O caminho sem volta
Existe uma expressão em inglês chamada “point of no return”, cuja tradução livre é ponto sem retorno, mas seu significado deve ser compreendido como aquele ponto no qual não há mais como voltar. No jargão aeronáutico tal termo é usado para indicar que a aeronave já avançou em seu trajeto até um determinado lugar em que a capacidade de combustível restante não lhe permite voltar, logo, não importa o que ocorra, deverá o piloto seguir viagem.
Em um raciocínio simples, não há como fazer o retorno quando o trajeto percorrido tenha consumida tanto recurso que inviabiliza a chegada ao ponto de partido. Assim, poucos suprimentos podem impedir que uma tropa recue para se recompor, forçando-a em direção ao combate ou mantendo os soldados em um cerco. A tática de terra arrasada consiste em levar o inimigo ao ponto que não pode mais recuar, ao passo que, deixa-o sem suprimentos, uma vez que, ao retirar-se do combate, as tropas destroem deliberadamente os suprimentos para que o seu oponente se veja esgotado conforme avança. Caso o exército que está em posição de vantagem continue avançando, chegará ao ponto que não lhe será facultado recuar, sob pena de perecer ante a escassez de suprimentos.
O chamado ponto sem retorno também pode ser aplicado em momentos diversos que uma decisão não permite mais recuar, seja um ato isolado, como o acionamento de uma granada, ou algo de maior impacto, como a declaração de guerra. É indispensável conceber que algumas ações trarão consequências das quais não se pode fugir, sendo inútil qualquer meio de tentar esquivar-se do resultado.
O aborto é um bom exemplo de tentativa de fugir de algo cujo ponto sem retorno já foi ultrapassado, pois, por mais que o assassinato do filho seja uma forma de não arcar com o resultado, tal nefasta ação manchará de forma irrevogável o infrator. Não importa o quão se esforce, é impossível apagar algo ou alguém do plano da existência.
Indispensável compreender que mesmo uma nação pode chegar ao ponto sem retorno, como o início de uma guerra ou a ascensão de um regime totalitário, uma expressão constantemente usada para definir tal momento é a conhecida, “cruzar o Rubicão”, que remete ao movimento audacioso feito pelo então general Caio Júlio César, atitude que sabia não podia ser desfeita. O Brasil já experimentou inúmeras passagens em que decisões irrevogáveis foram tomadas, o Dia do Fico talvez seja a primeira da lista.
Necessariamente, atingir o ponto mencionado, na expressão em inglês, faz com que o indivíduo se veja sem chances de regressar, o que nos remete à conhecida pela sabedoria popular expressão um caminho sem volta, que nada mais é que a impossibilidade de fugir das consequências das escolhas. Há uma sutil diferença entre o ponto sem retorno e o caminho sem volta, posto que, o primeiro presume o esgotamento da possibilidade ante o avanço e o segundo trata de uma escolha que, desde o início, não permitia a desistência, entretanto, ao chegar no ponto sem retorno, fatalmente, chegou-se ao início de um caminho sem volta.
Ao se colocar em tal posição é inevitável perceber que empreitada, que não permite a desistência e ou regresso, torna-se uma via de mão única, que não faculta escolhas e obriga seguir a diante, ainda que carregando o peso do arrependimento. O caminho sem volta passa por uma via unilateral que conduz ao ponto desejado por aquele que traçou o trajeto, independente da aquiescência do infeliz que se vê obrigado a seguir adiante.
O caminho sem volta coloca o indivíduo em uma espécie de curral, será guiado para um destino previamente traçado. Ao assumir que enveredou por uma trilha que não permite o retorno, é natural sentir-se aprisionado, contudo, pode-se constatar que alguns sinais indicavam que o avanço era uma armadilha que, infelizmente, só foi detectada tarde demais, quando a presa já havia sido capturada.
A pergunta que surge é justamente relativa à tal armadilha, haja vista que, em tese, ninguém deixaria ser capturado de propósito. Não há como questionar os motivos que levam alguém a enveredar por um caminho sem volta, entretanto, nenhum veneno será eficiente se for apresentado como veneno e nenhum tirano apresentar-se-á como tal até que tenha força o suficiente para garantir sua condição, ficando camuflado como qualquer outra coisa até poder expor sua face, momento que, via de regra, terá meios de impor sua tirania e esmagar seus opositores.
