Por Leandro Costa e Pedro Costa
Uma nação não nasce de um dia para o outro, a história de um povo é a sua essência, forjada por séculos, à aquilo que mantém tantos indivíduos ligados em uma fraternidade única.
O descobrimento é o ponto chave na criação do Brasil que hoje conhecemos, para alguns até mesmo tal nome deveria ser modificado, entretanto, é assim que será chamado, pois descobrir é revelar e desde aquele encontro de duas culturas tão diferentes começara a se desenhar aquilo que hoje chamamos de Brasil.
Parte das pessoas credita a chegada dos portugueses ao Brasil à fortuna e outras tantas ao desejo de desbravar novos horizontes, sendo certo que, por um golpe de sorte, o qual pode ser também reconhecido como o designo divino, ou pela dedicação daqueles que buscavam novas terras, deve-se assumir que as navegações eram aventuras que dependiam de fé e conhecimento.
Se os ventos da sorte ou a dedicação trouxeram os navegadores ao Brasil, esta escrito que esta terra deveria ser o local do encontro entre os povos indígenas e os europeu, logo, independente da versão que se assume, há de se reconhecer a importância da descoberta.
Dos portugueses, descendentes do Império Romano, e dos índios, que já habitavam as terras do novo mundo, a princípio, surgiria o povo brasileiro, não fosse o fato de o futuro nos reservar ainda mais.
Surgem as invasões, ora franceses ora holandeses, miscigenando ainda mais o povo e, a chaga da escravidão, que trouxe às terras do Brasil os escravos, oriundos de mais de uma etnia, somaram-se a forjar a raiz do que hoje é o brasileiro.
As guerras, de Guararapes à participação na Segunda Grande Guerra derramou o sangue dos brasileiros e moldou heróis, não menos importantes foram os grandes nomes que ascenderam a produção cultural do país, como Machado de Assis, Heitor Villa-Lobos e tantos outros.
No Brasil atual, parece que a cultura tem sido vaporizada, consumida por chamas de uma subcultural nefasta, como recentemente ocorrera Museu de História natural, outrora palácio no qual residira o monarca. O advento da obra do lúmpen proletariado e sua consagração como “arte”, a fim de alçar ao topo da produção cultural do país, fazendo com que, a nação seja incapaz de produzir a boa arte.
Apaga-se a memória ao passo que dão novo significado às palavras, corrompendo a linguagem, ou simplesmente suprimindo informações. Tratando o regime de exceção de outrora como ditadura, os revolucionários que buscavam impor uma ditadura como defensores da democracia e, até mesmo, apagando o nome de autoridade em feito que a envergonhe.
Guardar a memória é essencial para manter a história de um povo e assim conservar sua verdade, a cultura é a manifestação de uma nação e através dele, lega-se às gerações vindouras o sentimento fraterno entre os cidadãos, sendo, um povo sem história e sem cultura incapaz de identificar-se e proteger-se.
Não por acaso, revolucionários rejeitam a celebração do hino nacional, pois sabem reforça a fraternidade entre patrícios, sem, contudo, causar objeção à execução de sua abjeta exaltação do hino da internacional socialista, uma ode à pútrida ideologia que derrama sangue como meio de obtenção do poder.
O cuidado em preservar a cultura e, portanto, a história é um dever de todos, afinal, muitos de nós conhecemos os chamados “velhos ditados”, reconhecidos, devidamente, como sabedoria popular. Sabemos que há inúmeros contos na literatura de cordel e nas cantigas do interior não morreram, em que pese, queiram enterrar vivas, as tradições das serestas e as festas juninas, cada vez mais distantes, celebrações que em outros tempos, tão próximos que recordamos, celebravam São João, Santo Antônio e São Pedro, apresentando ao público as chamadas quadrilhas, não as que tomam de assalto os cofres da nação, mas aquelas que através da cultura uniam seus integrantes que somavam esforços para manifestar o ser brasileiro.
A sétima arte se corrompeu no crepúsculo do extinto Cinédia, antigo estúdio cinematográfico em Jacarepaguá, onde hoje há um condomínio, destroçando-se quando a produção do cinema acaba por morar na mesma região, no atual Projac, caindo nas mãos de uma empresa diretamente dedicada ao monopólio da informação.
Não conservar a produção cultural, mas acrescentá-la, é indispensável ao resgate do povo e um futuro com esperança. A história precisa ser verdadeira e não aquela contada por alguns.
É imperioso que a produção de conteúdo artístico seja uma prioridade, antes que sequer consigamos entender quem somos.
Retomando o fato de como hodiernamente o Brasil se encontra, estamos presenciando uma revolução comunista à moda Gramsci, esta que fora implementada há anos, de forma que a cultura do povo brasileiro tem sido renegada para aderirem à sociedade uma cultura marxista.
A cultura retém tamanha importância pois esta molda a sociedade, isto é, uma civilização nada mais é do que um amontoado de indivíduos, sendo baseada numa média de seus componentes, um ou outro será destoante, todavia, majoritariamente haverá uma similaridade dentre os valores de seus integrantes.
