O braço armado e drogado da revolução

O braço armado e drogado da revolução

As primeiras organizações criminosas

Quando pensamos em crime organizado, é inevitável que nossa imaginação nos conduza à máfia do sul da Itália, ainda que está não seja a primeira forma conhecida de organização criminosa, é certo que, tornou-se a mais famosa, seja pela grande influência cultural e política nas áreas de sua atuação ou pela fama nas obras literárias e cinematográficas. A exposição de tais organismos se tornou latente quando os imigrantes italianos levaram consigo tal costume para o novo mundo, fazendo dos Estados Unidos da América um país cujas famílias ítalo-americanas envolvidas com tal tipo de crime, tivessem grande notoriedade.

Clássicos do cinema como a trilogia O Poderoso Chefão (The Godfather – 1972, 1974 e 1990), os Intocáveis (The Untouchables – 1987) e tantos outros, trouxeram às telas grupos que tinham nas sombras do submundo sua existência. Tal exposição ocorrera após o ápice de tais organizações, posto que, fazê-lo em época anterior poderia ser algo impossível, pois os tentáculos das chamadas máfias eram realmente longos.

Já a máfia italiana, a primordial, continuava, e ao que tudo indica continua, atuando e sendo muito influente em sua terra natal.

O termo máfia é considerado sinônimo de organização criminosa em muitos lugares do mundo, por vezes algumas organizações também recebem tal denominação, mesmo tendo características muito distantes. O conceito estrito de máfia está ligado à Península Itálica, entretanto, pode-se dizer que em sentido amplo, qualquer que seja a organização o termo será adequado.

Importante compreender que, via de regra, as organizações criminosas que mais se assemelham às máfias são aquelas que possuem um certo crivo no que concerne à admissão de seus membros, não cooptando de forma indistinta indivíduos para as fileiras da organização. Ao menos na ficção, há uma seleção entre os pretensos membros da máfia, recrutando somente aqueles cuja organização considere capaz de ascender em seu organograma ou que prestem serviços de interesse relevante, às párias é destinado uma espécie de sala de espera para colaboradores não membros.

É imperiosos abrir um parêntese para falar do nascimento das organizações do sul da Itália, sendo as mais conhecidas a Cosa Nostra (Ilha da Sicília), Camorra (Nápoles), Ndrangheta (Calábria). A mais famosa dela é, sem dúvida a primeira, justamente por ter, na primeira metade do século passado, expandido seus negócios junto com imigrantes para a América do Norte, entretanto, entretanto, atualmente é a Ndrangheta quem tem maior poder, pois se ramificou para o norte da Itália e, de lá, para todo o mundo, sendo considerada a maior organização criminosa do ocidente.

A Camorra não é tão seletiva e tem um comportamento muito parecido com organizações latino-americanas, entretanto, independente dos métodos, todas as organizações têm como principais atividades o narcotráfico, a extorsão, o contrabando e o tráfico de pessoas.

A Cosa Nostra surgiu essencialmente nas áreas rurais da Ilha da Sicília, e seu nascimento se deve a alegação de que o Estado negligenciava a região, de forma que era comum a atuação de franceses na localidade. Os primeiros membros da organização seriam “protetores” dos sicilianos, que eram agraciados por seus concidadão devido ao esforço empreendido para rechaçar os franceses, todavia, os agrados tornaram-se uma imposição, fazendo com que os mafiosos exigissem taxas para proteger os indivíduos dos inimigos e, posteriormente, deles mesmos. Muito similar com o que ocorre nas comunidades nas terras brasileiras.

É importante frisar que há uma grande distinção entre a família e a máfia, pois a primeira é ligada por laços e pode deixar de existir ou abandonar a sua ligação com a organização, como por exemplo uma família que tem todos os seus membros exterminados ou que nenhum de seus remanescentes pretende enveredar pelos caminhos do crime, a família estaria fora da organização. Por outro lado, as máfias existem como instituição e a entrada ou saída de uma família fará com que ela ocupe um lugar na organização ou seja substituída. Relatos indicam que a família Corleone, que de fato existe, não guarda relações com a Cosa Nostra nos dias atuais, entretanto, a organização criminosa continua atuando, logo, sua existência está ligada a um suporte cultural e político, podendo, como demostra a trilogia ficcional sobre tal família, migrar de atividade criminosa.

