O autoritarismo como argumento
Uma boa forma de falar sobre um tema é mencionando um exemplo real, mas antes, é necessário contextualizá-lo. Nos últimos anos surgiram as chamadas agências de checagem de fatos, que se vendem como instituições isentas, ainda riremos disso no futuro, capazes de analisar matérias jornalísticas, postagens avulsas e, ainda que por incúria, brincadeiras (os chamados memes).
O único objetivo das agências de checagem é calar aqueles que se manifestam contrários às pautas ditadas por seus senhores, sem o menor pudor, tais grupos servem abertamente o interesse de um espectro político e nada mais são que a linha de frente de um sistema que busca instituir o “ministério da verdade”, nos moldes do livro 1984 de George Orwell.
Controlando as informações, acreditando que isso é o suficiente para moldar a verdade, os senhores que, encastelados, controlam o mundo nunca sentiram que suas narrativas poderiam ser derrubadas com a apresentação de argumentos mais verossímeis, por isso, banqueteavam-se confortavelmente enquanto atiravam migalhas aos que lhes serviam, vassalos que, gratos pelo quinhão que lhes era dado, não se faziam rogados em espalhar desinformações para aprisionar a consciências dos demais, inclusive difamando qualquer um que buscasse libertar-se ou, ainda pior, levar a liberdade a outros.
Distante da realidade os profetas da desinformação manipularam a opinião das pessoas de tal forma que chegaram a se auto intitular “opinião pública”, ainda que ninguém, além dos próprios, lhes conferisse a procuração para opinar em nome alheio. Até que surgiu a descentralização da informação, as mídias com conteúdo autônomos, estás que também serviam como forma de propagar ainda mais as agendas, pois tinham a capacidade de quebrar o monopólio de determinados veículos, tirando-lhes o poder de barganha. Parece confuso, mas não é.
A grande mídia controlava as informações, fazendo com que apenas suas versões fossem propagadas, isso, pela ótica totalitária é um bom negócio, mas, existe a possibilidade de um veículo de mídia se insurgir contra uma determinada pauta ou, o que seria mais comum, exigir sentar-se à mesa, não conformado com migalhas, posto que, sua capacidade de convencimento e manipulação chegara a um patamar suficiente para que possa forçar sua ascensão a um escalão superior na hierarquia da poder.
Diante de uma chantagem existem duas opções clássicas, ceder ou resistir, a primeira faria com que os detentores dos meios de comunicação se tornassem mais fortes e, inevitavelmente, assumissem o controle com o tempo, invertendo assim a relação de senhor e vassalo. No Brasil é fácil observar como a grande mídia se alimentou do poder de barganha em seu favor, sendo capaz de pressionar autoridades ao ponto de exigir mudanças estratégicas em políticas públicas. O grupo socialista que mais ocupou espaços no governa nas últimas décadas chega a creditar sua derrocada ao fato de não ter controlado a mídia, deixando evidente que ser refém de um grande grupo de imprensa e ter de lidar com a informação descentralizada foi, sem dúvida, seu maior obstáculo na busca pela hegemonia e, por conseguinte, o controle social e a implantação de uma ditadura.
Resistir à chantagem pode custar o próprio lugar à mesa dos líderes, uma vez que, dependendo da força real da grande mídia ela poderia derrubar seu alvo. Poder-se-ia afirmar que seria a realidade do Brasil atual, senão pelo surgimento de vozes independentes que se opõe aos que outrora controlavam o acesso e distorciam as informações.
Um meio alternativo de lidar com um chantagista é a falsa cessão, em que se atende o pelito do mesmo mas, aos poucos, tira-se a capacidade de avançar sua intenta, permitindo assim uma vitória parcial para, posteriormente, enfraquecer e retirar sua força. Em regra, socialistas aplicam tal método em relação à imprensa e empresários, cedendo-lhes vantagens com uma mão e escravizando-lhes com a outra, quando se veem capturados já é tarde demais.