As minorias
A armadilha perfeita está na sedução, fazendo o alvo crer que está encontrando conforto nos braços daqueles que o abaterão sem a menor cerimônia quando julgarem que sua serventia se exauriu. A isca é o chamado “sentimento de pertencimento”, para isso, criou-se a ideia das chamadas minorias, grupos que visam abarcar um nicho de pessoas que são convencidas a acreditar-se como serem vulneráveis e, por isso, precisam de proteção e liderança.
Em uma realidade na qual a vulnerabilidade pode ser mais uma questão de perspectiva que a realidade, posto que, pessoas são levadas a acreditar que são frágeis devido a um fator determinante e precisam de tratamento especial, pois são credores da sociedade, devendo, portanto, receber afagos e proteção que lhes garanta uma suposta igualdade de condições. A busca por uma igualdade e compensação artificial, permite ao detentor do poder, do centro nervoso que guia a massa, o que podemos chamar de Torre de Marfim, defina o que é igual, certo, justo ou, até mesmo, verdadeiro.
Manipular pessoas que buscam aceitação tribal tornou-se uma ferramenta fundamental para o controle das massas, assim os meios de comunicação prestam-se à missão de superestimar o sofrimento, fazendo com que tudo seja interpretado de forma radical, criando a falsa premissa que tudo é agressão e, sendo o caso, distorcendo o significado das palavras para servir às pautas.
Parece ficcional e honestamente, não fosse tão evidente, acreditaria ser mesmo uma obra da imaginação humana, entretanto, basta observar a pirotecnia em torno de tudo que sirva aos interesses dos que seguram às rédeas dos meios de comunicação, para constatar que tal condução é uma realidade. Não há como negar que a mídia de grande porte seja intimamente ligada aos detentores do poder, limitando-se a difundir aquilo que a Grade Torre quer que seja propagado, por outro lado, quem quer que ouse se levantar ante as narrativas, acaba sendo acusado de conspirador, haja vista que, o melhor escudo contra uma afirmação embasada é tratar a pessoa que a formulou como louco.
Voltando ao caso das minorias, a ideia de clã e sentimento de pertencimento faz com que indivíduos ávidos por proteção e reconhecimento, seres que precisam da aprovação de um grupo, encontrem conforto aos se alistarem em um regimento das forças revolucionárias. Quando se tem a impressão de um mundo injusto, busca-se o conforto naqueles que não condenem suas ações, ainda que tal anuência seja decorrente de uma falsa premissa, trata-se de uma mentira confortável.
Para muitos, a “pílula azul” acaba sendo a opção mais vantajosa, pois um pai que abraça diante de uma má ação pode parecer melhor que aquele que sanciona, todavia, a punição tem caráter pedagógico e a substituição da correição por complacência pode fazer com que o indivíduo não seja capaz de reconhecer suas falhas, atribuindo a outrem seu infortúnio. Viver em uma ilusão agradável pode ser a opção para alguns, mas isso é algo que cobrará seu preço, por outro lado, grande parte das pessoas acaba aceitando a mentira para furtar-se das consequências de suas ações, tentando esquivar-se da realidade, ainda que isso lhe custe a escravidão, pois, todo aquele que vive envolto a uma mentira agradável é escravo de sua própria prisão.
As camadas minorias são um convite àqueles que se julgam enquadrar em grupos temáticos, como outrora os sindicatos ou sovietes faziam, cooptando assim um considerável número de pessoas para servir à causa revolucionária em troca de afeto e proteção. Ao compreender-se com parte integrante da minoria, o individuo aceita os dogmas estabelecidos pelo grupo, em verdade por aqueles que se presentam como lideranças, abrindo mão de sua existência individual para resumir-se a uma peça de uma engrenagem maior.
Ao passo que o homem integra um grupo temático, há uma natural renúncia aos sonhos individuais em nome de uma pauta maior que o guiará, tornando-se mais vassalo que integrante de tal grupo. O assimilado, necessariamente, deia de existir como individuo para ser mero órgão de uma criatura maior cuja essência não compreende.
Renunciar sua existência em razão de uma causa pode fazer sentido quando se acredita em um bem maior, seja a fé em algo divino ou na humanidade em si, mas tal renúncia não se trona algo aceitável quando se dá em favor de uma crença vazia como a igualdade artificial. Na verdade, nenhum integrante dos chamados grupos minoritários se alistam buscando igualdade, sendo movidos pela vantagem, uma vez que, tem como combustível o revanchismo e a compensação por algo que sequer conseguem apontar.