As tríades chinesas, a Yakuza (Japão) e a máfia russa também merecem a atenção do leitor. As tríades chinesas, que não se adaptaram ao regime comunista fechado, pois buscavam riquezas que não era acessíveis naquele país e sofriam grande repressão do regime totalitário, portanto, cresceram na China continental mas tiveram de se expandir fora daquele país, especialmente em Hong Kong.

Sendo a mais antiga forma de organização criminosa catalogada, as trades derivam de movimento revolucionário da época da dinastia Ming, mas tal qual as máfias italianas, tornam-se, com o passar dos anos, grupos ávidos por poder e dinheiro. O nome tríade é dado pelos ingleses, devido ao uso do triângulo como símbolo de uma destas facções, a “Sociedade das Três Harmonias”.

A Yakuza é a forma mais próxima das máfias italianas, posto que, organiza-se em famílias e, por isso, pode manter sua existência independentemente da deserção de uma delas. A máfia russa, termo genérico para organizações criminosas do país eurasiano, tem como principais grupos a Bratva e a Organizatsiya, sendo a primeira menos seletiva, que cresceram no sistema dos Gulags, mas se espalharam durante a Guerra Fria quando a KGB infiltrava agentes nas principais organizações criminosas do mundo, assim, com o fim do regime soviético, muitos dos agentes mantinham o canal com o submundo de outros países aberto, o que facilitou a expansão da máfia russa pelo mundo.

Os barões do crime

Antes de tratar das organizações criminosas modernas, é preciso compreender que o solo brasileiro já era um terreno fértil para que organizações estabelecessem o controle de atividades ilícitas e pudessem se permear na sociedade, em especial, nas instituições do Estado e outras grandes corporações. Antes das atuais facções se alastrarem como um câncer em metástase pelas terras do Brasil, já havia por aqui uma grande máfia funcionando como os moldes do velho mundo.

Um jogo de azar denominado Jogo do Bicho fez do Rio de Janeiro, ainda quando era capital da nação, uma terra assolada por organizações criminosas. O jogo surgiu como forma arrecadar fundos para o Jardim Zoológico da cidade, criado pelo Barão de Drummond em 1892, foi criminalizado em 1895, espalhando-se pela cidade.

Durante o passar dos anos a exploração do Jogo do Bicho era algo desorganizado, entretanto, a constante disputa por pontos de aposta fez com que os maiores banqueiros do esquema criminosos se organizassem para lotear as áreas de exploração. Surgiu a chamada “cúpula do bicho” que, posteriormente, cria a Liga Independente das Escolas de Samba.

É essencial compreender a ramificação dos barões do bicho para perceber como tomaram o controle de áreas de influência, pois, sua metodologia foi replicada pela guerrilha, permitindo que o crime se entranhasse no estamento fluminense.

Os barões do crime, conhecidos de forma rasa como bicheiros, assumiram o total controle das localidades em que se colocaram como benfeitores, uma vez que, capturaram a consciência do povo de tais lugares. Usaram um método de permeabilização que respondia em diversos aspectos, tornando-se, literalmente, cultuados em seus “feudos” modernos.

Os bicheiros fracionaram as regiões e, dentro de sua fatia, focaram sua influência nas regiões mais pobres, criando uma espécie de vínculo com a comunidade que carecia da presença do poder público, assim, impuseram o medo, criaram códigos de conduta conforme a moral do líder local, sujeitando cidadão ao seu julgo e aplicando sanções, ao passo que também eram reverenciados por seu assistencialismo e fomento ao lazer. Desde 1930 há relatos de um estreito relacionamento entre as escolas de samba e os bicheiros, tal relação personificava-se me Natal da Portela, mas foi com as ascensão dos membros da cúpula do Jogo do Bicho e a criação da LIESA (Liga Independente das Escolas de Samba) que ocorrerá a simbiose entre as máfias do jogo de azar e as agremiação que cativavam o imaginário popular.

Os bicheiros passaram a ser considerados nobres repeitados pela sociedade, seja pelo medo ou pela admiração, conquistaram a lealdade dos moradores das comunidades carentes, as favelas, e o o silêncio de toda a sociedade fluminense. Corrompera tanto o poder estatal quanto os meios de comunicação, passando a frequentar os salões nobres da alta sociedade e receber famosos, empresários e autoridades em seus camarotes.

O ápice do poder veio com a construção da Apoteose do Samba, sendo a Avenida Marques de Sapucaí, uma via no centro da capital do Rio de Janeiro, convertida em uma pista de espetáculos, cercada por arquibancadas e dedicada aos desfiles das agremiações. O então governador do estado Leonel de Moura Brizolla, político revolucionário que tem papel fundamental na expansão do crime organizado no Rio de Janeiro.