As redes de informações descentralizadas, aparentemente não foram criadas para libertar as pessoas da grande mídia, sendo uma forma de dar aos detentores do poder alternativas aos controladores das redes de comunicação, entretanto, o tiro saiu pela culatra, dando a um outro espectro político, que julgavam já soterrado, um canal para alcançar àqueles que se identificavam com suas crenças e modo de ver o mundo. Isso sim, libertou as pessoas.
As grandes redes de comunicação, na maioria dos casos, já ocupando seu lugar à mesa, se viu ameaçada por um discurso com o qual não sabia lidar, que não podia controlar e que desmascarava suas mentiras, percebendo que poderia ser despejada da Torre de Marfim em que se esbanjava no luxo, ou ainda pior, ser atirada na lixeira dos inservíveis, obliterando-se com o passar dos anos para dar lugar as pessoas livres.
O monopólio da informação estava ameaçado e as narrativas eram derrubadas uma a uma como a casa de palha no conto Os Três Porquinhos, haja vista, que construíram sobre a areia e agora criticavam a erosão, por mais que fosse o inevitável desfecho de sua pérfida trajetória, restou-lhes tentar sobreviver sem buscar em si próprios a culpa do fracasso, sem assumir que a semente do mal que plantaram agora lhes gera frutos venenosos. A decadência da imprensa criou um discurso cada vez mais distantes da realidade, como se, ao perceberem que a torre desabava no frio solo da verdade, tentassem correr para cima, porém, quando mais corriam para longe do solo, mais a torre era dragada.
É evidente que as redes sociais podem ser o resultado natural da vontade do público interagir, que páginas como os antigos bate-papo, orkut e outros tantos podem ter sido substituídas por modelos mais funcionais ou com maior leque de opções, entretanto, a formação de opinião e manipulação não era tão evidente naquele tipo de plataforma, havia sim a comunicação bilateral, mas nada que pudesse arregimentar seguidores de forma considerável.
Com o advento de redes mais dinâmicas surgem os chamados influenciadores, indivíduos que passaram a disputar a atenção do público com as grandes mídias, em um primeiro momento, pode não parecer grandioso, mas logo perceberam que tais indivíduos poderiam, ao menos, desidratar as grandes corporações, relegando-as viverem de migalhas. As chamadas BigTech, grandes empresas de tecnologia que controlam as mídias alternativas e redes sociais passaram a “indicar” conteúdo ao público, o que, como sempre, teve início de forma sutil e acabou por ficar evidente.
Nas redes como o YouTube, que hospeda conteúdo produzido de forma independente, é fácil observar que alguns conteúdos, ainda que não seja um calculo de preferências, são incentivados. Não obstante a política nefasta da rede, que permite material semipornográfico e enaltecendo entorpecentes, mas, não admite que questione-se medidas arbitrárias como o isolamento social. As pautas progressistas não parecem desagradar as políticas da empresa, que se vale de definições obscuras como “discurso de ódio”, “negacionismo”, desinformação e outros tantos adjetivos que são incapazes de definir.
Começando pelo discurso de ódio, uma das falácias mais vergonhosas dos tempos atuais, não encontra uma definição clara, sendo apenas um escudo para grupos identitários que exploram abertamente um determinado, ou não tão determinado assim, grupo de pessoas o qual chamam de minorias. Em um primeiro momento, os defensores de tal tese se socorrem do art. 13, 5 do Pacto de São José da Costa Rica, “A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitamento à discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência”, contudo, tal definição não abarca suas teses transloucadas, de maneira que precisam emendar a norma. Lembrando as mudanças que as sete regras sofreram no livro A Revolução dos Bichos (Animal Farm) de George Orwell.
