As escolas moralistas

As escolas moralistas

O objetivo do texto é suscitar reflexões sobre nosso momento histórico.

Em toda a Grécia, após o afastamento dos filósofos dedicados à metafísica, como Platão, Sócrates, Aristóteles e Alexandre Magno, um fenômeno muito importante se dá por causa da decadência dos valores humanos. Vamos aos fatos:

Com o afastamento de Platão e Aristóteles e o fracasso de Alexandre Magno na tentativa de um império universal, o mundo grego se depara com sérias consequências que quebraram de maneira irreversível o esquema de vida que o havia sustentado durante séculos anteriores.

Sem respostas para suas dúvidas vitais, suas desilusões e sua necessidade de fundamentar-se em um ideal de vida à maneira clássica, restava apenas o intelectualismo, já que os sistemas religioso e político já não supria a crescente angústia do homem, voltando-se apenas. às suas necessidades presentes.

É assim que nesta época vem surgir a necessidade de uma vida ética deixando de lado os conceitos superiores ou espirituais.

Uma das grandes críticas da época é a inferioridade dos conceitos das escolas Morais em relação aos aspectos metafísicos ou espirituais embora inferiores em seus significados conseguiram suplantar no interior busca da verdade com total êxito durante muito tempo.

É importante ressaltar que este é o efeito do desinteresse por temas mais elevados onde não há espaço para o materialismo ou a sua presença é a menor possível.

Também é importante lembrar que as doutrinas de Sócrates, Platão e Aristóteles, estavam presentes, mas a inteligência dos homens da época não eram aptas para captá-las.

Na tentativa de fazer algo para continuar em alguma medida em contato com os valores próprios do ser humano.

Assim nascem as escolas moralistas que vão propôr na vida prática o estabelecimento da ética/moral, como tentativa de manter a dignidade e a evolução dentro de um contexto histórico decadente.

Um destes fenômenos foram os cínicos.

Antístenes, tinha como base o total desvinculamento das instituições, como a família e o estado.

Viviam como mendigos, muitas vezes e levando no alforje apenas um pedaço de pão e uma vasilha para tomar água.

Eram radicais na prática do afastamento dos bens materiais e para eles o único bem era a virtude; tudo mais merecia total desprezo. Dizia Antístenes: ” Antes enlouquecer que ter prazer”

Este comportamento lhes rendeu a crítica de Platão em seu diálogo, Teeteto, que referiu-se à eles como “homens não crêem que exista nada mais além de que se pode apertar com a mão cheia.”

Um outro movimento, o dos Cirenaicos, teve como líder Arístipo de Cirene.

Estes, por sua vez, aceitavam os prazeres materiais desde que não fossem desmedidos e não possuíssem ao homem.

Dizia Arístipo: “Possuo, não sou possuído”. Dizia também que o fim do homem não é a felicidade, mas o prazer, e o prazer uma vez dominado traria uma liberdade espiritual para o homem.

Se nos dedicarmos a ler sobre estes movimentos, veremos a quantidade de absurdos que eles promoveram com a melhor das intenções.

Um exemplo, foi Diógenes de Atenas que vivia como mendigos e morava em um barril.

Certa vez, diante de Alexandre o grande, teve a chance de obter o que quisesse, porém diante da oferta de Alexandre, pediu apenas que não atrapalhasse a luz do sol, pois o imperador estava fazendo sombra.

Onde pretendo chegar apresentando esse fato histórico?

Quando deixamos de lado os valores mais elevados de nossa sociedade, não estamos livres das consequências que serão um efeito natural.

Assim como quando não nos alimentamos adequadamente deixando de lado os alimentos com alto valor nutricional, adoecemos como resultado, o abandono dos valores éticos, adoecemos nossa sociedade, pois são eles os nutrientes da moral.

E como já menciona a Bíblia sagrada em Salmos 42: 7

“Um abismo chama outro abismo”.

Da decadência dos valores morais surgem doenças como a tirania, o fanatismo, a corrupção, a ditadura e o desejo de eliminar qualquer um que seja uma ameaça a essas doenças, pois os altos valores da sociedade agem como anticorpos; então são identificados como inimigos.

Essas doenças, uma vez encarnadas em uma pessoa, fará dela seu servo, como um zumbi que a gente sem pensar sempre em prol de sobreviver no organismo que no caso é a sociedade.

Se o que te foi apresentado te lembra ou te faz relacionar a algo, não é mera coincidência. Pois assim são os movimentos naturais da vida.

Se houver uma lacuna, ela será ocupada pelo ocupante mais próximo e será o resultado das ações anteriores.

Pensemos sobre isso e qualifiquemos nossos pensamentos e ações, não abandonando os altivos valores da vida, pois nada é impune.

Deus abençoe nossa jornada!

Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. III N.º 40 – ISSN 2764-3867

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Sobre o autor

Edson Araujo

Palestrante, estudante de filosofia e teologia, colunista na Revista Conhecimento & Cidadania.

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BIOGRAFIA

Leandro Costa

Servidor público, advogado impedido, professor de Direito, Diretor Acadêmico do projeto Direito nas Escolas e editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania.

Defensor de uma sociedade rica em valores, acredito que o Brasil despertou e luta para sair da lama vermelha que tentou nos engolir. Sob às bênçãos de Deus defenderemos nossa pátria, família e liberdade, tendo como arma a verdade.

É preciso fazer a nossa parte como cidadãos, lutar incessantemente por nosso povo e deixar um legado para as futuras gerações. A política deve ser um meio do cidadão conduzir a nação, jamais uma forma de submissão a tiranos.

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