De dívidas históricas imaginárias às diferenças naturais como sendo resultado da construção social, tudo o que os adeptos das falácias das minorias buscam é imputar aos outros as suas incertezas e dificuldades. A vida parece mais simples quando se tem a quem culpar pelos obstáculos que se apresentam no caminho, sendo assim, ao aderir uma minoria, o indivíduo transfere a um algoz imaginário toda a responsabilidade por seu infortúnio.
Não por acaso, surgem narrativas como, o aborto só existe porque diz respeito às mulheres, como se aos homens fosse facultado matar seus filhos para esquivar-se das responsabilidades. Ignoram os que acreditam ser uma forma de controlar as mulheres o fato de que aos homens nunca é permitido matar seus filhos e às mulheres o abandono, na forma de entrega para adoção, é permitido, mas aos homens não.
Os líderes das minorias tem uma posição bem definida, deixando suas próprias causas em segundo plano para garantir que as pautas revolucionárias prosperem, o que resta evidente quando se confrontam interesses de minorias. Não há uma comoção das feministas contra a atuação dos autointitulados “mulheres trans” nos esportes femininos, casos em que pessoas com constituição masculina acabam por ter considerável vantagem sobre as mulheres.
É escondido do público negro que o mais famoso grupo de supremacia branca, racista, dos Estados Unidos da América teve sua origem no Partido Democrata, acusando a oposição de forma deliberada de ódio racial. O Black Live Matters, que nada mais é que um grupo de supremacia negra, portanto, igualmente racista, atua mais como braço dos revolucionários norte-americanos que em busca de igualdade em si.
Não é diferente o ativismo LGBT e tantos outros setores revolucionários que, rapidamente, se contradizem quando á um choque entre suas pautas, devendo ignorar sua linha de defesa em busca de algo maior. Assim temos o paradoxo das minorias que deixam os seus à deriva para manter a vassalagem em relação ao centro nervoso revolucionário que é a Torre de Marfim.
A farsa
Uma vez assimilados pela promessa de pertencer a um grupo acolhedor que não julga e aceita cada um de seus membros, independentemente de suas falhas, o indivíduo restará como parte integrante do mesmo, deixando sua individualidade para repetir mantras de forma irracional. Tal ritual requer a total rejeição de uma lógica, da maneira que, ao mesmo tempo em que o recém-absorvido se vê acolhido, perde a capacidade de questionar a linha argumentativa do grupo, sendo fagocitado por aqueles que acredita serem seus pares.
Cego pelos mimos que recebe ao ingressar na seita, o neófito ignora que tornou-se apenas um membro de um rebanho a serviço de um mal maior e não relutará em receber seu quinhão de vantagens, seja a benesse que for, pois assim, terá a compensação por servir seus mestres. Para isso, é indispensável acolher todos os ditames do grupo, pois deve ser mais puro que os puros e menos ímpio que os ímpios, buscando ser o mais virtuoso entre os seus, será um vigilante incansável de seus pares, pois, isso o colocará em uma condição de julgador e os demais em posição de julgados.
A mentira das minorias reside justamente no ponto em que cada um pretende ser o fiscal dos demais, não pela missão de manter a harmonia, até por ser isso uma grande falácia, mas para se afirmar como aquele que, dentro daquela minoria, mais representa a causa. Não por acaso, no âmbito dos ativistas LGBT os autointitulados transexuais se colocam como vítimas dos homossexuais para assim terem maior proteção que seus supostos pares.
Entre as mulheres é comum que as negras se coloquem como mais vítimas que as brancas ao passo que entre os negros as mulheres vendam a imagem que são mais carentes que os homens. Uma espécie de leilão de sofrimento” em que a autovitimização é a oferta decisiva.
Tudo isso nada mais é que um espetáculo dantesco cujo objetivo é produzir cada vez mais meios para perseguir e rechaçar inimigos imaginários, que serve como base para criar mecanismos que se prestarão para atacar quaisquer alvos dos verdadeiros detentores do poder. A defesa de teses cada vez mais indefinidas e abrangentes permite ao julgador alcançar seus desafetos, haja vista que, se tudo pode ser interpretado como crime, poderá o juiz condenar quem ele quiser e absolver tantos quanto entender necessário.
Crimes possuem natureza genérica justamente por terem o objetivo de punir condutas e não pessoas, entretanto, crimes unilaterais são, cada vez mais comuns. Tais crimes buscam proteger pessoas por pertencerem a determinadas minorias, não se aplicando à defesa de qualquer um que posse ser alvo da conduta infracional.