Alguns incluem expressões como “minorias” na definição, outros, dilatam para definir ainda quem seriam tais minorias, ou ainda mais espantoso, desconsideram o trecho final que trata de discriminação, hostilidade, crime ou violência para considerar quaisquer expressões que desagradem ou não sejam desejadas como discurso de ódio. Nota-se que, ao incluir a expressão extremamente volátil minoria, afastam do discurso de ódio agressões direcionadas aos grupos que a agenda progressista não deseja proteger. A agressão de brancos por negros, de homens por mulheres ou de heterossexuais por militantes LGBT parecem não ser alcançadas como reprováveis por tais mentes doentias, nascendo a jocosa expressão “ódio do bem”, que nada mais é que aquilo que se amolda no chamado discurso de ódio, mas é praticado em favor dos “senhores da verdade”, dos progressistas.
Recentemente uma publicação do jornal progressista Folha de São Paulo tratou de denunciar práticas de racismo, estimulados por movimentos identitários negros, contra pessoas brancas, o texto foi duramente criticado por dizer verdades inconvenientes, muitos dos ditos combatentes de práticas racistas ou de injúria racial deixaram evidente sua hipocrisia e que usam tal pauta para se vitimizar, alegando que o racismo não poderia ocorrer sem um sistema que favoreça determinada raça. Tal imbecilidade, não achei adjetivo mais adequado para tais indivíduos, decorre do fato de terem uma salvaguarda que lhes deixa em posição de vantagem, usando o racismo como um escudo, entretanto, ao se confrontarem com o seu uso por partes de grupos identitários, parecem preferir usá-lo como arma a se desarmarem. Cabe apontar que o sistema não financia grupos supremacistas brancos, mas o fazem no espectro contrário, mas trataremos disso quando oportuno.
Sobre o chamado negacionismo, a Academia Brasileira de Letras o define como, “Atitude tendenciosa que consiste na recusa a aceitar a existência, a validade ou a verdade de algo, como eventos históricos ou fatos científicos, apesar das evidências ou argumentos que o comprovam”. Sem muito esforço poderíamos chamar àqueles que chamam terapia gênica de vacinas ou que chamam homens de mulheres para não incorrer na forma mais dilatada do discurso de ódio, em que pese, ambos os casos sejam a tradução da recusa em aceitar a verdade apesar das evidências que o comprovam.
Explicando sobre o que tentam chamar de negacionismo, tentam inverter os polos para justificar calar um lado, é tragicômico observar como os censores atuais, ao mesmo tempo que perseguem vozes dissonantes, usam os julgamentos de Giordano Bruno e Galileu Galilei como forma de exemplos de negação à ciência, rotulando os que querem manifestar sua visão científica, diversa daquele que querem impor, como os membros dos tribunais ora censores e, por incrível que pareça, colocando-se no espectro dos cientistas calados, ainda que, estejam defendendo, ao denominar de negacionista aqueles que não querem ouvir, a perseguição e censura.
Por fim, temos a desinformação, eufemismo para mentira que tem sofrido grande distorção, afinal, mentirosos querem calar os que se opõem às suas narrativas e, não podendo fazê-lo com base argumentativa, precisam determinar quem pode dizer a verdade e quem está dizendo a mentira. Claro que, de forma artificial e, portanto, mentirosa.
Simples constatar as mentiras dos grupos ditos progressistas, tal denominação constitui em si uma desinformação, pois, tais grupos nada tem a ver com progresso, em verdade, suas revoluções têm como regra, não consigo mensurar exceções, a destruição de um sistema sem, contudo, a evolução ou aperfeiçoamento, o resultado das ações de tais grupos sempre é a proliferação da desgraça.
