Onde está Deus?

Onde está Deus?

Está aí, uma pergunta secular que tem ecoado em todas as áreas do conhecimento humano. Nem é preciso dizer que as respostas são muitas, desde antes do cristianismo o conceito de Deus, é muito explorado em perguntas e respostas que variam do ateísmo ao mais requintado Teísmo.

Eu poderia explorar bem o tema em suas várias possibilidades, mas a ideia é sempre refletir, pois longe de mim ter a pretensão de ter as respostas e indicar alguma verdade absoluta.

De um aspecto espiritualista alguém diria que Deus está no céu, nos corações dos seres humanos e até mesmo em todos os lugares. Talvez em um aspecto mais sutil, alguém diria que Deus está nas palavras e ações de bondade de cada pessoa, em fim, onde está Deus?

Separei uma frase famosa que sempre acompanha esta pergunta e que cabe muito bem nesta reflexão: Onde está Deus que não vê os males do mundo?

Uma resposta seria dizer que Deus está nos lugares onde há bondades no mundo, mas o ser humano prefere a maldade, mas não seria um bom caminho para refletir sobre a pergunta, pois essa resposta tende a dar um fim a questão onde cabem muitas outras respostas.

Existe uma ferramenta na filosofia que é muito útil nesses momentos, em linhas gerais, vamos qualificando e aproximando a pergunta para a nossa capacidade intuitiva de responder.

Podemos então perguntar onde está Deus que não vê os males do mundo, do ocidente, do continente, do país, do estado, da cidade, do bairro, da rua onde moro, da minha família e por fim os males que me acometem.

Para todas as perguntas a resposta mais próxima parece a mesma pois, quem causa os males? Deus ou o ser humano? Na mesma proporção, os atos de bondade que são belíssimos também são protagonizados pelo ser humano. Afunilando ainda mais, em todos os níveis da pergunta o ser humano está presente. Cabe aí mostrar o quanto estamos longe de um conceito mais fraternal e próximo do egoísmo.

Quando algo acontece de ruim aos outros o mal está distante, de maneira ilusória não aconteceu comigo; lembremos que se algo acontece ao sol que está tão distante, nos atinge como se estivesse ao lado.

Veja, se o sol parar morremos, se o coração parar também, nesse ângulo, o coração seria o sol em nós. – um reflexo dele –

No momento em que meu coração está morrendo, logo penso: estou morrendo!

Agora já não é algo fora de mim nem dentro, agora sou eu.

Nas poucas linhas que escrevi, podemos perceber que de um Deus tão distante que não vê os males do mundo, chegamos em um ponto onde Deus está dentro de mim. (lembremos que as pessoas dizem que somos anjos que as ajudaram quando em situações difíceis, embora não seja os literalmente anjos).

Claro que é uma metáfora, pois o que quero mostrar é que Deus está onde estou, se em minhas ações o represento.

Se chegamos a conclusão de que Deus não está presente pelos males que vemos e os tais males são praticados por seres humanos, então concluiremos também que para que ele se faça presente é fundamental que se faça o bem; e quem é esse agente do bem? Sim, o próprio ser humano.

Nessa linha de reflexão perguntar onde está Deus é o mesmo que perguntar onde está o ser humano que não resolve as maldades; e aprofundando ainda mais, onde estou eu que ao me deparar com uma maldade ou injustiça, não me manifesto para mudar o quadro? (Já que sou um ser humano e então, um agente do bem).

Estamos tão distantes de assumir nossas responsabilidades que culpamos até mesmo nosso criador pelos males que nós mesmos causamos; estamos tão acostumados a ver soluções nos outros e a culpar os outros que nem pensamos se podemos nós mesmos resolver nossos problemas.

Em nosso momento histórico, cabe, orações, rezas, preces e tudo o mais que nos ajude a buscar solução para os males que afetam nossa sociedade, mas não nos enganemos, a solução está em nós!

Esse é mais um chamado a autorresponsabilidade, sejamos nós os portadores das virtudes e valores que queremos para nossa sociedade.

Somos ainda um paciente com muitas dificuldades nesta UTI, chamada história, mas não estamos desenganados.

Há ainda tratamento para nossa sociedade e lembremos que para melhorar um grupo é preciso melhorar a cada indivíduo que compõe esse grupo.

Tenhamos um propósito em nós mesmos: De sermos cidadãos cada vez mais comprometidos com nossa nação.

Como escreveu o apóstolo Paulo em 2 Coríntios 4:8-18:

Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo sempre por toda parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossos corpos”

Que Deus abençoe nossa jornada!

Leia também: UM NOVO CICLO

Sobre o autor

Edson Araujo

Palestrante, estudante de filosofia e teologia, colunista na Revista Conhecimento & Cidadania.

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BIOGRAFIA

Leandro Costa

Servidor público, advogado impedido, professor de Direito, Diretor Acadêmico do projeto Direito nas Escolas e editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania.

Defensor de uma sociedade rica em valores, acredito que o Brasil despertou e luta para sair da lama vermelha que tentou nos engolir. Sob às bênçãos de Deus defenderemos nossa pátria, família e liberdade, tendo como arma a verdade.

É preciso fazer a nossa parte como cidadãos, lutar incessantemente por nosso povo e deixar um legado para as futuras gerações. A política deve ser um meio do cidadão conduzir a nação, jamais uma forma de submissão a tiranos.

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