado financeiro nacional, uma forma de influenciar diretamente nas eleições, restando o questionamento se a Blackrock é mera gestora do investimento alheio ou se usa dos valores que deveria gerir para promover políticas do interesse de seus gestores, ainda que de forma compulsória e atentando contra a soberania de nações que pretenda influir. Curiosamente, um empresário brasileiro sofreu dura condenação por, em tese, incutir em seus funcionários o temor de que a empresa poderia ter dificuldades em caso de não reeleição, justamente, por tentar influenciar nos votos daqueles cidadãos.
Evidente que não caberia uma sanção em face da gigante do investimento, haja vista que, a nota atribuída à referida empresa não confirma o teor da matéria, portanto, pode-se considerar a hipótese de imprensa ter dado uma versão própria ao caso para direcionar à Blackrock a responsabilidade pela sua intenção de influenciar nas decisões dos eleitores e operadores do mercado financeiro.
De qualquer sorte, não há como negar que qualquer empresário de grande capital ou político responsável por questões de macroeconomia deveria pensar mais de uma vez antes de “desagradar” os dirigentes de empresas como as mencionadas, considerando que, uma manobra financeiro engenhosamente realizada por uma delas, ou ainda pior, orquestrada por diversas delas, poderia levar à quebra de uma grande empresa com capital aberto, ou mesmo, uma crise econômica em grandes países.
Conhecido como investidor “woke”, o CEO da Blackrock, Larry Fink, também apelidado de “campeão do investimento verde”, clara alusão a sua proeminente postura em defesa da chamada política ESG, deve ser observado como evidência de que a empresa conduz os ativos de seus investidores de forma politizada, utilizando o potencial econômico para influenciar em favor das crenças políticas de seu CEO. Não há como dissociar a Blackrock das políticas progressistas, logo, fica evidente que sua força econômica se presta a elite globalista financeira e intelectual.
Cabe apontar que as demais incorporadoras de investimentos citadas, em especial, a Vanguard e a State Street Corp, também são claramente adeptas de políticas “woke”, sendo consideradas, juntamente como a Blackrock, como partes importantes do chamado “capitalismo woke”.
Não obstante, a agenda “woke”, palavra que pode ser traduzida como acordado ou desperto, através de sua política ESG, compele diversas empresas e governos a aderirem posturas favoráveis àquelas desejadas pela elite financeira e intelectual, assumindo que, ao afastar investimento ou influenciar nas escolhas de gestores, pode ser o meio para, através do poder econômico, dobrar qualquer um aos seus anseios de poder.
Um dos maiores símbolos da elite financeira e intelectual é o Fórum Econômico Mundial, que congrega toda uma rede de sustentação para as pautas globalistas e atua explicitamente em favor de um determinado projeto de poder. A mais nítida face desta força global apontada por Olavo de Carvalho talvez seja aquela vista nas reuniões em Davos.
O poder econômico não se limita às gigantes gestoras de fundos de investimentos, se apresenta também em outras grandes corporações. Não há como negar que a aderência, nada orgânica, de diversas grandes empresas e conglomerados às pautas progressistas estão gritantes em suas políticas internas e externas, talvez por pressão, como nos casos das investidoras, mas outras tantas, por vontade própria de seus gestores. O importante é ter em mente que, dispondo de uma soma quase impossível de mensurar, a elite financeira e intelectual é capaz de consumir qualquer um que pretenda se opor no que diz respeito ao fator econômico.
O banimento da Rússia do Swift, sistema que integra bancos permitindo a realização de negócios internacionais, em resposta à invasão da Ucrânia, foi uma clara demonstração de como o sufocamento econômico pode ser usado como uma arma. Por óbvio que, diante das circunstâncias, a medida é cabível, mas o que se questiona é se há uma forma de garantir a lisura de que possui meios de aplicar sanções até mesmo à economia de um país, se tais agentes pretenderem sufocar um desafeto político ou qualquer um que denuncie seus arbítrios.
A produção acadêmica, o cérebro do monstro.
Não por acaso o mestre Olavo de Carvalho batizou-a como elite financeira e intelectual aquilo que chamamos popularmente de globalistas, posto que, era necessário chamar a atenção para o fato de que somente a pressão econômica não seria o suficiente para dobrar os mais resistentes e inserir no imaginário popular, as narrativas que pudessem servir aos anseios dos líderes de tal força. Era preciso produzir conteúdo acadêmico suficiente para dominar o cenário, não só no meio intelectual, mas de forma que pudesse se irradiar para toda a civilização.