Ao impor o domínio territorial pelo misto de admiração e respeito, os barões do crime conseguiram subjugar considerável parte da população e seu poder político-financeiro foi capaz de aliciar os agentes culturais, que, movidos pela ganância, vaidade ou gratidão passaram a acolher seus valores e render-lhes as homenagens, criando assim o culto a personalidade do criminoso de alta estirpe, a famosa expressão “bandido cascudo”.

Além disso, era preciso corromper as autoridades, mas estas, em tese não se deixariam seduzir pelo glamour, uma vez que, sua exposição poderia custar-lhes muito. A corrupção tornou-se o meio para que os tentáculos dos barões envolvessem o poder público.

A ilha que gestou a narcoguerrilha

Não foi dos barões do crime que surgiu a guerrilha urbana, mas da união entre os criminosos desorganizados e a ideologia marxista. Por mais que os bicheiros etilizassem da violência, da propaganda e da corrupção para manter o seu poder, eles não teriam motivos para romper com a ordem vigente, posto que, seu lugar com na alta sociedade estava garantido, ainda que, exercessem o controle sobre áreas carentes e do submundo.

No ideário marxista, a força usada para que seus líderes chegassem ao poder precisava ser violenta mas, acima de tudo, nutrir um nítido sentimento de revanche conta um grupo que pudesse ser apontados, ainda que de forma mentirosa, usando acusações tão genéricas que permitiam imputar a qualquer um toda a culpa desejada pelos senhores das massas socialistas.

A guerrilha marxista no Brasil estava sendo sufocada pelo Regime Militar e, por isso, os revolucionários tinam em mente que era necessário abandonar a luta armada, dedicando-se a guerra cultural, adotando assim uma estratégia diversa. A revolução vai buscar a hegemonia cultural, que não

poderia ser implementada por um só flanco, assim, a metodologia dos barões do crime precisava ser adaptada para que os ideais fossem aceitos e seguidos por toda a sociedade.

Habituados aos sindicatos, os revolucionários assumiram o controle das redações de jornais e das universidades de forma gradual, permeando-se nos alicerces da informação e da produção acadêmica, que posteriormente cruzar-se-iam para um engenhoso e orquestrado sistema. As notícias eram veiculadas e os pesquisadores produziam conteúdo para dar credibilidade, ou mesmo atestar como verdadeiras, as narrativas propostas pelos meios de comunicação.

O medo era um elemento essencial para o controle social, que os barões do crime sabiam usar mas os guerrilheiros se encontravam aleijados pela ação do governo militar, de forma que a luta armada não poderia ser abandonada como podíamos presumir, mas deveria ser terceirizada, poupando a elite revolucionário que, de suas torres de marfim, poderiam puxar as rédeas da sociedade. Passando-se por indivíduos dóceis, os líderes revolucionários delegaram o derramamento de sangue à outra classe, não mais sujando as mãos do nefasto rubro que espalhavam às custas das vidas que ceifavam de suas varandas.

O Instituto Penal Cândido Mendes, localizado na paradisíaca Ilha Grande, na cidade de Angra dos Reis, que é a maior do litoral sul fluminense, região chamada de Costa Verde, foi o ambiente em que os guerrilheiros marxistas tiveram contato direto e constante com criminosos ditos comuns, ou seja, que praticavam delitos mas não estavam ligados à organização alguma, sendo, no máximo, membros de quadrilhas.

O governo militar enviava para sua Alcatraz tropical os piores criminosos do Rio de Janeiro, uma vez que era um presídio de segurança máxima. Os líderes revolucionários e criminosos violentos foram atirados nos corredores daquela ilha, aquilo que se acredita como um erro do Regime, deu origem a uma organização criminosa com viés nitidamente marxista no Brasil.

A ideia de que juntar revolucionários e criminosos seja um erro é quase um consenso, todavia, não há como ignorar o fato de que tal erro decorre de uma ignorância em relação a capacidade de liderança, o que, não parece algo normal em se tratando de um governo composto por oficiais das Forças Armadas. Sendo necessário questionar se houve mesmo um erro estratégico ou se alguma autoridade permitiu deliberadamente que tal casamento ocorresse, destinando guerrilheiros marxistas para tal convívio.