De forma análoga, no Direito têm-se o conceito de que o poder emana do povo, considerando tal afirmativa e retirando do âmbito jurídico, temos o poder caracterizado como valores, mantendo-se em tal analogia retemos o sentido de que, um povo o qual deseja pena de morte para determinados crimes, terá tal pena em seu território, de forma concreta vemos este caso e na abstrata, na cultural, têm-se um povo cujo não achará nenhum absurdo algum criminoso ser morto devido seu crime, a lei nasce para regulamentar os valores sociais.
Dito isto, podemos ver de forma simplificada os valores de uma nação em suas leis, pois esta é visível, é literária, enquanto a cultura está no modo de pensar, viver, de cada indivíduo. Um povo cujo renega sua própria cultura, é um povo desconexo, algo o qual vivenciamos no Brasil, pessoas distribuídas em subgrupos, tentando aderir um arrematado de ideias que não fizeram parte na construção de sua personalidade.
Nada é feito atoa, uma civilização dividida é naturalmente enfraquecida por si mesma, veja bem, quem nunca viu um brasileiro falar mal do Brasil, se dizer menos brasileiro, como se fosse uma ofensa, hastear uma bandeira de um subgrupo homossexual no local de sua nação.
Feito tal adendo, aponto para o âmbito artístico novamente, pois esta, é uma área inexplorada por conservadores, uma pauta a qual não se discute, visto que está em mãos inimigas. Como Olavo de Carvalho dizia, um artista é um intelectual, jamais por ser inteligente, vemos diversos artistas como Anitta e sua afirmação dos dólares voando, isto é, o título de intelectual é para aquele o qual consegue moldar a mente de uma multidão, infelizmente, a própria Anitta tem milhões de seguidores, de reproduções em suas músicas, inclusive crianças acabam tendo contato, então Olavo caracteriza alguém assim como intelectual, e é isso que falta, professores, artistas, jogadores de futebol, qualquer pessoa que tenha influência no mais leigo, apenas livros, palestras de conservadores para conservadores, acaba sendo um movimento brusco, o qual é sim necessário, todavia, não neste momento, pois entrega-se um conteúdo vislumbrante sobre patriotismo para pessoas as quais buscam a cultura brasileira, enquanto aquele que trabalha, estuda, tem filhos, uma vida humilde cujo para apenas para assistir televisão no horário da janta, estará vendo Globo neste momento, seguindo um jogador de futebol militante, ouvindo as músicas daquela citada anteriormente.
Neste momento, uma atenção para o lado artístico, para o lado acadêmico, pois os professores das crianças atuais, já estudavam no estilo Paulo Freire, então terão uma didática completamente no sentido nefasto da instrução acadêmica, nos hábitos, todavia, citarei este tópico em específico.
É necessário uma linha oposta no âmbito supracitado, pois principalmente as crianças, só tem acesso ao lado corrompido, muitas das vezes estas escolheriam o certo se ao menos este se fizesse presente em sua vida, se ela o conhecesse. Um caminho correto, todavia, ofuscado pelo caminho errôneo, não por capacidade daquele nefasto, mas também pela passividade do certo, faz com que só seja visto o maléfico, o qual aparenta ser o único. O povo via-se sem escolha, o Presidente desbravou o caminho e apontou para a direção, entretanto, não há como uma única pessoa trilhar o caminho de uma nação por inúmeras gerações, cabendo àqueles que compartilham do mesmo viés, do mesmo sentimento, compatriotismo, continuar a sinalizar para outrem que existe uma opção mesmo neste mar de trevas.
Relembrando que, comunistas jamais se darão por vencido, da mesma forma que não aceitam o fracasso de sua ideologia, se negam a ver as chacinas feitas para no fim, fracassar, e nunca chegarão ao que fora dito como conclusão, visto que esta nada mais é do que uma utopia para os mais leigos, pois, quem realmente sabe do que se trata, tem em mente que nunca chegará em tal ponto.
Lutamos para que o Brasil não seja tomado por essa metodologia gramsciana, todavia, a forma de Lenin ainda é uma opção vista por aqueles de natureza corrompida, visando o comunismo como algo sacro, desta forma, visar toda a parte social é necessária, todavia, não podemos deixar a parte militar de lado, pois esta também será usada caso a sociológica não falhe.
A cultura é como um caminho, trilha esta que moldara toda a nação, através de seus costumes, valores, hábitos, moral, religioso, de forma que nada será implementado de uma hora para outra, todavia, gradativamente há quem tente introduzir a cultura marxista no lugar da nossa, e caso isto ocorra de fato, o Brasil perderá sua identidade como a nação que é.
Para não só manter a nação, mas melhorá-la, anteriormente precisamos saber quem fomos, para sabermos quem somos, para depois desta etapa, pensar em quem seremos, deixando frisado a necessidade de resgatar a cultura adquirida dos antepassados, e somar com algo hodierno, mas nunca substituí-la.
Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania N.º 05