Defesa da Vida

Defesa da Vida

Evoluindo para um debate

“Antes que fosses formado no ventre de tua mãe, eu já te conhecia. Antes do teu nascimento, eu já te consagrara.” (Jr 1,5)

Definitivamente quando o ser humano deseja consegue ser muito cruel. É difícil de imaginar como alguém consegue ter tanto ódio pelo seu semelhante.

No artigo anterior falamos a respeito da defesa da vida no ventre. O aborto que voltou a ser rediscutido recentemente em Brasília é um ataque a vida ainda no início.

E embora alguns grupos queiram discutir quando começa a vida, não conheço nenhuma mulher que descobriu uma gravidez, mesmo que bem cedo, que ao passar por um aborto espontâneo, não tenha chorado a perda como se fosse de um ente. Então, pergunto… Faz sentido, estipular uma data para o início da concepção?

Enquanto, algumas mulheres passam anos tentando realizar o sonho de ser mãe. Outras, querem lutar para se livrar de serem mãe. Repare aqui que não se trata de prevenir e evitar ser mãe. É algo totalmente diferente, é se livrar de ser mãe depois que já se é.

O mais estranho dessa discussão é que muito se fala sobre “meu corpo, minhas regras”. Mas pouco se fala sobre estímulos sexuais precoce ou sobre evitar doenças sexuais, que aliás, podem trazer muito sofrimento e levar até a morte. Uma gravidez é o menor dos problemas. Existem questões mais graves sobre o assunto que são ignoradas.

E aqui chegamos a um ponto crucial. O que é realmente defesa a vida humana? E qual o valor da vida humana?

O aborto é algo extremamente cruel. Mas atacar “algo que não se vê” pode ser a explicação para tanta falta de empatia. Dr. Bernard Nathanson, conhecido como “pai do aborto”, depois de ter realizado dezena de milhares de abortos nos Estados Unidos, ao se deparar com o surgimento do ultrassom mudou drasticamente de opinião.

O médico acreditava que um aborto realizado com as técnicas adequadas era algo benéfico para a saúde da mulher. Porém, isso mudou durante um procedimento em sua clínica. Enquanto, realizava um aborto por sucção, o médico decidiu acompanhar o procedimento pela primeira vez através do aparelho de ultrassonografia (tal aparelho não havia sido desenvolvido até momento). Para espanto do médico, o feto se debatia durante o procedimento e isso foi o ponto crucial para mudar todo o curso de sua vida.

“Pude comprovar que é um ser humano com todas as suas características. E se é uma pessoa, tem direito à vida.

Eu não creio, eu sei que a vida começa no momento da concepção e deve ser inviolável. É um ser humano, com todas as suas características”.

Contudo, quero lhe convidar para uma outra reflexão. Combater o aborto é dever de todo provida e certamente sua condenação é encarada por alguns grupos céticos como uma razão puramente religiosa, até mesmo como uma luta “contra crenças religiosas”.

Por falar em “guerra religiosa” é impossível não fazermos um link com tudo que vem acontecendo em Israel. Religiosamente falando Israel é considerado biblicamente como o povo escolhido por Deus. Israel seria a nação em que viria o Messias e deveria ser uma nação de sacerdotes, profetas e missionários para o mundo. Sabemos que na prática o curso dessa história não está sendo bem assim.

Independente das motivações políticas para o atual cenário, o que sabemos é que a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas registrou já mais de 5 mil mortes, 1400 israelenses e 4137 na Faixa de Gaza.

O atentado iniciado pelo Hamas começou matando pessoas inocentes, em sua maioria mulheres e crianças na faixa de 2 a 5 anos de idade, alguns relatos de militares afirmam que o grupo terrorista invadiu os apartamentos, matando as crianças na frente os pais em seguida os pais. Diante disto, a resposta de Israel ao atentado foi ainda mais devastadora.

Essa guerra, infelizmente, ainda está longe de acabar… Talvez, alguns estejam se perguntando se Deus é tão bom porque Deus permite tanto mal no mundo… A verdade é que Deus é bom, mas não é autoritário e nos deu a liberdade de fazermos nossas escolhas. A pergunta correta é, se o Criador nos fez tão perfeitos porque insistimos tanto em desviar do propósito da criação?

Em uma reflexão mais profunda, a defesa da vida em suas diferentes perspectivas pode parecer uma questão bastante complexa. Todavia, a sua defesa é um dever moral inquestionável, mesmo que alguns grupos interpretam como uma questão exclusivamente religiosa. No conflito em Israel, onde fatores religiosos e políticos se entrelaçam, podemos ressaltar que, apesar das expectativas religiosas em relação a Israel, a realidade atual é diferente, o que levanta questões sobre o papel da religião na geopolítica e suas consequências humanas.

Embora, Deus, seja reconhecido como bom, não interfere autoritariamente nas escolhas humanas, dando às pessoas o livre-arbítrio. Portanto, façamos essa imersão, voltemos par si, para que possamos assumir responsabilidades, ao invés, de apenas procurar “um culpado” para os desvios frequentes dos seres humanos para o propósito da criação. Que tenhamos a consciência de que a mudança começa em nós mesmos, buscando ser exemplo de moralidade, ética e responsabilidade individual.

Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. II N.º 35

Sobre o autor

Juliette Oliveira

Teóloga, filósofa e engenheira

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BIOGRAFIA

Leandro Costa

Servidor público, advogado impedido, professor de Direito, Diretor Acadêmico do projeto Direito nas Escolas e editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania.

Defensor de uma sociedade rica em valores, acredito que o Brasil despertou e luta para sair da lama vermelha que tentou nos engolir. Sob às bênçãos de Deus defenderemos nossa pátria, família e liberdade, tendo como arma a verdade.

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