Olavo de Carvalho cita grupos como “Council on Foreign Relations”, “Bilderberg” e “Trilateral”, apontado, de forma inequívoca, que há indivíduos que se reúnem para traçar metas a serem adotadas pelos líderes globalistas, os membros de tais grupos, em verdade, compõem a própria elite, no que tange à parte intelectual.
No âmbito da academia, basta observar que, cada vez mais, a aderência de pautas progressistas torna-se uma imposição, produzindo, as universidades espalhadas pelo mundo ocidental, cada vez mais seguidores de pensamentos consoantes às pautas ora predefinidas. Nota-se que, sem quaisquer lastros científicos, a ideologia de gênero e a utilização de linguagem deformada para atender os anseios das pautas “despertas”, açodaram o meio acadêmico para que as futuras gerações sequer percebam as distorções que atualmente são empregadas.
A concepção de uma agenda “desperta” ou “acordada” é a presunção de que aqueles que não estão envolvidos por tais pensamentos são “adormecidos”, logo, precisam ser guiados por seres que despertaram, uma nova versão do iluminismo. Em verdade, os despertos vivem em um estado de esquizofrenia, negando a realidade em nome de uma ideologia que percebe tudo como relativo e, portanto, dobrável, à sua vontade.
O exemplo mais claro são as chamadas minorias identitárias, mesmo quando suas vontades se chocam, sendo criações deslocadas da realidade são incompatíveis umas com as outras, tendam a ignorar algo de forma flagrante, fechando os olhos para aquilo que pode ser chamado de paradoxo das minorias, que nada mais é que a colisão entre desejos utópicos que cada grupo minoritário diz defender. O natural conflito entre aqueles que alegam que uma “mulher trans” deve ser reconhecida como mulher e aqueles que defendem que homens não podem ocupar espaços em detrimento das mulheres, surgindo uma impossibilidade real de coexistência, surge a chamada terceira onda do feminismo, negando sua alegada luta para admitir, em caráter excepcional que “mulheres trans” podem concorrer como se mulheres fossem.
A renúncia expressa por parte de um grupo minoritário diante de uma conduta que jamais tolerariam é a confissão de que as lideranças de tais grupos servem a uma elite maior que os faz repetir motes predefinidos mesmo que sejam flagrantemente contrários ao seu discurso revolucionário habitual. Não são raros os autointitulados defensores ferrenhos das minorias, que se ofendem com expressões como “caixa preta”, ou mesmo, “feito nas coxas”, ignorarem solenemente associações como “uma afrodescendente assim, gosta de um batuque, de um tambor”, frase que revoltaria as lideranças dos movimentos raciais se proferida por algum líder político de vertente que não mereça a defesa incondicional dos autointitulados líderes minoritários.
O identitarismo é subserviente aos planos da elite financeira e intelectual, por isso, não goza de autonomia para se opor às elites globais. Os eurasianos deram diversas demonstrações contrárias ao anseios minoritários, entretanto, parecem não ser alvos de críticas contundentes, em outro ponto, o Califado também não recebe grande resistência do “despertos” quando se trata de direitos das mulheres ou homossexuais, em verdade, os grupos de ativismo autointitulados LGBT+, saíram em defesa do grupo jihadista Hamas após o início das operações de Israel em Gaza. Estranhamente, não se observam reações enérgicas de lideranças minoritárias contra os terroristas que assumidamente condenam a prática de relações homossexuais.
Ao construir narrativas no âmbito acadêmico, a elite financeira tem um robusto material, ainda que dissonante em relação à realidade, para bombardear a sociedade com teorias capazes de conduzi-la. Um exemplo foram as construções de narrativas durante a pandemia que iniciou esta década, criando um pânico generalizado que induziu a maior parte dos indivíduos a uma aceitação de medidas incoerentes sem quaisquer questionamentos. Os poucos que ousaram buscar explicações ou emitir alertas em relação aos abusos foram nitidamente calados.
O estado de desespero foi o suficiente para justificar restrições que não guardavam relações com o contágios, da imposição de gôndolas em mercados isoladas à sugestão de máscaras por indivíduos sozinhos em carros com os vidros fechados. Os testes foram colocados em prática e, no plano geral, a elite percebeu que era capaz de convencer as pessoas a se curvarem diante das medidas mais absurdas.
