O Brasil do meu amor, Terra de Nosso Senhor

O Brasil do meu amor, Terra de Nosso Senhor

O ano de 2022 vai chegando ao fim em meio a muitas expectativas, angústias, fé e alguma esperança de que o Brasil permaneça firme sob Deus, como uma Pátria independente e unida, tendo a Família como célula mater da sociedade e prezando pela Liberdade de todos os cidadãos.

Este texto “abre a cortina do passado” recente de nosso país e buscará, sem pretensões retrospectivas, relembrar a jornada de Jair Messias Bolsonaro à frente da Presidência da República, que iniciou em 2019. Iniciou? Desde os primeiros dias de seu governo, a artilharia midiática, o conjunto dos políticos de oposição, os grupos de interesse (nacionais e estrangeiros), a maioria dos funcionários públicos de todas as esferas e níveis da administração pública, sem contar os idiotas úteis de plantão, todos estiveram empenhados em macular as ações de governo, distorcer ou criar fatos, lançar todos os holofotes possíveis sobre qualquer falha de gestão, ou qualquer outro elemento que trouxesse lucro político. O ano de 2019 foi sem acordos espúrios, sem concessões. Um ano atípico se comparado aos que o precederam. Foi também o ano em que a população mais simples pôde verdadeiramente tomar conhecimento de que o Brasil possui três poderes “independentes e harmônicos”. Possui?

O caso da suposta interferência presidencial na Polícia Federal, no caso da escolha do diretor da PF, mostrou que a parte do texto do Art. 1º do Decreto nº 73.332 de 1973 que diz que o (…) “Diretor-Geral, nomeado em comissão e da livre escolha do Presidente da República” (…) tem também livre interpretação por parte de instâncias superiores da Justiça brasileira. Mas ainda que tenha restado provado que nada de anormal ocorreu, a lenda urbana da interferência permaneceu e ninguém se apresentou para dizer: “tira a mãe preta do cerrado, bota o Rei Congo no congado”. Pôr as coisas em seus devidos lugares? Não em 2019!

O Brasil se recuperava bem da hecatombe que fora o governo Dilma, a economia dava sinais de retomada e, de crise em crise o governo avançava buscando seguir com as reformas. Porém, o ano de 2020 mal começava e como quem vê “a merencória à luz da lua”, vimos um dos maiores nomes do governo Bolsonaro sair pela porta dos fundos: o então Ministro Sérgio Moro pediu demissão afirmando entre outras coisas, “tenho que preservar minha biografia”. Qual biografia? O eleitorado de Bolsonaro, e mesmo alguns daqueles que não o apoiavam, mas tinham um mínimo de amor ao país, todos tinham enormes expectativas quanto a atuação de Moro ao longo dos quatro anos de mandato, ou muito mais que os quatro anos. Oito? Ou até mesmo como possível sucessor… Por fim, “esse coqueiro que dá coco, onde amarro a minha rede, nas noites claras de luar”, não deu cocos, nem ao menos serviu de suporte à nossa rede de patriotas. Decepcionante nota de rodapé de uma biografia em desconstrução.

Mas o caso Moro foi um pequeníssimo incidente em uma jornada acidentada. Mal sabíamos nós o que nos esperava naquele início de ano de 2020. As “fontes murmurantes, onde eu mato a minha cede” de informação, murmuraram também sobre a chegada de terrível chaga que ceifou a vida de tantos e tão amados. A doença que surgiu na terra do dragão, que nas asas de morcegos se espalhou, que chegou ao nosso amado e sofrido Brasil, nem mesmo ela causou tantas mortes quanto as provocadas pela sanha de enriquecimento de tantos e tantos dos nossos políticos. Bolsonaro declarou emergência sanitária no início de fevereiro de 2020. Mobilizou o repasse de verbas federais a estados e municípios. Por meio do Ministério da Saúde, iniciou junto a ANVISA o processo de análise, aprovação emergencial e posterior aquisição de lotes de vacinas, fatos que se concretizaram cerca de onze meses depois, quando muitos países europeus ainda lutavam para adquirir seus primeiros lotes de vacinas. Apesar de todos os fatos, a mídia nacional tal qual “morena sestrosa de olhar indiferente”, propagava informações que davam conta de que o Presidente se recusava a comprar vacinas. Fato é que Bolsonaro jamais se negou a comprar vacinas, mas não aceitou a pressão de grupos de interesse econômico, ligados às indústrias farmacêuticas, que impunham contratos leoninos. Por outro lado, todos os protocolos e regulamentações quanto à aprovação de novos medicamentos precisavam ser seguidos, sob o risco de danos ainda maiores à saúde da população. Como esquecer a metáfora de “virar jacaré”, usada por Bolsonaro, que antecipava o risco vinculado a compras irresponsáveis de medicamentos? Mais um meme, apenas mais um.

Enquanto isso, as pressões internas, e mesmo o clamor da população assustada com as notícias sobre doença, davam à mídia as condições de fixação da alcunha de genocida, a partir daquele ano associada ao Presidente. Ah! “Esse Brasil lindo e trigueiro, é o meu Brasil brasileiro”, mas trigueiro mesmo era o sentimento de cada um daqueles que tornavam em pânico o que à população já era algo tão difícil de enfrentar.

“Meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro”, quereríamos muito “cantar-te nos meus versos”, quereríamos muito crer que tuas instituições funcionam para o bem geral, porém, 2020 também foi marcado pela CPI das Fake News e, inzoneiros de verdade foram aqueles que a protagonizaram. A tal CPI deu às instâncias superiores da justiça nacional, munição de festim para o Inquérito do Fim do Mundo. Como esquecer de Allan dos Santos, Oswaldo Eustáquio, Rey Biannchi, Daniel Silveira, Sara Winter, Bárbara e tantos outros que de alguma forma tiveram suas vozes caladas, liberdades cerceadas ou suas reputações manchadas… por nada.

Em 2021 vimos o avanço do desequilíbrio entre os poderes com a justiça sendo feita com as próprias mãos. Mãos que não portavam armas, mas canetas que assinavam e validavam as ideias nefastas de uma mente lustrosa qualquer. Da CPI das Fake News e seu monstruoso e aberrante inquérito, passamos à CPI da Pandemia. Este sim um verdadeiro museu de Madame Tussauds, posto que não passou de cópia de instrumento legal, mas sem a alma vivificante que move as criações divinas. CPI do Circo é também um bom rótulo, um Circo de Horrores, com posturas desrespeitosas, imposturas, massacres de reputações, vilipêndio. Os verdadeiros alvos de todas as convocações para depoimentos não eram aqueles que lá compareciam, mas o governo de Jair Bolsonaro, era ao governo que se dirigiam os ataques. Como dito no ano anterior por uma liderança de esquerda, “temos que destruir o governo Bolsonaro”. Há método!

E de crise (criada) em crise (criada), o governo seguiu tentando governar. Adaptando uma frase atribuída a Júlio Cesar se referindo a Portugal, “Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa nem se deixa governar”. Diríamos então que há nos confins da América um ‘povo’ que nem se governa nem se deixa governar. Não exatamente um povo, mas uma casta, uma oligarquia, uma camarilha.

Estamos ainda em 2022 e as eleições ocorreram conforme o previsto, minuciosamente planejado, dedicadamente executado, tristemente testemunhado. Jair Bolsonaro obteve menos votos que seu adversário, o que de maneira nenhuma significa que ele tenha perdido a eleição. Citando uma outra liderança de esquerda, “vamos tomar o poder, o que é diferente de ganhar a eleição”. Ou quem sabe citando o distraído comentário vindo das altas esferas do Olimpo, “eleição não se ganha, se toma”.

A propósito, 2022 é ano de eleições e de Copa do Mundo FIFA. Dois opostos que não se coadunam. Um pode levar ao paraíso ou à Geena, o outro distrai olhos e ouvidos o que faz muitos se perderem.

No ano corrente o poder de um poder praticamente se consolidou sobre todos os poderes. Todos os homens e mulheres de bem gostariam de poder dizer: eu “quero ver essa dona caminhando pelos salões arrastando o seu vestido rendado”, feliz e livre, mas esta dona não tem mais a liberdade e a alegria de outros tempos.

“Quem pensa por si mesmo é livre e ser livre é coisa muito séria, não se pode fechar os olhos, não se pode olhar pra trás sem se aprender alguma coisa pro futuro”. Assim cantou o trovador solitário Renato Manfredini. Sábio e curioso conselho vindo de um homem que bebeu nas mesmas fontes amargas que hoje ameaçam a liberdade de todos nós. Mas é fato que devemos olhar o passado mirando o futuro. Repetir os acertos e impedir a repetição dos mesmos erros.

Finalizamos agradecendo a Ary Barroso pela inspiração para este artigo. Aquarela do Brasil, o samba-exaltação de 1939 fala de nosso querido Brasil com poesia e beleza. Pode ser ufanista, mas se não nos orgulharmos da terra que nos abriga, do passado que nos ergueu ao patamar que estamos, do presente em que lutamos por tudo o que acreditamos, se nada disso servir… quem sabe nós é que não servimos bem a este “Brasil do meu amor, terra de Nosso Senhor”.

Sobre o autor

Mauricio Motta

Mauricio Motta - Professor licenciado em História Pós-graduado em História do Brasil e colunista na Revista Conhecimento & Cidadania.

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BIOGRAFIA

Leandro Costa

Servidor público, advogado impedido, professor de Direito, Diretor Acadêmico do projeto Direito nas Escolas e editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania.

Defensor de uma sociedade rica em valores, acredito que o Brasil despertou e luta para sair da lama vermelha que tentou nos engolir. Sob às bênçãos de Deus defenderemos nossa pátria, família e liberdade, tendo como arma a verdade.

É preciso fazer a nossa parte como cidadãos, lutar incessantemente por nosso povo e deixar um legado para as futuras gerações. A política deve ser um meio do cidadão conduzir a nação, jamais uma forma de submissão a tiranos.

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