O chamado discurso de ódio não se aplicam a grupos de supremacistas negros, ainda que as agressões contra brancos sejam maioria, bem como, a tolerância, ou até mesmo o incentivo, a grupos como Black Lives Matters, que o jornalista Jason Whitlock sabiamente compara a Ku Klux Klan, pelo fato de ambos os grupos serem agentes do nascido no seio do Partido Democrata, mencionando inclusive que o grupo dos encapuzados praticava ataques aos brancos. “Citando um link do History.com, Whitlock falou de como era à noite quando o KKK participava de ataques terroristas contra negros e republicanos brancos. Ele disse que eles usaram intimidação, destruíram propriedades, agrediram e mataram em um esforço para influenciar as próximas eleições”.
Para desacreditar a versão apresentada pelo jornalista, surge um especialistas em estudos sobre a América do sáculo XX da Universidade de Notre Dame, sempre surge um dos especialistas sob encomenda, para afirmar que as manifestações da KKK eram feitas por indivíduos encapuzados e o BLM atua protegido pelo direito de manifestação. Na verdade, observa-se que a conveniência das ações de tal grupo, assim como seu similar Antifas, cujo nome também é uma desinformação natural, em relação aos que ocupam o poder e controlam a informação centralizada é o lhes permite serem agressivos sem o menor pudor.
Membros dos Antifas e do Black Lives Matters são tão agressivos quanto qualquer bloco da esquerda, braços armados dispostos a atacar qualquer um que se oponha às suas pautas ou lhes digam verdades que não se dispõem a enfrentar, mas estariam protegidos pelo direito de manifestação, ainda quando impedem pessoas de adentrar em uma igreja, ou, seriam criminosos protegidos pelo sistema a qual servem?
Façamos uma comparação entre o narcotráfico brasileiro e o venezuelano, o primeiro composto por grupos violentos de guerrilhas marxistas armadas que são considerados criminosos pelo Estado, ainda que exista uma flagrante leniência do sistema, por outro lado, na Venezuela, grupos com comportamentos idênticos parecem ser ignorados, ou protegidos, pela ditadura local. Não é preciso cruzar as fronteiras para ver criminosos, literalmente, desfilando diante da população, basta assistir o maior festival que ocorre na capital fluminense e fica nítido como a conveniência pode criar os piores tipos de experiência.
Ignoram também a violência praticada por ditaduras, com a da China contra cristãos ou muçulmanos, o que se enquadra no texto que serve como base para definir o que seria discurso de ódio, sem as adições dos militantes.
Em relação aos chamados negacionistas, podemos ver a desinformação ainda mais grave quando tentam impor narrativas de forma unilateral, tentando até mesmo criminalizar a verdade. O melhor exemplo é a ideia de quem, reconhecendo um fato, atribui o gênero biológico a outrem, mas é acusado como se estivesse cometendo um crime, por não satisfazer a vontade do destinatário da informação.
A mais alta Corte de Justiça do Brasil, que se impõe pela força, uma vez que já caiu em total descrédito, referenda, ainda que indiretamente, discursos distópicos como a inexistência de racismo contra determinadas pessoas, baseando-se na desinformação que existe uma via natural do racismo e que ir em sentido contrário seria racismo reverso.
A capacidade de controlar grupos, especialmente os identitários, torna-se evidente quando os indivíduos de tais grupos assimilam de forma inconscientes as narrativas como verdades, o duplipensamento parece cada vez mais regra, sendo a lógica a exceção. De defensores da democracia que amam ditaduras e as veem como solução dos problemas, às feministas que defendem homens estabelecendo marcas no esporte feminino, que lutam por vagões exclusivo para mulheres e, ao mesmo tempo, que homens possam adentrar em banheiros antes reservados ao sexo feminino. O evidente choque de narrativas, como dito, mentiras não se encaixam, desnuda por completo a tirania daqueles que manobram as ditas minorias para que sirvam como instrumentos de sua intenta.
Define-se idiota útil como “pessoas que desconhecem a causa pela qual lutam, agregando apenas no crescimento do volume de apoiadores da ideia, ao invés de agregar no desenvolvimento prático e conceitual do movimento”. E como bem apontava o, já saudoso, Olavo de Carvalho, “O idiota útil, por definição, é idiota demais para saber que é útil e quem o utiliza”.