Inserir um homem entre bestas ferozes pode ser sim um meio de destruí-lo, entretanto, não há como negar que o homem poderá domesticar as bestas que tornar-se-ão muito mais perigosas. Não por acaso, é impossível dizer que os narcotraficantes se valeram, e ainda se valem, de táticas de guerrilha no desempenho de suas ações criminosas.

A Ilha Grande foi o berço da narcoguerrilha brasileira, surgindo dali, não por acaso, no ano de 1979, a Falange Vermelha, termo que pode se traduzir como infantaria vermelha, em síntese, uma fração do Exército Vermelho. Tal acontecimento se dera antes da derrocada da União Soviética, restando evidente que o braço armada dos movimentos revolucionários no Rio de Janeiro tornou-se uma fração de um todo.

Há quem afirme que a criação do Comando Vermelho é obra dos presos comuns, motivados pelas péssimas condições em que viviam no Instituto Cândido Mendes, o que, com as devidas vênias, é algo falacioso, pois, assumir que presos iletrados se organizavam em grupos denominados falanges, é negar dois fatores. Que o termo falange não é algo do linguajar vulgar e que presos se auto-organizarem ao mesmo tempo em que adotam táticas de guerrilha, como se autodidatas fossem, é algo ainda mais mitológico que a suposição de uma propagação de ideais marxista dos revolucionários aos presos comuns.

Não se cogita que os presos políticos deixaram suas vidas de classe média em troca de um alistamento nas fileiras do Comando Vermelho, apenas transmitiram seus ensinamentos aos marginais e, com o fim do regime de exceção, regressaram a legalidade, delegando ao lumpemproletariado a função semiconsciente de impor o terror à sociedade e o controle sobre os mais pobres. A ideia de que a classe oprimida se levanta contra a dominante através de uma revolução é uma mentira historicamente provada, haja vista que, sempre haverá líderes revolucionários, que se traduzem em uma elite que usa a massa para alcançar seus fins.

Fazendo um paralelo com a Revolução Francesa, é nítido que o povo estava insatisfeito com a monarquia que governava o país e isso era o combustível para levar a nobreza à degola no imaginário dos populares, mas negar que Robespierre era um indivíduo letrado seria demasiadamente hipócrita. O político e advogado francês não nascera em um subúrbio fétido, logo, fazia parte de uma elite intelectual, que usou o povo para destituir o sistema vigente e se lançar, com seus confrades, ao poder.

Robespierre pode não ter derramado uma gote de sangue por suas próprias mão, mas fez com que outros fizessem emergir o terror na França. Os soldados da revolução seguem seus líderes déspotas até que o força deles seja o suficiente, daí, tornam-se escravos daqueles que colocaram no poder.

Assim como os revolucionários franceses, os russos também seguiram líderes que eram parte de uma elite, lembrando que Vladimir Ilyich Ulyanov, conhecido como Lenin, também formado em Direito tinha origem na classe média alta, o que resultou na centralização do poder nas mãos de tal atroz figura. Não é obra do destino que o pior tipo de indivíduos assumam a direção dos movimentos revolucionários, haja vista que, não possuem um freio moral, podendo esmagar qualquer um que considere como obstáculo a sua persecução ao poder.

Um dos fundadores do Comando Vermelho confessa que a organização não era dirigida desde o início pelos presos políticos, mas que participaram de palestras ministradas por aqueles, sendo a ideia de se organizarem um resultado dos ensinamentos que receberam dos revolucionários intelectuais. Os narcotraficantes não precisam saber que integram um grande sistema revolucionário, tendo em vista que, por acreditarem servir a sua própria causa, lutando por seus próprios ideias, dedicam-se à causa, justamente, pela ilusão que tornar-se-ão o centro do poder ao final de sua guerra, vivendo uma ilusão ao passo que servem à elite revolucionária, o que não difere em nada daqueles que foram cooptados pelos grupos autointitulados minoritários.

Assim, de forma inconsciente, os fundadores da Falange Vermelha acabaram assumindo o papel sujo que a classe intelectual dos revolucionários não estava mais disposta a desempenhas, permitindo que os revolucionários pudessem direcionar seus esforços para a guerra cultural, pois sabiam que a semente do marxismo estava plantada nos corações dos criminosos. O crime organizado adotou os valores dos revolucionários acreditando serem os seus, mas como um ovo de cuco, o lumpemproletário comum, o marginal simplório, teve sua bestialidade assimilada pela causa revolucionária, ainda mais vil, resultando no narcoguerrilheiro socialista, que fez do trafico de entorpecentes a sua fonte de alimentação e enriquecimento, bem como, de promoção da tomada de poder pela via da força, do assistencialismo e da corrupção, usando a metodologia dos barões do crime, com o diferencial do conflito de classe e a necessidade de derrubar a ordem estabelecida.

