As fissuras da humanidade

As fissuras da humanidade

Um castelo é uma figura, em regra, imponente que abrigava os senhores de outrora, por vezes tal construção era a sede de uma cidade ou mesmo de um reino. Em sua grande maioria, aglutinavam em suas construções o maior conforto possível e as defesas necessárias. “A principal função de um castelo não era servir de residência para o senhor feudal, mas sim como uma construção fortificada para proteger o feudo”.

Independente da busca por uma vida mais confortável, os primeiros castelos tinham como fim a proteção daqueles que o habitavam, era uma fortaleza que, garantia a segurança de muitos, ou seja, a primeira necessidade que atendia era a proteção, sendo certo que é um anseio essencial do ser humano.

A estrutura tem o condão de proteger e, por isso, trata-se de uma construção cuja resistência traduz-se na estabilidade e na resistência, sendo uma fortificação que inspira a sustentação daquele grupo

que nela se abriga. O castelo deve ser erguido para suportar ataques e servir de couraça, assim senso, sua rigidez é a sua principal característica.

Um castelo frágil não é imprestável em sua essência, mantendo seus ocupantes desprotegidos, logo, surge a ideia de que os castelos de areia, normalmente cópias ornamentais frágeis, incapazes de se sustentar, não fazem jus ao ideal de confiança que tais construções devem ter. Não faz sentido habitar castelos de areia, posto que, carecem justamente da estabilidade e robustez.

Uma conhecida obra é o castelo no Monte Saint-Michel, uma homenagem ao Arcanjo Miguel, que fica localizado ao norte da França em uma baía homônima cujas águas refletem sua exuberância. Por mais que tal edificação pareça flutuar sobre a superfície quando da maré alta, estas se sustentam na rocha que é nomeada em nome do anjo.

Crê-se que a história da abadia do monte Saint-Michel remonte a 708, quando Aubert, bispo de Avranches, mandou construir no monte Tombe um santuário em honra a São Miguel Arcanjo Saint-Michel. No século X, a Abadia serviu de residência aos monges Beneditinos e assim deu lugar ao crescimento de uma pequena vila ao seu redor.

Durante a Guerra dos Cem Anos, entre França e Inglaterra, o Monte Saint-Michel foi uma fortaleza impenetrável, resistindo a todas as tentativas inglesas de tomá-lo, transformando-se, desta forma, num símbolo de resistência da identidade nacional francesa.

Após a dissolução da ordem religiosa, por ocasião da Revolução Francesa, de 1789 até 1863, o Monte foi utilizado como prisão.

Declarado monumento histórico em 1987, o local figura desde 1979 na lista dos Patrimônios Mundiais da UNESCO”.

O Arcanjo Miguel, por sua vez, destacou-se por lutar contra o líder dos decaídos, empunhando uma arma, não uma flor, mas o fazendo em defesa do bem.

Fortificações precisam estar protegidas contra quaisquer danos, caso contrário, qualquer fresta pode ser explorada por um possível agressor, fazendo com que o ponto enfraquecido seja alvo até que permita a penetração na edificação ou, em um cenário mais dramático, faça com que a estrutura venha a ruir.

A teoria das janelas quebradas prega que o abandono é permissivo para cm a violência e a delinquência, a lógica seria simples ao deixar um prédio ou veículo abandonado em um lugar, sem o devido zelo, de maneira que uma janela fosse quebrada por um vândalo e não houvesse sua substituição, estabeleceria uma impressão de abandono. Isso incentivaria, ou ao menos deixaria de inibir, novas ações depredatórias, logo, mais indivíduos ficariam à vontade para destruir o objeto abandonado.

Esta experiência pode ser facilmente observada no cotidiano, quando em uma cidade ou bairro é comum que pessoas joguem lixo de forma indiscriminada ao solo, ou ainda, quando um terreno baldio é usado como local de descarte, resultando na aceitação por parte dos que se encontram próximos em tal prática.

Com base em tal teoria, deduziu-se que o devido zelo inibe a prática de pequenos delitos e a resposta enérgica aos desvios de menor potencial acabam por reduzir de forma considerável condutas mais graves. Assim sendo, em alguns lugares dos EUA foi adotada a política de tolerância zero, reprimindo pequenos delitos e reduzindo a prática de infrações penais mais graves.

O político Rudolph William Louis Giuliani adotou tal teoria, “sugerida em 1982 pelo criminologista James Quinn Wilson, e também conhecida como Tolerância Zero. Segundo a proposta, manter a ordem nos ambientes urbanos é essencial para frear o vandalismo e não permitir espaços propícios para crimes graves”.