O termo idiota útil não foi criado pelo nefasto revolucionário Vladimir Lenin, sendo a definição posteriormente estabelecida para indicar aqueles que o regime socialista, por ele implantado, usava para difundir as narrativas da propaganda comunista. Pessoas que assumiram o duplipensar como estratégia de comunicação, ignorando verdades inconveniente e disseminando desinformações conforme a agenda socialista. Estas figuras existem até hoje, são usadas por grupos globalistas para cativar as minorias, sendo os líderes ou vozes de grupos identitários.
Seria fácil demais se todos sucumbissem irracionalmente às narrativas progressistas, mas alguns não se deixam levar por informações imprecisas em questionam como ideias incompatíveis coexistem sem guardar quaisquer relações com a realidade. Estes questionadores, outrora chamados de teóricos da conspiração e atualmente tachados de negacionistas, enfrentam os tribunais do ministério da verdade, opondo-se a suas versões, derrubando narrativas.
Diante da ascensão da informação descentralizada, buscou-se inocular as redes com influenciadores que nada mais são que idiotas úteis, de imitadores de focas aos que fazem apelo a lasciva e a ganância do espectador. Todavia, surgiram influenciadores dispostos a tratar de temas sérios, expondo assim atitudes autoritárias, a manipulação das massas e visões que poderiam se contrapor as teorias antinaturais dos poderosos.
É nítido como aqueles que falsamente dizem lutar por igualdade e contra a dominação estão sendo abertamente apoiados, melhor dizer guiados, justamente pelos mais poderosos. Somente um tolo não percebe que as grandes corporações, a máfia estatal, o crime organizado e a mídia centralizada está explicitamente ligada ao lado que diz proteger minorias desfavorecidas, dando-lhes migalhas para que, literalmente, avancem como cães em seus pares toda a vez que tentam se libertar.
As mídias alternativas, cujo conteúdo é produzido de forma independente, deu lugar aos que não podiam se manifestar nas grandes redes. Concomitantemente, enquanto as corporações que administram as redes, chamadas Big Techs, cresciam em influência e poder, emergiam vozes dissonantes do pensamento hegemônico, seria a derrocada do controle social através da cultura.
Para a Grande Mídia tradicional era o prenúncio do fim, para as Big Techs era um grande negócio que custava caro demais, posto que, a liberdade não tem preço, levando a concluir que, a contrário senso, controlar a liberdade também não teria. As chamadas Big Techs não querem a liberdade dos produtores de conteúdo, em regra, seu principal ativo são os dados que acumulam. Servem mais como captadoras de informações para o mercado, ou para governos, que uma porta para liberdade.
Por tal razão criaram as chamadas “políticas das plataformas” que são tendenciosamente progressistas, de maneira que, lhes é permitido, alegando que o intuito é garantir pluralidade, como no caso do Facebook que alega em suas políticas que, “Para garantir que todas as vozes sejam valorizadas, criamos com muito cuidado políticas que incluem diferentes pontos de vista e crenças, em especial de pessoas e comunidades que possam ser ignoradas ou marginalizadas”. Para quem acompanha tal rede, o texto se parece mais como uma ironia.
Nada disso adianta, pois, como sabido, a rejeição as chamadas políticas das plataformas é imensa, é natural que o indivíduo crie repulsa a uma mentira escancarada. O próprio dono do Facebook já se viu questionado pelo Senado dos EUA, cabendo questionar se é aceitável que um indivíduo que ao ser acusado de “vazar dados” apenas se desculpa, pode ser considerado um garantidor de liberdades, capaz de arbitrar quem pode ou não definir o que é verdade. A plataforma é constantemente acusada de perseguir postagens de conservadores, o que é um fato, pois permite anúncios ofensivos do Especial de Natal de um grupo humorístico, mas veda os desta revista. Não se pode afirmar que o Facebook tenha compromisso com nada além de pautas progressistas, de maneira que está disposto a censurar indiscriminadamente, o que deveria ser temido também pelos defensores de tais pautas, pois, como já mencionado, quando houver um choque, a mira do censor poderá se voltar aos que com ele caminham.