A camada Lei Maria da Penha é um exemplo claro de uma norma que trata as mulheres como vítimas de violência doméstica que carecem de proteção, ignorando o considerável número de homens que figuram no polo passivo de tais tipos de crimes, bem como, protegendo mulheres de mulheres, afastando a alegação de que há uma relação de fragilidade em relação aos homens. Por outro lado, se a norma abraça pessoas do mesmo sexo, mulheres, nada deveria impedir sua aplicação quando a agressão envolve dois homens, pois o equilíbrio de forças estaria presente.
Não há como analisar todas as normas unilaterais vigentes no momento, tampouco, os projetos que tentam agravar a situação, contudo, duas questões devem ser enfrentadas para cegarmos a uma análise dos fatos.
A primeira é a tentativa de unilateralizar o racismo, alegando que é necessária uma relação de poder para que uma conduta seja considerada racista, logo, busca-se transformar o crime em uma via de mão única que permite que grupos, considerados menos privilegiados, possam perpetrar ações nefastas contra indivíduos que teriam “vantagens” no convívio social em decorrência de sua etnia. Tal bestial visão já foi abraçada pelo Ministério Público e até pelo Poder Judiciário, sendo, não só doentio, mas institucionalizada.
O monstro
Ao ser institucionalizada a perseguição unilateral cria no rupo minoritário uma espécie de relação de poder em relação aos seus supostos opositores, aliciando ainda mais membros que buscam, além do acolhimento, a vantagem em comparação aos outros. Ter em seu favor cotas e o trunfo de invocar uma acusação penal contra qualquer um que o desagrade, ainda que tenha praticado conduta análoga em face do mesmo, seduz indivíduos de caráter fraco ou ávidos por poder, que não se furtarão em reclamar a proteção dos mesmos déspotas que os usam como massa de manobra.
Exigir que cumpra-se uma lei abjeta e desconexa da realidade para subjugar outrem ao se bel prazer, alimenta não o membros da minoria, mas o detentor do poder que, no momento que considerar conveniente, abocanhará o seu vassalo arrogante. Quando se dá mais poder para obter vantagem, alimenta-se o monstro que comerá sua própria carne quando entender que sua serventia não é mais necessária.
A ambição acaba por levar os líderes das minorias em direção dos poderosos, sacrificando seus servos em nome do poder e alimentando cada vez mais a besta que os usa para subjugar seus supostos rivais. A armadilha reside no ponto em que os membros das minorias acabam tornando-se escravos daquilo que alimentaram, pois, deram tanto poder à besta que não poderão fugir dela sem serem devorados ou gravemente feridos, cegando assim ao caminho sem volta.
Quando se pede a criminalização da mentira, ignora-se que poderá ser o alvo de tal julgamento, pois, dar-se-ão poderes ilimitados àquele que terá a atribuição de dizer o que é verdade, de maneira que, qualquer um poderá ser alcançado pela mão punitiva do julgador. Dar-se à autoridade poderes ilimitados para que garanta proteção e privilégios às minorias, permitindo que atropele qualquer um que ouse se opor à tirania, assim os déspotas se alimentam das necessidades daqueles que, se consideram fracos ou dignos de tratamento especial, tornando-se mais poderosos enquanto fingem atender aos anseios das minorias.
Quanto o individuo fragilizado, em grande parte das vezes por narrativas, adere às pautas de grupos que se dizem vítimas de tudo, delega aos piores tipos de tiranos poderes que futuramente voltar-se-ão contra ele, permitindo ser solapado quando não mais servir aos sórdidos interesses de seus supostos protetores. Quando toda a força se voltar contra o fraco e ganancioso ser, restará a ele ser esmagado pelo titã que ajudou a alimentar durante sua desequilibrada busca por atenção, acolhimento e privilégios.
Fugindo da besta
O maior erro em conceder poder absoluto a alguém não reside no fato que o ser humano é falho e poderá corromper-se diante de tamanha força, por mais que isso seja um temor real, ainda há um perigo maior, a cessão de poderes absolutos àqueles que tiveram suas ações motivadas pela ganância. Ainda mais grave que um acidente no qual um indivíduo é corrompido pela soberba é a incúria de entregar o poder ao tirano que planejou sua ascensão movido pela ganância, tendo traçado plano para assumir o poder.
Se o destino levou determinado agente ao topo de uma pirâmide e, ao chegar lá, o mesmo desvia-se de sua missão para aproveitar-se de seus pares, isso faz dele um algoz de seus irmãos, mas, sua bondade poderá ser resgatada, pois, sua corrupção é decorrente da sedução. Por outro lado, aquele que arquitetou um plano para alcançar o poder seduzindo os outros é essencialmente vil e dificilmente desistirá de sua intenta diabólica, sendo um abjeto instrumento do mal que não abdicará de qualquer fração de poder que lhe for concedida ou que obter forçosamente.