Segundo o citado político, “Se você vê uma janela quebrada na rua e não a conserta logo, no outro dia aparecerão mais vidros quebrados e, quando se der conta, a situação fugiu ao controle, porque nada foi feito quando ainda se tratava de um assunto de menor importância”.

A teoria das janelas e sua aplicação prática, evita que exista um ambiente propício à criminalidade, uma espécie de terreno fértil, como ocorre nas favelas do Rio de Janeiro. De fato, o político conseguira reduzir substancialmente os índices de violência em Nova Iorque durante sua gestão.

Manter a ordem, não sendo tolerante com os menores desvios acaba fazendo com que a sociedade aceite punições graves em face dos que praticam infrações mais graves, entretanto, o que se observa nos dias atuais é a condescendência deliberada com criminosos, independente da gravidade de suas ações.

Vivemos em uma era de relativismo moral, e até mesmo cognitivo, que não há uma distinção clara entre uma contravenção penal e um crime hediondo, o que importa é se há uma “licença” para delinquir, o que é afeta a determinados grupos e pessoas.

Por outro lado, a teoria da ladeira escorregadia pressupõe que pequenas concessões morais e legais podem abrir espaço para que se pratique um mal maior, rompendo uma espécie de lacre para que as forças do mal invadam o castelo que sustenta a humanidade. Não há como afastar a ideia do chamado efeito borboleta, entretanto o efeito borboleta credita ao caos um resultado imprevisível em relação ao movimento original, sendo a primeira ação a responsável por todas as demais, todavia, não se trata de um início preordenado de atos, uma vez que, a cadeia de eventos não começa em uma ação deliberada que busca promover um fim já imaginado pelo seu autor.

No que diz respeito a ladeira escorregadia, não há como supor que o acaso é o responsável pelos desdobramentos resultante da primeira ação, havendo uma clara motivação final desde as primeiras ações. Tal teoria aponta que ao conceder algo que pode ser encarado como inofensivo, permite-se que, em um cenário futuro, se desdobrem consequências realmente gravosas, que, em verdade, estava nos planos daquele que perpetrara as primeiras ações, o que era ignorado por quem permitira sua, até então, nada ameaçadora empreitada.

Claro que os revolucionários tentam tratar tal teoria como uma elucubração de teóricos da conspiração, levando ao descrédito qualquer um que busque apontar consequências danosas futuras daquilo que se apresenta como uma pequena concessão.

Por falar em teoria da conspiração, argumento abominável que tem como objetivo afastar qualquer linha argumentativa com base na rotulação daquele que apresenta como louco ou como uma invenção delirante. Assim sendo, ao afirmar que determinada tese é uma teoria da conspiração, busca-se uma forma de encerrar uma questão sem contrapor as afirmações, evadindo-se de um debate que poderá se aprofundar de maneira desagradável àquele que busca agir de forma furtiva.

Não obstante, tornou-se uma forma simples de esconder fatos, esquivando-se de uma afirmação ao atribuir uma visão transloucada aos denunciantes, tal manobra encobriu por anos o Foro de São Paulo, organização revolucionária latino-americana que atualmente é de conhecimento geral. Nem mesmos os membros da malfadada organização negam sua existência nos dias atuais, entretanto, qualquer um que ousasse apontar a sua existência há pouco mais de uma década, era considerado um teórico da conspiração e seus argumentos atirados em um sóbrio desfiladeiro do esquecimento.

Atualmente, com base em uma produção acadêmica viciada e, consequentemente, na pseudociência, aqueles que tentam se opor a uma narrativa coordenada são tratados pela alcunha de negacionistas, uma nova roupagem para o teórico da conspiração, uma vez que, fez-se necessário um novo tal tratamento, justamente por conta de que algumas “teorias da conspiração” terem se confirmado com o passar do tempo.

A simples indicação de que terapias genicas estão sendo administradas de forma indiscriminada com outro nome no combate a pandemia, mascarando assim a sai real natureza, resulta na rotulação de negacionista, em que pese, não há quem consiga refutar tal alegação. Eis a lógica em tratar como loucos aqueles que apontam verdades inconvenientes ou mesmo possibilidades que precisam ser encobertas.

Mantendo a hegemonia da informação em grupos ligados aos senhores revolucionários, tem-se o monopólio da verdade, ainda que seja uma farsa, havendo um resultado extremamente perigoso, no qual, as narrativas, ainda que frágeis, não podem ser derrubadas por serem obstruídos os meios de obtenção de informações que se contrapõem ao monólogo midiático.

