Sobre a estrutura da realidade

Sobre a estrutura da realidade

O objetivo do texto é ampliar a forma como enxergamos os acontecimentos da vida; seja política, religiosa, científica, enfim, a realidade tem seus níveis e sua importância.

A realidade é soberana e não há o que fazer se não encará-la como ela é.

Acontece que devido a sua estrutura nós a vemos com o nível de consciência que temos; por isso é tão importante a aplicação da educação na forma mais humana possível, ou seja, onde o foco está a formação do caráter. Como exemplo, quero trazer uma situação simples do dia a dia onde uma criança pergunta à sua mãe como foi que ela veio ao mundo.

Obviamente a mãe a responderá respeitando seu marco psicológico e mental, contando uma estorinha onde a realidade está presente, porém velada. Um outro exemplo, mais complexo, seria a materialização de uma ideia, pois qualquer objeto que exista no plano material obrigatoriamente passou pelo plano das ideias, alguém pensou antes de executar, mas a pergunta que fica é: o que é real, a ideia ou o produto da ideia?

Se dissermos que é o produto, então como seria possível o produto sem uma ideia real? Se não é possível que algo venha para a realidade material sem que haja uma realidade mental, então o produto não é real? Ou seriam dois estados diferentes da mesma realidade?

Para clarear a apresentação, quero fazer uma abordagem mitológica com base no mito da caverna, do filósofo Platão.

Sugiro que os que tiverem interesse leiam a apresentação de Platão sobre o mito da caverna; é no mínimo muito reflexivo.

Um ponto interessante do mito é que as pessoas que estão no fundo da caverna tem as sombras como realidade e tem suas vidas baseadas nelas, não se dando conta que todo o cenário é promovido por algo artificial, uma luz que projeta nas paredes da caverna apenas sombras de algo muito mais valioso.

Em seu nível de consciência o habitante da caverna dá tudo o que tem achando que ali está tudo o que há.

Naquele campo estão os melhores intelectuais, cientistas, artistas, políticos, médicos, enfim, o que há de melhor das sombras está presente e toda a proposta de melhora radica em melhorar as “sombras”.

E naquele nível de consciência buscam ter correntes mais confortáveis, bem limpas e listradas, cada um se orgulha de mostrar como suas correntes são melhores que as dos outros.

Outros, em suas vezes, se orgulham de serem especialistas com PhD em sombras e neste cenário ilusório vivem suas vidas.

O ponto é que de alguma maneira, – talvez pela variação da luz- as figuras projetadas nas paredes da caverna desapareçam deixando-os a perceber que o que lhes é apresentado é sem dúvida efêmero, mas ainda assim todos os seus esforços são sempre direcionados para o cenário das sombras, e ao menos que alguém ou algum acontecimento lhes chamem a atenção eles jamais saberão que a única forma de mudar a realidade presente é voltando suas atenções para o que há fora da caverna, de onde vem realmente a luz que promove todo o cenário.

Certo é que olhar para a luz do sol quando se está acostumado a uma luz artificial é no mínimo desconfortável, e desconforto é algo que normalmente se foge.

Imaginando que vivemos em uma caverna, a pergunta que fica é: nossos esforços estão sendo voltados à luz ou às sombras? Lembrando que uma sombra sempre é reflexo de algo mais substancial.

Precisamos voltar nossas atenções ao que realmente importa, a luz que nos aguarda fora do cenário pois ali constataremos que estamos em um nível de realidade diferente da realidade que queremos atingir. Queremos um mundo mais justo?

Precisamos saber que quem promoverá essa justiça somos nós e assim faremos quando aumentarmos nosso nível de consciência e por fim o nível de realidade, e isso faremos deixando de olhar para as sombras de um sistema falido, carcomido pela própria ignorância.

Eles brigam pelas sombras da caverna enquanto nós devemos buscar a luz que está mais acima, ou seja, fora da caverna.

Sabemos que há algo maior acontecendo e muitas vezes nos vemos envolvidos no mundo das sombras que esquecemos que a realidade só pode ser mudada se primeiro mudarmos a nós mesmos, pois ainda que a realidade desejada se apresente, sem o caráter necessário, sequer a reconheceremos.

É como o funcionário que quer aumento de salário ou uma função mais elevada sem que esteja em um nível condizente.

Talvez alguém pense: ” se para mudarmos nossa realidade é necessário o crescimento das pessoas como seres humanos não teremos a mesma chance em décadas ou talvez séculos”

Lembremos que séculos atrás houve um tempo em que homens e mulheres mudaram as nossas realidades através de seus sacrifícios.

O fato é que a realidade que buscamos, em algum momento se apresentará; e quanto a nós, estaremos prontos?

Um mundo novo e melhor se apresentará no futuro, para isso, eu me apresento hoje.

Texto da Revista Conhecimento & Cidadania Vol. II N.º 34

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Sobre o autor

Edson Araujo

Palestrante, estudante de filosofia e teologia, colunista na Revista Conhecimento & Cidadania.

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BIOGRAFIA

Leandro Costa

Servidor público, advogado impedido, professor de Direito, Diretor Acadêmico do projeto Direito nas Escolas e editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania.

Defensor de uma sociedade rica em valores, acredito que o Brasil despertou e luta para sair da lama vermelha que tentou nos engolir. Sob às bênçãos de Deus defenderemos nossa pátria, família e liberdade, tendo como arma a verdade.

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