Durante a pandemia, não foram poucos que chamaram as autoridades para administrar medidas autoritárias, aplaudindo abusos e atropelamentos que jamais seriam aceitos em um estado de normalidade, O pânico alimentado resultou em uma escalada tirânica de poder que “justificava”, no imaginário de muitos, perseguições e açoites desenfreados e injustificados, trazendo a lume medidas que pareciam mais arcaicas que em eras antigas.
O despotismo fluía desenfreado e grande parte dos desesperados aclamavam por mais medidas tiranas, aceitando e estimulando que governantes, em alguns casos juízes, adotassem medidas enérgicas sem qualquer nexo causal com a propagação da doença. Tudo se justificava por uma premissa de ciência absoluta, por uma obediência irracional que guiava o rebanho aflito por qualquer notícia consoladora.
Por outro lado, grupos que tinham suas teses tratadas como verdades absolutas passaram a sentir-se ameaçados diante questionamentos simples, que não conseguiam refutar, socorrendo-se de medidas que permitiriam a manutenção de suas narrativas como alegações incontestes. Verdadeiros ministérios da verdade surgiram para referendar suas premissas e calar qualquer um que tivesse a audácia de desafiar seus dogmas, as chamadas agências de checagem nasceram para servir quem outrora controlava a informação.
De um lado nasceu a obrigação de provar a veracidade de suas alegações, ainda que contextualizadas fossem reais, deveriam ser redigidas de forma que não pairasse dúvidas nos textos, enquanto, ao lado que já tinha o domínio dos meios de comunicação foi ratificado o direito à desinformação e descontextualizar as alegações, uma espécie de liberdade para mentir irrestrita, ainda que tal mentira fosse imputar àquele que diz a verdade uma falsa acusação.
A ciência tornou-se uma arma indefensável quando a serviço das pautas revolucionárias, mas totalmente irrelevante quando se opondo a elas. Não por acaso a ideologia de gênero massacrou a biologia e mesmo que ouse falar a verdade se vê atacado por órgãos jurisdicionais carcomidos pelas premissas revolucionárias.
O problema é que as pautas ditas progressistas envenenaram a sociedade através da corrupção moral, tomando de assalto a consciência de autoridades, muitas delas acreditando na revolução ou devendo seu poder aos grupos que sustentam tais pautas, o que resulta em uma justiça que serve somente para calar vozes dissonantes e criminalizar todos que possam ser obstáculos aos aspirantes a tiranos.
Através do poder coercitivo dos tribunais, o avanço doentio de quem condena a verdade e quer se impor à força torna-se o caminho para o poder, não importa quantos sejam atropelados pelo expresso do mal.
Aqueles que resistem
Lutar contra a via unilateral acaba sendo um ato de coragem, considerando que o expresso do mal, cujo combustível é a fraqueza que o alimenta, está disposto a massacrar quem se levante contra todos os abusos, ainda que sejam seus próprios servos. Por isso, a grande questão não está em levantar aqueles que não fazem parte da máquina de dominação, mas despertar os que estão presos como peças da engrenagem para que se libertem da prisão mental que foram colocados.
Não por acaso um negro que não compactua com as pautas revolucionárias é acusado de ser um capitão do mato, ou seja, servir um senhor e voltar-se contra os negros. Todavia, o verdadeiro ofício de capitão do mato é exercido, de forma análoga nos dias atuais, pelas lideranças dos movimentos negros, posto que, são recompensados por conduzir seus pares a um caminho sem volta em troca de benesses que lhes são dadas pelas elites revolucionárias.
O despertar dos que estão presos às pautas revolucionárias é importante, não para arregimentar pessoas contra o mal que o dito progressismo é, mas para que saibam que estão enveredando por um caminho sem volta e que serão as maiores vítimas, pois libertar-se da maquina é considerado uma traição pelos senhores da revolução.
Nada é mais ofensivo para um agente da revolução que um desertor e, por isso, todo aquele que tenta se libertar da prisão intelectual dos autointitulados progressista é alvo do ódio indiscriminado dos revolucionários. Assim sendo, deve-se negar poder aos tiranos e renunciar ao absolutismo sempre que possível.
Não importa o quão sedutor seja, enveredar por um caminho sem volta te levará à desgraça, fazendo-o escravo de uma elite despótica que sorverá do seu sangue e não renunciará ao poder.