Nos moldes das escolas de samba, que posteriormente passaram a ter com o narcotráfico alguma ligação, a narcoguerrilha fez do “baile de favela” sua apoteose de menor escala, expandindo sua teia quando o ritmo musical foi assimilado pela sociedade. O culto ao narcotráfico tornava-se algo real, como ocorrera com a cúpula do Jogo do Bicho, entretanto, havia a pitada de um tempero que não estava presente na ode aos barões do crime.

O sentimento revolucionário era plantado nas letras do funk, seja para enaltecer a força da facção criminosa, para degradar a cultura ou, ainda que simultaneamente, inflamar a ideia revanchista do “nós contra eles”, incutindo no imaginário dos mais pobres que sua mesária era fruto da exploração da classe burguesa, o que chamaram de “povo do asfalto”. A cisão entre a classe média e os mais pobres é a fórmula perfeita para que uma elite, no caso os intelectuais revolucionários, pudessem justificar a inquisição socialista e a expropriação de bens, dando ar de aceitável qualquer agressão perpetrada pelos mais pobres, ainda que não o fossem, contra seus pseudoalgozes da classe média.

Não por acaso, nos deparamos cada vez mais com o discurso legitimando ações criminosas, em especial contra o patrimônio, ainda que seja feita uma flexão para tentar dar a ideia de compreender sem contudo aceitar, a busca final é transferir para o outro lado a culpa, ainda que a ação seja nefasta, para fazer da guerra de classes um palco em que tudo ao revolucionário é permitido. A narrativa tenta busca, tão somente, fazer crer que o indivíduo que expropria o faz por necessidade e aquele que possui o bem, o obteve em razão de um sistema que impossibilita o infrator de alcançá-lo.

A justificativa para delinquir dada aos revolucionários não se limita aos crimes contra o patrimônio, posto que, seu fim é legitimar a máxima que “os fins justificam os meios”, logo, agredir em nome de pautas como reforma agrária e a luta contra um fascismo imaginário está dentro de uma “legitima defesa revolucionária” que permite qualquer ação em nome da causa.

Narcossocialismo

O narcossocialismo é aglutinação do termo guerrilha socialista traficante de narcóticos, uma vez que a guerrilha está subintendida quando da junção de narcotraficante e socialista, ao unirmos as palavras traficantes e narcóticos surge o termo narcotraficantes, quem ao serem imbuídos da causa socialista, comportar-se-ão como guerrilheiros. Daí a narcoguerrilha socialista.

Para o narcossocialismo o fim especial é tomar o poder pela força, valendo-se do mercado de entorpecentes para custear sua guerra, a ocupação de espaços físico e o exercício de uma soberania paralela também são indispensáveis aos anseios de tal sistema. Percebe-se que em nada difere das ações marxistas do século passado, como a Revolução Russa e outras tantas, incluindo as que foram tentadas no Brasil.

Tal processo não se deve ao acaso, pois, como supramencionado, o “ovo do cuco” tinha dar origem a um ser igual ao que o colocara o ninho, logo, os novos narcoguerrilheiros não se limitam a infratores organizados como os que outrora assimilaram as táticas de guerrilha na ilha do sul fluminense, tento em vista que, sua herança revolucionária os faz ainda mais violentos e ressentidos em relação aos cidadãos que enxergam como inimigos. A máxima adotada é que se trata de um povo isolado em suas bolhas soberanas que lutam contra a tirania da sociedade, nota-se que não do Estado, mas dos cidadãos comuns.

A visão superficial da sociedade como um todo não faz com que o lumpemproletário desumanizada pela narcoguerrilha se volte contra aqueles que puxam as cordas da sociedade, não vendo como tiranos os que não podem vem, pois, são incapazes de fazer um juízo aprofundado das coisas. Consideram que o cidadão de bem é o culpado por seu infortúnio, mas são os maiores obstáculos aos seus pares nas chamadas favelas.