No afã de controlar aquilo que pode ser dito, ou mesmo, de permitir o acesso a conteúdo tendencioso ou sem direcionamento político, aqueles que controlavam as informações, ao ponto de se intitularem como a “opinião pública”, viram se desacreditados, e, não sendo capazes de sustentar suas narrativas, buscaram, como uma besta abissal, reagir ao ataques.
Aos tolos que acreditam que os progressistas autoritários nunca avançaram como nos dias atuais, deixo a reflexão, que a besta se mostra ao sentir-se desnuda ou acuada, que ela avança justamente por saber que agora surgiram pessoas dispostas a lhe denunciar e combater. Natural que um ser forte, acostumado a não ser desfiado, faça suas vontades sem se tornar agressivo, entretanto, ao ver que existe força em sentido contrário, tal criatura utilizará suas enormes presas, garras ou chifre como forma de acelerar o processo de dominação. O autoritarismo é acentuado quando observa que há resistência.
Com o objetivo de calar qualquer um que apresente uma versão que se contraponha, desmontando narrativas, nasceram as agências de checagem de fatos, algumas geradas no útero da grande mídia e outras tantas que se dizem independentes, sendo parte do corpo ou satélites do malfadado “ministério da verdade”, cuja única função é rotular como mentirosos aqueles que pretende calar.
Em um baile cínico em que prestam reverências mutuas, a grande mídia, as grandes controladoras das redes e as agências de checagem tentam se autolegitimar, em que pese, suas mentiras sejam tão evidentes que precisem usar da coerção. As agências de checagens tem a mentira como essência, fingindo serem úteis, alegam que sua “nobilíssima” missão é alertar quanto à existência de notícias falsas, ajudando o receptor da mensagem a se livrar da desinformação.
Na verdade, agências de checagem de fatos, além de tendenciosas, velem-se constantemente de ilações, de uma resposta inexata e, em regra, não permitem o contraponto a sua versão. Se dizem constantemente atacadas pelos disseminadores de desinformação, mas não se furtam de tons agressivos ou confundir o leitor através da chamada. A propósito, o que eles chamam de agressão é tão somente questionar sua imparcialidade, competência ou legitimidade. Acreditam que chamar alguém de mentiroso, ainda que não seja, é um direito e não ofende, mas que, questionar uma agência com comportamento mais que dúbio é uma agressão.
Alega a agência Lupa que “Para atuar neste modelo de jornalismo, com certificação internacional, é crucial ser absolutamente transparente e estar aberto a críticas, e aperfeiçoar sempre os sistemas de correção”, uma desinformação, a tal agência sequer permite comentários em sua “checagens” impedindo assim ser desmentida em seu próprio espaço.
Seu parceiro de mentiras, o Facebook, credita que sua imparcialidade é atestada por instituição internacional denominada International Fact-Checking Network (IFCN), que pertence ao grupo Poynter, mídia tradicional legitimando as agências de checagem, que tem entre seus diversos colaboradores a Fundação Gill (Gill Foundation), que nada mais é que uma fundação focada no ativismo LGBT, ou seja, tem uma clara pauta política.
Como se não pudesse ser mais vexatório, tais agências checam brincadeiras (os chamados memes) para aumentar seu repertório, mas ignoram questões notórias, como reportagem em que o grupo Globo, através do G1, noticia que um deputado federal teria gasto dinheiro público com fotos em um país do oriente médio, sendo que, a própria matéria traz a informação tímida que o parlamentar teria usado recursos próprios. Não houve uma checagem para, ao menos, definir como matéria enganosa. Nota-se que o G1 tem sua própria agência de checagens.
