A doutrina de Sócrates

A doutrina de Sócrates

A doutrina de Sócrates, para os dias atuais.

Nesse texto, não tenho a pretensão de defender uma tese ou mesmo navegar por fatos históricos, embora eles estejam contidos.

A intenção é sempre promover reflexão para que de maneira própria o leitor construa sua própria ideia.

Sócrates, filósofo grego do século V a/C, trouxe grande contribuição ao pensamento ocidental, entre as contribuições, Sócrates, propôs o método de indução para o esclarecimento e consolidação das ideias que são próprias do ser humano, enquanto o método de dedução era usado pelos sofistas da época e consistia em partir das coisas grandes para as pequenas enquanto o indutivo, que Sócrates, entregava tratava das pequenas coisas para, por fim, chegar às grandes.

Embora pareça óbvio, o método indutivo é ideal para promover conhecimento, já que ninguém chega a uma grande coisa sem que antes passe pelo estágio de ser pequena.

Por exemplo, não há árvore que não tenha sido uma semente, não há adulto que não tenha sido criança, não há profissional de nível superior sem que antes tenha passado pelo nível fundamental.

Assim Sócrates em seus diálogos obtinha total sucesso na construção do conhecimento.

Ainda em seu método, exigia uma segunda coisa fundamental, que era a definição, pois não se chega a qualquer lugar ou ideia que não esteja antes bem definida, ou seja, não à aparência e sim a essência das coisas, caso contrário ficaremos no campo das opiniões vulgares sendo massa de manobra.

Os passos da doutrina socrática consiste em 3 etapas, são elas:

Exortação, refutação e maiêutica.

Veremos em que cada uma delas consiste.

Exortação, é o exame de consciência, pois sem isso nem se quer sairemos do lugar, precisamos ter plena consciência do que somos e onde estamos (na história humana).

Refutação é a destruição do que é falso na ideia que se apresenta.

Maiêutica, é o nascimento do conhecimento.

Na exortação temos a análise sincera de si mesmo e como resultado enxergamos nossa ignorância, e quando isso acontece refinamos nossas decisões por que temos consciência da nossa ignorância, buscando aprimorar nossos conhecimentos.

Na refutação, temos a exclusão do que é errado ou não faz sentido, por exemplo, querer alcançar um estado sem que haja estrutura para isso; seria o mesmo que tratar de política sem se quer saber qual é o real conceito, então tira-se o que não é política e ficamos apenas com o que precisamos para fazer nascer o conhecimento; é quando retiramos o que não faz parte dos ingredientes de algum processo, pois se o colocamos na receita, não teremos o objeto.

Na maiêutica, temos o nascimento do conhecimento, mas de uma maneira tão consolidada que não agiremos de outra maneira quando a situação nos chamar à responsabilidade.

Lembrando que o que nos interessa nesse momento é o método da indução, pois é nele que está o processo da formação das ideias saudáveis enquanto na dedução temos a defesa de teses, não importando se são boas ou não, o que importa é defendê-las com o melhor argumento possível.

Temos visto na direção da humanidade uma atuação nas pequenas coisas ou as discussões estão sempre em grandes temas, porém nunca focando nas causas e sim nos efeitos?

Por onde começamos uma casa?

Como começamos uma família?

Como construímos uma cidade?

Tudo começa nas pequenas ideias, sem as quais é impossível chegar nos grandes feitos.

Podemos melhorar qualquer área de atuação humana se melhorarmos o ser humano.

Não é o sistema educacional que está com problemas, mas os seres humanos que o compõem, não é uma empresa que tem problemas, mas os seres humanos que a dirigem.

Se uma fonte estiver contaminada não adiantará despoluir o rio.

Imaginemos que um suposto grupo de pessoas quisesse corromper uma sociedade, por onde começariam?

Por que os Sofistas na época em que Sócrates atuava preferiam os jovens?

Se hoje estivesse com um problema em meu fígado eu o tiraria ou curaria?

Sou tão honesto quanto gostaria que os outros fossem?

Sei o suficiente sobre política para que possa cobrar uma boa atuação de um determinado político ou de um grupo político?

Se soubermos responder estas perguntas de maneira indutiva teremos direção e sentido corretos para um destino melhor, nós, nossos queridos, nosso país e por fim o mundo.

Que Deus abençoe nossa jornada!

Texto veiculado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. II N.º 31.

Leia também: O Conservadorismo do mesmo autor.

Sobre o autor

Edson Araujo

Palestrante, estudante de filosofia e teologia, colunista na Revista Conhecimento & Cidadania.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

BIOGRAFIA

Leandro Costa

Servidor público, advogado impedido, professor de Direito, Diretor Acadêmico do projeto Direito nas Escolas e editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania.

Defensor de uma sociedade rica em valores, acredito que o Brasil despertou e luta para sair da lama vermelha que tentou nos engolir. Sob às bênçãos de Deus defenderemos nossa pátria, família e liberdade, tendo como arma a verdade.

É preciso fazer a nossa parte como cidadãos, lutar incessantemente por nosso povo e deixar um legado para as futuras gerações. A política deve ser um meio do cidadão conduzir a nação, jamais uma forma de submissão a tiranos.

FALE COMIGO

Escreva sua mensagem aqui. Dúvida, ideia, critica.