Estas bestas movidas pela ganância, inveja e luxúria, são os soldados perfeitos para a infantaria narcossocialista, haja vista que, o poder dentro da facção e a dependência do veneno que usam para fazer riqueza cegando-os e corroendo-os enquanto lutam para estabelecer o caos na sociedade, dando aso à elite revolucionária para que crie estratagemas cada vez mais fantasiosos para justificar as ações das organizações criminosas. Como as minorias identitárias, os narcoguerrilheiros são apenas escravos dos intelectuais da revolução que acreditam lutarem contra um sistema opressor servindo justamente os seres mais totalitários e tiranos, que assistem a tudo de suas torres de marfim sem sujarem as mão.

Atualmente o narcossocialismo não se limita às favelas da capital fluminense, tendo se alastrado como um tumor, junto ao Foro de São Paulo, por toda a América Latina.

A elite revolucionária e o crime organizado

Impossível não se perguntar o motivo de autoridades e intelectuais terem uma empatia incomum por marginais, especialmente em se tratando do crime organizado, desproporcionalmente mais nocivo à sociedade. O que parece uma conclusão óbvia é a corrupção, assumido que sejam artistas, acadêmicos, comunicadores e autoridades alimentados por uma teia financiada pelo mercado das drogas, ou sejam, em grade parte, consumidores do produto fornecido.

Evidente que grande parte dos agentes mencionados é sim ávido pela riqueza e deixa-se corromper pelo crime organizado, ainda que em detrimento de seu próprio povo.

Isso seria fácil constatar, mas não explicaria como é indetectável a ligação entre todos os ferrenhos defensores dos criminosos e o fluxo financiador destes. Tentando buscar uma correlação mais profunda, percebemos que os que buscam legitimar a violência como instrumento de reforma agrária, via de regra encontram-se em unidades edilícias, reduzindo-se a torcedores, ou apostadores, em relação ao conflitos fundiários.

A subjetividade da relação entre a elite revolucionária e os agentes bestializados que cumprem o papel de infantaria em sua tomada de poder, dificulta a percepção clara da relação entre tal elite e os marginais, sendo certo que há sim um desprezo para com o lumpemproletariado, todavia, a necessidade em usá-los se sobre põe aos asco.

A terceirização da violência faz com que os revolucionários não precisem sujar suas mão, preservando assim o ar dócil aos próximos enquanto despejam uma falsa empatia pelos mais pobres, que servem de escudo aos marginais que estão inconscientemente ao serviço da corja dominante. Mantendo-se no poder e dando uma proteção precária aos narcoguerrilheiros, seja através de seus discursos ou de pequenas, mas engenhosas, mudanças na ordem social, a elite usa seus cães de guerra para manter a sociedade acuada.

O narcossocialismo é nada mais que uma força armada ao serviço da revolução, cuja a vassalagem inconsciente decorre da ignorância, sendo certo que, como todo idiota útil, incluindo as minorias, seus membros serão exterminados tão logo tornem-se inservíveis à causa revolucionária.

Artigo publicado na Revista Conhecimento & Cidadania Vol. I N.º 20

Revista digital, totalmente, gratuita. Conheça: https://www.direitonasescolas.com/revista-conhecimento-cidadania

Sobre o autor

Leandro Costa

Ideias conservadoras estão mudando o Brasil Todas as faces da esquerda, do socialismo mais radical à social democracia levaram nosso país para as trevas, destruíram a moral dos cidadãos e acabaram com os valores. Os conservadores estão tentando, desesperadamente, tirar o Brasil deste caos. Precisamos unir nossas forças enquanto é tempo de salvar nossa nação. Meu nome é Leandro Costa criei este site para divulgar ideias, trabalhos e contar com você para me ajudar a mudar o Rio de Janeiro e talvez o Brasil. Pretendo usar meus conhecimentos para, de fato, ajudar na construção de um mundo melhor. Convido você a fazer parte do meu time de apoiadores, amigos, entusiastas e todos que acreditam em minhas ideias. Defendo o conservadorismo e conto com sua ajuda para tirar o nosso povo da lama que a esquerda nos colocou.

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BIOGRAFIA

Leandro Costa

Servidor público, advogado impedido, professor de Direito, Diretor Acadêmico do projeto Direito nas Escolas e editor-chefe da Revista Conhecimento & Cidadania.

Defensor de uma sociedade rica em valores, acredito que o Brasil despertou e luta para sair da lama vermelha que tentou nos engolir. Sob às bênçãos de Deus defenderemos nossa pátria, família e liberdade, tendo como arma a verdade.

É preciso fazer a nossa parte como cidadãos, lutar incessantemente por nosso povo e deixar um legado para as futuras gerações. A política deve ser um meio do cidadão conduzir a nação, jamais uma forma de submissão a tiranos.

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