Recentemente a Revista Oeste e a agência de checagem Aos Fatos se envolveram em uma lide em razão da primeira, que deixa aberto espaço para comentários, ter apontado a problemática por trás das agências que, na verdade, prestam-se como instrumento para que as Big Techs e a mídia tradicional possam censurar e retirar de circulação quaisquer argumentos que considerem indesejados, comparando-as ao STF. Abre-se um parêntese para relembrar, com estranheza, como a grande mídia não parece ter se incomodado ao ver a flagrante perseguição ao jornalista, o qual chamam de blogueiro para marginalizá-lo, Allan dos Santos, bem como, as ações, no mínimo, questionáveis da Justiça Eleitoral em face de canais independentes, retirando-lhes até mesmo a receita.
Em defesa da agência de checagem Aos Fatos, surge um texto, melodramático e até caricato em que o autor acusa a Revista Oeste de ser parcial e por isso não poder trazer a verdade, uma vez que, sua premissa seria enviesada. Parece que esqueceu de mencionar que as mídias que se autointitulam imparciais declaram, em pouquíssimas linhas, sua posição extremamente progressista. Pode ser que o articulista vê jornais como Globo, Folha de São Paulo, Estadão e, até mesmo, a Revista Cult, da qual integra os quadros, como imparciais.
As agências de checagem poderia tratar como mentirosos àqueles que rotulam o Presidente da República como fascista, sem ao menos definir o que seria o asqueroso adjetivo, bem como, poderiam checar o uso da desinformação quando distorcida a expressão genocida, ambos os casos não se resumem a mentiras, mas calúnias.
A cegueira acometeu tais agências em relação às postagens do Instituto Butantan, em abril do ano passado, quando publicou “O Butantan esclarece que não será necessária uma 3ª dose da vacina contra a Covid-19. Afirmar isso é disseminar Fake News. A Coronavac é segura e eficaz após o ciclo de duas doses e mais 15 dias, conforme apontam vários estudos”. O instituto tenta se justificar trazendo uma definição técnica que distingue terceira dose da chamada dose de reforço, informação que não explica como alguns países estão na quara dose, ou talvez prefiram chamar de segunda dose de reforço, uma vez que, no Estado de São Paulo já havia a mistura de vacinas na segunda dose.
A ciência volátil estaria do lado de tal instituto, mas perseguir médicos parece razoável, cada fator é checado com altíssimo rigor, mais do que isso, há uma leve distorção dos fatos, como, no exemplo em que apontam que um dos inventores da tecnologia mRnA, Dr. Robert Malone, teria disseminado desinformação, usando especialistas que não tiveram o mesmo contato do referido profissional com a tecnologia e sem facultar ao mesmo a defesa de sua tese.
As agências não só ignoram algumas notícias eivadas de desinformações, como colaboram com estas, vide o cado da mentira acerca de dois parlamentares, que durante a campanha foram acusados de danificar uma placa que homenageava uma vereadora assassinada, o que é nitidamente uma mentira, posto que tal placa fora colocada ao arrepio da lei sobre outra que já fazia homenagem póstuma, desrespeitando, tanto a homenagem preexistente quanto as regras. Além de não desmentir a acusação, uma agência de checagem reafirma que os candidatos à época teriam quebrado a placa de homenagem, em que pese, uma leitura mais atenciosa aponte que não se tratava de uma placa afixada conforme a legislação.
Em ralação a pandemia, os grandes veículos de comunicação criaram o chamado consórcio de mídia para acompanhar as notícias sobre o Covid, alegando que as informações do Governo Federal acerca das mortes não seriam confiáveis, de forma que obtinham seus números das secretarias de saúde estaduais, desconsiderando que estás poderiam também emitir números com erros, especialmente, devido aos escândalos envolvendo as gestões regionais, como o caso do consórcio nordeste e o gasto com jardinagem em um estado do sudeste do país.