O que é cunhado pelos pensadores da elite globalista é assimilado por seus seguidores e transmitido, como um efeito de antenas repetidoras, aos demais adeptos das pautas progressistas, fazendo com que, todo aquele que está afeto seja contaminado por ideias produzidas por uma elite que se considera iluminada. Quando uma nova direção é dada, sutilmente, espalhasse uma narrativa para que sigam àquela direção, pautando assim toda uma horda de ativistas e intelectuais subalternos guiados por seus líderes.
Os intelectuais subalternos podem parecer da mais alta extirpe, a nata acadêmica de determinadas instituições, todavia, bebem, sem cerimonia, da fonte de seus senhores, adulando-os e sendo reconhecidos por seus vassalos, justamente, por retransmitirem os comandos dos verdadeiros mestres. Em caráter hipotético, poder-se-ia imaginar alguém cujo status no meio acadêmico decorre de títulos que nada mais são que selos de subserviência aos superiores naquele âmbito, considerado de grande influência pelos neófitos, quando na verdade, seu único valor é poder transmitir os comandos dos verdadeiros líderes e adornar os seguidores com títulos inferiores ao que recebera em troca de sua vassalagem.
Eis o exemplo de escambo humano, no qual a subserviência é a mercadoria desejada por uma elite cuja moeda é a fortuna e o prestígio. Por isso, Olavo de Carvalho denominou, de forma brilhante, de elite financeira e intelectual.
O controle da informação, a boca da besta.
Para propagar aquilo que a elite financeira e intelectual pretende, não basta ter o dinheiro para coordenar as ações, tampouco pensar em narrativas, se elas não puderem atingir a maior parte dos indivíduos. É indispensável fazer com que os comandos das elites cheguem aos seus destinatários mais distantes.
No que diz respeito ao aspecto financeiro, corromper toda a civilização seria excessivamente caro e inconcebível, uma vez que, após dilapidar grande parte da fortuna buscando comprar o apoio de uma parcela substancial de indivíduos, não seria possível mantê-los sob controle, igualmente, não há como chamar aos bancos da academia todos aqueles que se pretende alcançar, em especial, em razão das pautas resultarem em grande resistência diante da clara incoerência.
As narrativas precisam ser propagadas por meios de comunicação em massa, por noticiários e pela cultura, por isso, é preciso dominar a produção cultural e os meios de comunicação em geral. O foco, no momento, se restringe a informação direta, ou seja, a transmissão de notícia.
Os meios de comunicação, em geral, são controlados pelas elites, no caso do Califado e do Eurasianismo, entretanto, no caso da elite financeira e intelectual, tais meios parecem integrar o todo, uma vez que essa força política se impõe por meios diversos, alastrando seus tentáculos desde a formação acadêmica de comunicadores aos mantenedores dos meios de mídia. No ocidente, os grandes conglomerados de comunicação, também chamados de mídia mainstream, são nitidamente associados e não confrontam as versões de seus pares, abraçando de forma gritante a agenda globalista.
O esforço na propagação de informações que parecem um coral ensaiado é nítido até mesmo aos leitores menos assíduos, restando claro que há um grande cartel de mídia ocidental, que pode ser subdividido em alguns blocos, mas que, no geral, é apenas um único grupo que atua de forma orquestrada, reproduzindo narrativas cunhadas em um plano superior na estrutura intelectual.
A mídia descentralizada é constantemente combatida, sendo, por vezes alvo de ataques coordenados entre a mainstream e o poder público, tendo em vista que, não há como uniformizar a informação quando os canais atuam de forma independente. Se um comentarista político faz sua análise acerca de um tema, por óbvio que poderá ocorrer uma divergência em relação ao entendimento de outros, um risco quase inexistente quando se trata de uma ação orquestrada.
A necessidade em calar as chamadas vozes dissonantes deve-se ao controle de informação, de maneira que, é preciso que a narrativa proposta pela elite não seja confrontada, ou ruirá diante dos olhos de todos. Por isso, a falsa bandeira do combate à desinformação tornou-se tão urgente, pois, é preciso calar aqueles que podem desmentir a mídia coordenada pela elite financeira e intelectual ocidental.
As próprias plataformas que hospedam conteúdos produzidos de forma descentralizada lutam para, sem sofrerem considerável revés, obstar a propagação de informações e análises livres do controle dos líderes globalistas, usando mecanismos como o chamado “shadowban”, banimento nas sombras, em que a plataforma reduz o alcance de determinado canal de comunicação, ou mesmo o banimento explícito, reprimindo o uso de palavras que considera inapropriadas aos destinatários, quando a maioria está em desacordo com as pautas estabelecidas pelos globalistas. A pandemia foi um momento em que as plataformas mostraram as garras no que diz respeito às palavras proibidas.