Acusar a teoria da ladeira escorregadia de ser uma falácia para negar pequenas concessões, é uma forma de impedir o debate sobre as consequências futuras das ações. Nada mais sendo que, olvidar-se do debate honesto uma vez que, encobre-se uma possível real motivação por parte de um grupo ou agente.

Na melhor das hipóteses, aquele que tenta colocar em descrédito os alertas acerca da ladeira escorregadia, está desprovido de argumentos que possam sustentar suas paixões, precisando escamotear-se através do perigoso terreno da defesa meramente evasiva, sendo posteriormente flagrados em suas mentiras. Como bem trazido à luz pela sabedoria popular, “a mentira tem pernas curtas”, não podendo fugir por muito tempo.

Por outro lado, temos os arautos da revolução, seres que, independente de estarem abertamente encobrindo a verdade de suas intenções, agem com total consciência do mal que propagam, sendo assim, apresentam suas abjetas propostas de forma gradual e dissimulada. São capazes de alterar seu discurso sem o menor pudor.

Tais nefastos asseclas do autointitulado progressismo conseguem negar o óbvio por trás das ações de seus pares e mestres, como se somente loucos acreditassem que desarmar o povo fosse um preságio para o controle e supressão das liberdades, fingindo ignorar que os regimes socialistas e nazista, redundância proposital, tivessem agido de tal forma.

Mentem para que ideias como aborto avancem cada vez mais, mas são incapazes de expor sua vontade, entretanto, assim que avançam passam para a próxima fase, chegando, inevitavelmente, ao ponto que foi alertado desde o início por aqueles que rotularam como “conspiracionistas”. Indivíduos que abriram os olhos e tentaram alertar seus pares quanto aos planos abissais que espreitavam.

Vivemos em um cenário dantesco em que falar a verdade tornou-se crime, pois, concessões foram feitas em nome de respeito, amor ao próximo e inclusão, mesmo que muitos alertassem, ainda que chamados de loucos. A perseguição torna-se flagrante, estando os revolucionários cegos o suficiente para atropelar qualquer um e autoconfiantes ao ponto de expor sua prepotência.

Não podemos deixar que as fissuras no castelo da humanidade destruam tudo aquilo que foi construído em toda nossa história. Independente de conservamos as janelas e substituirmos as quebradas, é indispensável fechá-las ao mal, para que não tenhamos mais avanços revolucionários que destruirão toda a sociedade em busca de seu sonho utópico que nada mais é que um pesadelo movido à mentira, inveja e poder.

A armadilha revolucionária está em cada uma de suas pautas e as consequências danosas que trarão em um futuro breve, seja a forçosa castração da verdade ao assassinato de pessoas indefesas, o poder para os agentes do caos é a única moeda que os importa e, tudo indica, só pode ser obtida ao custo de sangue humano.

Aos falsos defensores dos direitos humanos e aos que ainda não conhecem bem o tema, deixo aqui uma pequena lembrança:

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948.

Artigo 18

Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.

Artigo 19

Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. I N.º 14

Leia também: A CONSTRUÇÃO DE UMA NAÇÃO

Sobre o autor

Leandro Costa

Ideias conservadoras estão mudando o Brasil Todas as faces da esquerda, do socialismo mais radical à social democracia levaram nosso país para as trevas, destruíram a moral dos cidadãos e acabaram com os valores. Os conservadores estão tentando, desesperadamente, tirar o Brasil deste caos. Precisamos unir nossas forças enquanto é tempo de salvar nossa nação. Meu nome é Leandro Costa criei este site para divulgar ideias, trabalhos e contar com você para me ajudar a mudar o Rio de Janeiro e talvez o Brasil. Pretendo usar meus conhecimentos para, de fato, ajudar na construção de um mundo melhor. Convido você a fazer parte do meu time de apoiadores, amigos, entusiastas e todos que acreditam em minhas ideias. Defendo o conservadorismo e conto com sua ajuda para tirar o nosso povo da lama que a esquerda nos colocou.

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BIOGRAFIA

Leandro Costa

Servidor público, advogado impedido, professor de Direito, Diretor Acadêmico do projeto Direito nas Escolas e editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania.

Defensor de uma sociedade rica em valores, acredito que o Brasil despertou e luta para sair da lama vermelha que tentou nos engolir. Sob às bênçãos de Deus defenderemos nossa pátria, família e liberdade, tendo como arma a verdade.

É preciso fazer a nossa parte como cidadãos, lutar incessantemente por nosso povo e deixar um legado para as futuras gerações. A política deve ser um meio do cidadão conduzir a nação, jamais uma forma de submissão a tiranos.

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