Mas o “consórcio de mídia”, o qual merece o nome mais adequado de conluio de mídia, baseou suas informações nos entes federativos que julgou serem mais confiáveis para criar sua hegemonia de notícias, quanto imparcialidade e busca pela verdade. A única explicação para tal “consórcio” é que as notícias sejam preconcebidas para que não gerem atritos entre si, daí a necessidade de calar as fontes que não se associaram ao grupo, uma verdadeira máfia da informação. Somente um tolo acreditaria que tal união tem como objetivo buscar a verdade e não calar quem pense diferente.
Devido as suas próprias mentiras e a busca incansável por calar vozes dissonantes, as agências de checagem caíram em total descrédito, sendo arrastadas para o mesmo fosso de suas mães da grande mídia, natural que a pouca confiança que se deposita no grupo Globo seja herdade pela sua “agência” Fato ou Fake. Igual sorte acompanha as demais aspirantes a ministério da verdade. Um jornal progressista de origem germânica alerta que o próprio Facebook, desde 2018, informou que pretendia sair em defesa das agências de checagem, justamente, por conta de sua rejeição, o que deixa claro trata-se de uma associação que não procura a verdade ou credibilidade, sendo apenas um grupo praticando a autolatria para suprimir quem pense contrário, aparentemente, Joseph Goebbels estaria orgulhosos dessa gente.
Com o descrédito, as cartas tiradas da manga não tinham mais efeito, por isso o uso da coerção, que prima facie se dera pelos próprios consortes da trama, a besta simplesmente se autolegitimou e, após a rotulação por parte da agência de checagem desinformação, qualquer conteúdo poderia ser suprimido ou reprimido. Agora, com as engrenagens em funcionamento, a besta poderia reduzir alcance, apagar ou distorcer qualquer informação, entretanto, como toda fraude, o castelo de areia ameaça tombar, posto que, as pessoas, famintas por liberdade, partiram em busca de ambientes livres e realmente plurais.
Restou lançar mão do poder público, usar a capacidade coercitiva do Estado, para tentar calar o outro lado, haja vista, que a besta, ciente ser incapaz de conduzir um dialogo em razão da flagrante farsa de suas narrativas, quer se impor através de um monólogo, que só será possível calando seus opositores. Por isso, tenta-se criminalizar a desinformação, conforme sues critérios de verificação nada confiáveis.
Isolada em suas mentiras a besta tentará usar a força para que sua pós-verdade seja forçada goela abaixo, aprisionando a consciência através de suas mentiras. Como não pode destruir os fatos com narrativas, assim como faz no exemplo da ideologia de gênero, terá de apagar as informações para que não conheçam a verdade. No futuro ainda a besta ainda terá a desfaçatez de acusar seus opositores de revisionistas da história.
Casas legislativas tentando legitimar a censura ao debater a criminalização da desinformação deveria ser considerado algo doentio, ficando ainda mais assustador quanto tribunais associam-se aos checadores para estabelecer suas verdades como premissas capazes de atingir o cidadão.
A insistência em calar o outro lado, decorre, naturalmente, do temor de que conheçam de seus argumentos. Não há como a mentira se sobrepor à verdade quando ambas estão expostas, a única chance do mal prosperar é calando o bem, para eles não pode haver o diálogo, apenas um lado pode falar, desejam o monólogo da besta.
Nada melhor que as palavras de um verdadeiro genocida, uma criatura bestial que caminhou por nosso planeta deixando um rastro de sangue e destruição para definir a importância de calar seus oponentes.
“As ideias são muito mais poderosas do que as armas. Nós não permitimos que nossos inimigos tenham armas, porque deveríamos permitir que tenham ideias?”
Joseph Stalin, ditador facínora da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Artigo da Revista Conhecimento & Cidadania Vol. I N.º 04 – ISSN 2764-3867