A rede de influência, sistema vascular.
Para que todas as engrenagens se movam, é indispensável a existência de conexões entre elas, por isso, não há como o monstro se sustentar sem um sistema vascular que ligue todo o seu corpo. As corporações metacapitalista, os governos, a mídia mainstream e a academia precisam darem-se as mão para que a elite financeira e intelectual consiga por em prática seu odioso plano.
O Fórum Econômico Mundial, os grupos citados por Olavo de Carvalho e outros tantos, são as oportunidades para que os líderes globalistas se reúnam e tracem metas gerais. O campo intelectual restará incumbido de revestir a narrativa de um ar acadêmico, dando-lhe uma roupagem de cientificidade, mesmo que para isso seja necessário a chancela de um cientista construído e premiado artificialmente, bem como, estudos que visam confirmar a veracidade da teoria, sendo projetos que são desenhados do fim, ou seja, iniciam-se com um resultado predefinido.
Posteriormente, aciona-se o baixo clero acadêmico, publicando diversos trabalhos escorados na narrativa e divulgando-os. Por fim, bastará a introdução no campo geral, sendo inserida em produções culturais ou noticiado na mídia.
O objetivo é naturalizar a narrativa através de toda uma rede de influência que se liga de forma piramidal. Os banquetes nos castelos são os momentos mais oportunos para que os senhores decidam quais os rumos pretendem dar a civilização.
A degradação
A corrosão da civilização ocidental, através da agenda “desperta”, permite à elite financeira o avanço em suas metas, estabelecendo-se no poder, não pela imposição direta da força, como fazem os eurasianos e os adeptos da criação de um califado, mas pelo enfraquecimento daqueles que pretende domar.
A destruição deliberada dos valores que serviram de pedra fundamental para a civilização ocidental, culminará da degradação da sociedade. Atualmente, a renúncia constante em relação à verdade, na qual uma empatia artificial tornara-se uma regra passível de punição, especialmente, por exigir que indivíduos renunciem a verdade em favor da aprovação de desejos fantasiosos, tem feito do ocidente um campo de flores sem espinhos, indefesas e hipersensíveis.
O clamor pela realização de vontades descoladas da realidade empurra uma massa de manobra composta por indivíduos carentes de afeto e aceitação, ao passo que, são incapazes de enfrentar mínimas adversidades. A civilização se transformou em uma figura estranha em que sectos tomados pela loucura seguem uma fé bizarra e hedonista que promete a felicidade em torca de subserviência, conduzindo todos a um desfiladeiros.
Os idiotas úteis, incapazes de se perceberem como tal, se autodefinem como “despertos”, acreditando serem iluminados e capazes de ver aquilo que os “adormecidos” não podem enxergar, todavia, sequer são capazes de perceber que sua vassalagem sufoca suas pautas e que os líderes jamais vivem a distopia que lhes ofereceram com válvula de escape. Os “despertos” se entregam a uma vida degradada e clamam por soluções artificiais, preferirem o conforto à realidade.
A fé dos “despertos” é uma forma de buscar o entorpecimento para não encarar a verdade, o que algumas vezes é feito literalmente, entregando-se às fraquezas e vícios para não carregarem o fardo que a vida impõe. Fugir nunca será a solução, somente será o adiamento.
As elites globais, por vezes, se deram as mão em sua escalada ao poder global, entretanto, é natural que em um momento, acreditando ser autossuficiente ou ameaçada por outra elite, que se inicie uma luta para estabelecer quem terá direito ao trono. Ao que tudo indica, o Califado e o Eurasianismo percebem na fragilidade do ocidente uma oportunidade para rumarem em na direção oeste e subjugarem a civilização que outrora se apresentava como forte demais.
O maior problema da elite financeira é que, no processo de degradação da civilização ocidental em sua busca pelo poder, o que era indispensável ao seu nefasto plano, tornou os homens do ocidente presas frágeis aos olhos do Califados e dos eurasianos, encorajando-os a avançar em direção ao crepúsculo.
Relativista e materialista, a elite financeira criou na mente dos mais fracos a sensação de um despertar sem, contudo, esclarecer que seus lideres são déspotas que sonham com a própria apoteose, considerando-se senhores divinos da humanidade.
O malicioso e dissimulado Rei de Copas é uma criatura perigosíssima que envenenou o povo para dominá-lo.
Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. III N.° 39 – ISSN 2764-3867